tag:blogger.com,1999:blog-370397742024-03-12T23:06:05.696-03:00Baú de TranqueirasUnknownnoreply@blogger.comBlogger415125tag:blogger.com,1999:blog-37039774.post-3568439342174891532019-09-01T22:14:00.000-03:002019-09-01T22:25:49.155-03:00Por que assistir a Maria Magdalena?<div style="text-align: justify;">
<div class="MsoNormalCxSpFirst">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b><span style="font-size: x-large;">H</span></b>á muitos exemplos,
sobretudo na literatura e no cinema, de obras que contam relatos fictícios inseridos
num ambiente histórico, promovendo a interação e até mesmo a convivência entre
personagens da ficção com pessoas reais e, até mesmo, ilustres.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Ernest Hemingway, em
seu livro <i>Por quem os sinos dobram</i>,
conta uma história de amor, entre o professor americano Robert Jordan e a
camponesa espanhola Maria, inserida no ambiente da Guerra Civil Espanhola. Jô Soares
fez muito sucesso escrevendo histórias absolutamente fictícias ambientadas no
Rio de Janeiro, em épocas distintas, com grande rigor histórico e geográfico.
No cinema, em <i>Casablanca</i>, Humphrey
Bogart e Ingrid Bergman contam uma história de amor impossível nos papeis de
Rick Blaine e Ilsa Lund, numa Marrocos controlada pelo Regime de Vichy, durante
a Segunda Guerra.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Há uma categoria
peculiar, entretanto, de obras (na literatura e no cinema) em que relatos
ficcionais se desenvolvem em um ambiente histórico não convencional. Trata-se
dos livros e filmes que se passam na região da Judeia, na época de Jesus
Cristo. Usei o termo “não convencional”, pelo fato de que o próprio personagem
de Cristo divide gigantescos contingentes de seres humanos em relação à crença na
sua existência. A respeito da existência do personagem histórico Jesus de
Nazaré, entretanto, cada vez mais, verifica-se uma tendência em aceitar suas
evidências (embora, nos meios acadêmicos, haja uma forte resistência a isso,
devido à sua fragilidade técnica).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<br /></div>
<span style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif;">Voltando às obras de
arte, ou ao entretenimento, acabamos de acompanhar os 60 capítulos de uma série
mexicana, recheada de atores colombianos, produzida pela Sony Pictures e
exibida, no Brasil, pela Netflix, chamada </span><b style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif;"><i>Maria Magdalena</i></b><span style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif;">. E aí, alguém pode
perguntar: Por que uma série como esta pode interessar a um ateu convicto, como
eu? Posso dar 4 motivos:</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<o:p></o:p></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
</div>
<ul>
<li style="text-align: justify;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Embora não tenha fé em nenhum
tipo de divindade e nem nutra, dentro de mim, qualquer espécie de crendice,
reconheço o fato da humanidade, ao longo de sua evolução, ter se guiado por distintas
formas de crenças, como as mitologias da idade antiga com religiões politeístas;
as crenças monoteístas dominantes hoje em dia, sobretudo no ocidente; sem
deixar de citar os credos originários da África negra e das Américas
pré-colombianas. Respeito todo tipo de fé, reconheço alguma virtude em quase
todas as religiões e desconfio de todas as igrejas. Quem me acompanha pelo
Facebook ou neste esquecido blog, sabe de meu interesse pelo cristianismo e
pela figura de Jesus de Nazaré e seu impacto na nossa história e filosofia
(prova disso é a indicação deste <a href="https://baudetranqueiras.blogspot.com/2006/11/f-x-verdade.html" target="_blank">livro </a>que fiz há 13 anos). Por isso, não iria
deixar de ver esta série.</span></li>
</ul>
<ul>
<li style="text-align: justify;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">O segundo motivo é a origem da
série. Nós temos uma tendência de zombar dos programas e novelas produzidos na
América que fala língua espanhola. É, aliás, comum que, nós, brasileiros,
ridicularizemos as produções mexicanas ou colombianas, qualificando-as como de
segunda categoria, mesmo que conheçamos produções europeias e norte-americanas tão
ou mais caricatas. Por mais histriônica que possa ser a maneira dos atores e
atrizes latinos interpretarem seus papeis, seria muito mais enriquecedor, para
todos nós, se compreendêssemos que isso é, apenas, uma maneira diferente de
atuar. Além do mais, na série, temos, ao menos dois bons atores colombianos: César
Mora, que interpreta Herodes Antipas, e o ótimo Andrés Parra, que faz o papel de
Simão (Pedro). Andrés Parra, aliás, foi quem interpretou de forma magistral o protagonista
no seriado <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Pablo Escobar, El Patrón del
mal</i>, uma novela de longuíssimos 74 episódios, que vale a pena ser vista só
por causa deste ator. E, se tudo isso não bastasse, o seriado exibe mulheres
belíssimas, como María Fernanda Yepes, Jacqueline Arenal, Danielle Arciniegas,
Susana Torres e Juana Arboleda.</span></li>
</ul>
<ul>
<li style="text-align: justify;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">O seriado tem um viés, fundamentalmente,
feminista. Mostrando uma sociedade (tanto a romana quando a judia) em que as
mulheres não tinham vez, voz nem espaço, a trama dá a diversas personagens
femininas (Salomé, Abigail, Prócula etc.), oportunidade de expressar seu
descontentamento com este estado de coisas. Sem contar a protagonista, dona de
um discurso dominante e empoderado.</span></li>
</ul>
<ul>
<li style="text-align: justify;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Por fim, como as evidências
históricas são frágeis e cheias de lacunas e incertezas, quem escreveu o
roteiro desta série, teve uma liberdade criativa que, em alguns momentos, beirou
a literatura fantástica. Podemos dizer, utilizando uma linguagem mais moderna,
que, em certos episódios, eles “viajaram na maionese” (com tudo de positivo que
esse termo pode encerrar). A série tem pitadas de todo e qualquer ingrediente
possível. Tem muito drama e violência (o volume de líquido simulando sangue deve
ter arrebentado o orçamento da produção). Tem erotismo, suspense e humor. E tem,
ainda, algumas coisas bem bizarras, como os trejeitos exageradamente afeminados
de Caifás e seu sogro Anás, ou, então, a legenda em português que indica, além
do que foi dito pelos personagens, todo tipo de ruído, como tilintar de moedas
ou relinchar de cavalos!</span></li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><o:p></o:p></span><br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Enfim, é um seriado que
assistimos com prazer.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIXhOrXNyJyCgo6Rs3852d3oW7ev184JH9eQKfK9Mp4jgrnYW8w3AKPF-F4p05GWJ7hPXLQoR3EcGYxMZIjwm_gVkFSlQ8CJwEeskgTzWa2Lk9Bzqpc4iZ2xjADRE_M0Fh8YHdkg/s1600/maria+madalena+1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="410" data-original-width="685" height="380" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIXhOrXNyJyCgo6Rs3852d3oW7ev184JH9eQKfK9Mp4jgrnYW8w3AKPF-F4p05GWJ7hPXLQoR3EcGYxMZIjwm_gVkFSlQ8CJwEeskgTzWa2Lk9Bzqpc4iZ2xjADRE_M0Fh8YHdkg/s640/maria+madalena+1.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<br />
<br />Unknownnoreply@blogger.com109tag:blogger.com,1999:blog-37039774.post-85441864084451870782019-01-14T22:52:00.001-02:002019-01-14T22:52:28.503-02:00Maria Bonita<br />
<div class="MsoNormalCxSpFirst" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><b><span style="font-size: x-large;">A</span></b> primeira coisa que se
percebe ao ler o livro <i style="mso-bidi-font-style: normal;"><a href="https://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=28000330" target="_blank">Maria Bonita –sexo, violência e mulheres no Cangaço</a></i>, de Adriana Negreiros, é a facilidade
com que o leitor consegue se transportar para o ambiente do sertão nordestino.
Esta, aliás, é a principal característica dos grandes relatos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Livros sobre
cangaceiros e, sobretudo sobre Lampião, há muitos. Alguns mais fantasiosos, em
que se busca encontrar algo de romântico e aventureiro no cangaço, outros,
tendenciosos, em que se tenta classificar cada bandido como uma espécie de
Robin Hood sertanejo e, felizmente, há aqueles sustentados por criteriosa
pesquisa historiográfica. Nesta última classificação é possível enquadrar <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Guerreiros do sol</i> de Frederico
Pernambucano de Mello, por exemplo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpnDryUd1DQ5IlKtJBGF8hSC6BwYaHGveI2I7ppndm1aU8UIWlcaygSHNrmCzdGZBJZQe2QuZnDAUwZ6zPZ20LbeeU4dO6vkbGNIvjWL7S-m9CdS0H18C3Y3CrYp7_9_DaAYMPnw/s1600/Maria+bonita.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="650" data-original-width="424" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpnDryUd1DQ5IlKtJBGF8hSC6BwYaHGveI2I7ppndm1aU8UIWlcaygSHNrmCzdGZBJZQe2QuZnDAUwZ6zPZ20LbeeU4dO6vkbGNIvjWL7S-m9CdS0H18C3Y3CrYp7_9_DaAYMPnw/s320/Maria+bonita.jpg" width="208" /></a></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">O livro sobre Maria Bonita
se enquadra, também, nesta categoria, mas o que ele traz de novidade é a visão
da autora sobre a participação feminina no cangaço. Com isso, o principal mito
que ela derruba é a crença que imperou, nos últimos 80 anos, de que as mulheres
que entravam no cangaço o faziam por vontade própria, movidas por uma visão
romântica (neste sentido, talvez o cinema nacional tenha prestado um grande
desserviço à história). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Na narrativa, a autora
mostra que a grande maioria das mulheres que “caíram” no cangaço foram raptadas
e, sucessivamente, violentadas por homens extremamente cruéis, que as tratavam
como se fossem seus donos. Relata a ética prevalecente no cangaço (e na
sociedade da época, em todo o sertão) em que a mulher não tinha direito a voz
ou a vontade. Não se furta, entretanto, a ressaltar que, em pouquíssimos casos,
houve sim, mulheres que se uniram aos bandos de cangaceiros por vontade própria,
sendo, inclusive, o caso de Maria Bonita.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Corajosamente, não há,
na narrativa, uma tentativa de dourar a pílula quando se trata de relatar os
casos de extrema violência, o que ajuda a deixar as coisas sem nenhuma sombra
de dúvida. Mostra, além disso, que esta extrema violência não está restrita às
atitudes dos cangaceiros, mas é aplicada, também, por agentes da polícia, em
igual dose de crueldade daquela praticada pelos bandidos, contra velhos,
mulheres e crianças.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">E por falar em polícia,
aliás, o livro escancara as relações promíscuas existentes entre os bandoleiros
e as autoridades e os grandes fazendeiros.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Eu me interesso muito pela
história do sertão nordestino da primeira metade do século passado, já que, na caótica
profusão de diferentes nacionalidades que corre em minhas veias, há uma parcela
de sangue pernambucano e sertanejo. Talvez por isso, eu tenha achado o livro
tão delicioso. <o:p></o:p></span></div>
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37039774.post-53251275674406348172018-12-16T10:43:00.000-02:002018-12-18T17:59:50.865-02:00O Tiradentes<br />
<div class="MsoNormalCxSpFirst" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b><span style="font-size: x-large;">T</span></b>ermino de ler a biografia
de Tiradentes, escrita por Lucas Figueiredo, convicto dele ter sido um dos
livros mais interessantes que li este ano. Construído sobre um processo
magnífico de pesquisa, tem o rigor de um trabalho acadêmico, mas o resultado é o
de um folhetim que prende o interesse do leitor do começo ao fim. O rigoroso
cuidado com a ordem cronológica dos fatos, mesmo quando o cenário muda de
cidade ou até de continente, é um dos fatores que garantem a fluidez do texto.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">A enorme quantidade de
detalhes, devidamente comprovados em quase cem páginas de notas bibliográficas,
utilizada para contar esta história, em nenhum momento se mostra exagerada, já
que, cada um destes detalhes vai ter, em algum momento do texto, sua razão de
ser. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Escapando da armadilha em
que muitos biógrafos costumam cair, o autor não se comporta como um fã ardoroso
do biografado. Mostra discernimento para pontuar características positivas e
negativas do personagem e, com isso, deixa uma margem saudável para que o
leitor possa refletir e tirar, ele mesmo, algumas conclusões.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Um evento que me provocou
reflexão foi a interação que, em dado momento da história, um brasileiro adepto
da independência brasileira do reino de Portugal, interage, na Europa, com
Thomas Jefferson, principal autor da declaração de independência dos Estados
Unidos. O texto desta declaração será fonte fundamental para a disseminação das
ideias libertárias dos inconfidentes mineiros. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiS9O-bXIAWk3hGOHPw17Z-X0lTlLTZkZs8kZXFpgjU9JGUD4NWnum9AoCZ32EsaGnoWkDSqzU_mhqBdCP8sKr_Nqe39A44aHcV4EMhONDuJ1-XovxWFXaLys_5gqQ6a5eEBWO3vg/s1600/O+Tiradentes.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="650" data-original-width="438" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiS9O-bXIAWk3hGOHPw17Z-X0lTlLTZkZs8kZXFpgjU9JGUD4NWnum9AoCZ32EsaGnoWkDSqzU_mhqBdCP8sKr_Nqe39A44aHcV4EMhONDuJ1-XovxWFXaLys_5gqQ6a5eEBWO3vg/s320/O+Tiradentes.jpg" width="215" /></a><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Um dos trechos deste
texto dizia: “Todos os homens são criados iguais, sendo-lhes conferidos pelo
Criador certos direitos inalienáveis, entre os quais se contam a vida, a
liberdade e a busca da felicidade”. É curioso que, apesar do caráter
extremamente libertário desta declaração, o tema do fim da escravatura não
tenha passado perto das preocupações de Thomas Jefferson, nem da maioria dos
conjurados mineiros, nem mesmo de Tiradentes. Como se diz de maneira anedótica,
todos os homens nascem iguais, mas uns são mais iguais que outros.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Dividido em partes, que
vão da origem à execução de Joaquim José da Silva Xavier, a trama, ocorrida na
segunda metade do século XVIII, nos remete, inúmeras vezes, ao Brasil de tempos
mais modernos. É impossível não pensar no que ocorreu com Vladimir Herzog, no
auge da ditadura militar, quando lemos sobre a cena do, mais que suspeito, “suicídio”
de Cláudio Manuel da Costa. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Já as características
do processo de julgamento dos inconfidentes com manipulações de provas e o uso
das delações como principal motor das investigações (nas quais o bônus do
delator é mais fácil de ser conseguido quanto mais perto seu relato estiver do
desejo daquilo que o inquiridor deseja ouvir) nos remetem a um Brasil muito
mais atual.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Enfim, se eu puder
indicar um livro para se presentear, neste natal, esta é minha indicação: <i><a href="https://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=13649" target="_blank">O Tiradentes</a></i>, de Lucas Figueiredo.<o:p></o:p></span></div>
<br />Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-37039774.post-38727772488203690292018-11-24T19:08:00.002-02:002018-11-24T19:19:15.003-02:00Som, imagem e poesia<i style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: x-large;"><b>O</b></span> Grande Circo Místico</i><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; text-align: justify;"> é um poema de Jorge de Lima, alagoano
parnasianista/modernista, constante do livro </span><i style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif; text-align: justify;">A Túnica Inconsútil</i><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; text-align: justify;">, lançado em 1938. Seu texto é quase prosa, no
qual se pode encontrar, entretanto, a mais pura poesia, basta saber como.</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpFirst" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<blockquote class="tr_bq">
O médico de câmara da imperatriz Teresa -
Frederico Knieps -<br />
resolveu que seu filho também fosse médico,<br />
mas o rapaz fazendo relações com a equilibrista
Agnes,<br />
com ela se casou, fundando a dinastia de circo
Knieps<br />
de que tanto se tem ocupado a imprensa.<br />
Charlote, filha de Frederico, se casou com o
clown,<br />
de que nasceram Marie e Oto.<br />
E Oto se casou com Lily Braun a grande deslocadora<br />
que tinha no ventre um santo tatuado.<br />
A filha de Lily Braun - a tatuada no ventre<br />
quis entrar para um convento,<br />
mas Oto Frederico Knieps não atendeu,<br />
e Margarete continuou a dinastia do circo<br />
de que tanto se tem ocupado a imprensa.<br />
Então, Margarete tatuou o corpo<br />
sofrendo muito por amor de Deus,<br />
pois gravou em sua pele rósea<br />
a Via-Sacra do Senhor dos Passos.<br />
E nenhum tigre a ofendeu jamais;<br />
e o leão Nero que já havia comido dois ventríloquos,<br />
quando ela entrava nua pela jaula adentro,<br />
chorava como um recém-nascido.<br />
Seu esposo - o trapezista Ludwig - nunca mais a
pôde amar,<br />
pois as gravuras sagradas afastavam<br />
a pele dela o desejo dele.<br />
Então, o boxeur Rudolf que era ateu<br />
e era homem fera derrubou Margarete e a violou.<br />
Quando acabou, o ateu se converteu, morreu.<br />
Margarete pariu duas meninas que são o prodígio do
Grande Circo Knieps.<br />
Mas o maior milagre são as suas virgindades<br />
em que os banqueiros e os homens de monóculo têm
esbarrado;<br />
são as suas levitações que a platéia pensa ser
truque;<br />
é a sua pureza em que ninguém acredita;<br />
são as suas mágicas que os simples dizem que há o
diabo;<br />
mas as crianças crêem nelas, são seus fiéis, seus
amigos, seus devotos.<br />
Marie e Helene se apresentam nuas,<br />
dançam no arame e deslocam de tal forma os membros<br />
que parece que os membros não são delas.<br />
A platéia bisa coxas, bisa seios, bisa sovacos.<br />
Marie e Helene se repartem todas,<br />
se distribuem pelos homens cínicos,<br />
mas ninguém vê as almas que elas conservam puras.<br />
E quando atiram os membros para a visão dos
homens,<br />
atiram a alma para a visão de Deus.<br />
Com a verdadeira história do grande circo Knieps<br />
muito pouco se tem ocupado a imprensa.</blockquote>
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<o:p></o:p></div>
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<o:p></o:p></div>
<div align="right" class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: right;">
Jorge de Lima
(de <i>A Túnica Inconsútil</i>)<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Baseado neste poema,
Chico Buarque e Edu Lobo criaram, em 1983, algumas das mais inspiradas canções
do nosso cancioneiro popular para um espetáculo do Balé Teatro Guaíra, de
Curitiba, com roteiro de Naum Alves de Souza. O disco com a trilha sonora foi
um retumbante sucesso. Suas canções o são até hoje.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Na semana passada, estreou
nos cinemas, o filme de Cacá Diegues, baseado no mesmo texto e utilizando as
canções do espetáculo de Balé. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">É pura poesia
cinematográfica. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Um filme para se ver na tela grande e não para esperar um lançamento na TV. Afinal, som e imagem
reunidos com tamanha beleza merecem o ambiente mágico que só uma boa sala de
cinema pode oferecer.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="color: red; font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: x-large;"><a href="https://www.youtube.com/watch?v=2V9P4zy6SWs" target="_blank"><b><i>Trailer</i></b></a></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh39JO8N1kCpBseeHmWZgVYHB9RUSOINg-YqD2blUBctVPB6XkktA3QOQVW-8NYHHoGyqQKUNi-YL-WSoUWzkGcsprDLtNgpmKLpK9XIpbyCJqba2T8t6pssW9Vvrf_x1PPM5rRYw/s1600/som+imagem+e+poesia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="438" data-original-width="620" height="451" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh39JO8N1kCpBseeHmWZgVYHB9RUSOINg-YqD2blUBctVPB6XkktA3QOQVW-8NYHHoGyqQKUNi-YL-WSoUWzkGcsprDLtNgpmKLpK9XIpbyCJqba2T8t6pssW9Vvrf_x1PPM5rRYw/s640/som+imagem+e+poesia.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37039774.post-87396065902096692212018-11-13T07:27:00.001-02:002018-11-13T07:29:18.983-02:00A arte e os intelectuais nos regimes autoritários<b style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: x-large;">U</span></b><span style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif; text-align: justify;">ma das características
de períodos com governos autoritários é a negação da cultura. Nestes ambientes,
é comum haver um clima de agressão exagerada a qualquer expressão de arte ou manifestação
intelectual. Nos regimes autoritários (de esquerda ou de direita), as pessoas são
levadas a acreditar que a arte e o pensamento crítico, assim como o
conhecimento da história e da filosofia são males em si e que artistas e
intelectuais são malfeitores.</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Nos regimes totalitários
de direita, estas pessoas são classificadas como comunistas (mesmo tantos anos
após a queda do muro de Berlim este tipo de argumento ainda seduz hordas de histéricos).
Nos regimes totalitários de esquerda a arte e o pensamento intelectual são formatados
para servir à burocracia do estado. Neste aspecto, os regimes totalitários, em todo
o espectro, se igualam (na verdade, se igualam em muitas outras situações). Todos
suprimem e perseguem os artistas e intelectuais. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Arte e pensamento só florescem
em ambiente de liberdade ou na luta para conquistá-la.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Eu não sou artista e,
muito menos, intelectual, mas encaro a arte e o pensamento como os dois mais
importantes ingredientes para meu enriquecimento pessoal (não estou falando de
dinheiro, é claro). É através da leitura e da compreensão das mais variadas
manifestações artísticas que eu tento me realizar como ser humano e extrair
prazer da vida. Eu estranho quem, tendo acesso a isso, consiga viver sem. Se as
pessoas procurassem experimentar o prazer que isso proporciona veriam quanto
bem isso faz.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Entendo que a maioria
das pessoas, sobretudo no Brasil, não tenham este acesso. Comer, beber, ter
onde morar e outras coisas comezinhas são preocupações mais urgentes. É
justamente por isso que eu defendo um modelo de estado mais justo, com menos
desigualdade, com mais solidariedade e menos violência. Um mundo em que estas
questões corriqueiras não fossem tão urgentes possibilitaria, para mais pessoas,
a oportunidade de experimentarem a satisfação que o saber e o conhecimento proporcionam.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">O modelo brasileiro alija
uma porção esmagadora da população da possibilidade de encontrar este
conhecimento e este prazer. Empurra esta parcela da nação ao consumo de
entretenimento e tenta convencer a todos que estão consumindo arte. Não tenho
nada contra o entretenimento, mas uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra
coisa, como não cansava de repetir o Tim Maia.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Esta situação,
entretanto, não é gratuita. Sempre foi interessante, para quem detém o poder, impedir
o acesso ao conhecimento que produza reflexão. Foi assim em toda nossa história
republicana, foi assim no nosso período imperial. E, não por acaso, sempre que
há algum risco de que o pensamento crítico possa prosperar na sociedade, a
reação recrudesce e conduz o país a um ambiente irrespirável. E nesse ambiente
rarefeito, a incultura passa a ser virtude.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">É por isso que se defende um modelo de educação sem cultura e sem pensamento crítico. Confundem educação com treinamento. E isso é muito útil para conservar as coisas como sempre foram.</span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"> </span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQFs_sEMuOmHfMgJu3kpctq2ZzsQ4jIpSDq-k2VChOOauU3T_OP8qMeI3892w4lz6zoSQvfkt_zyJvD1U1vLuMlYFg2lzqI0qzSHsnkVqxuaQ0eufaN1cK4TZp_zfzGExIvqXr_Q/s1600/A+arte+e+os+intelectuais+nos+regimes+autorit%25C3%25A1rios.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="455" data-original-width="1024" height="283" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQFs_sEMuOmHfMgJu3kpctq2ZzsQ4jIpSDq-k2VChOOauU3T_OP8qMeI3892w4lz6zoSQvfkt_zyJvD1U1vLuMlYFg2lzqI0qzSHsnkVqxuaQ0eufaN1cK4TZp_zfzGExIvqXr_Q/s640/A+arte+e+os+intelectuais+nos+regimes+autorit%25C3%25A1rios.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37039774.post-30915662939485520062018-11-11T00:16:00.001-02:002018-11-11T00:25:02.004-02:00Pensando a solidão<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: x-large; text-align: justify;"><b>O</b></span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; text-align: justify;"> mais novo livro de
Leandro Karnal é um ensaio a respeito da solidão. Dividido em 6 capítulos, ele
inicia com uma visão bíblica da origem do homem, ser solitário (e feliz), num
paraíso incontestável, até a criação de um novo ser, a partir de sua costela. É
só a partir daí que Adão percebe que vivia sozinho, situação absolutamente
natural, para ele, até então. Desta forma, passa a ter ideia do que era viver
assim, com suas vantagens e desvantagens. O autor identifica, nesse ato do
criador, uma censura à solidão, que percebe, também, em documentos de outros
credos, como a Torá.</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Como em um filme, numa
troca de planos rápida, avança até o século XIX, para tratar da figura de
Charles Darwin, pai da teoria da evolução, posição diametralmente oposta à
mística criacionista. Aos 29 anos, Darwin caminhava para o presumível último
quarto de sua vida, já que àquela época, o tempo de vida médio do ser humano
não ultrapassava os 40 anos (ele, na verdade, viveu bem mais do que isso). Não
era, portanto, o momento de decidir se deveria, ou não, se casar. Contrariando,
porém, o costume da época e, refletindo entre prós e contras, ele toma a
decisão de casar-se.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Num dos extremos da
dicotomia entre fé e ciência, o cientista conclui, assim como o criador do
universo, que <i style="mso-bidi-font-style: normal;">não é bom que o homem
esteja só</i> (que é, aliás, o título do primeiro capítulo). A partir daí,
Karnal parte para uma investigação a respeito da validade (ou não) desta
afirmação. Para fazer isso, busca, de forma consistente, entender, exatamente,
o que seja a solidão. Avança, mais uma vez, no tempo e chega aos dias atuais ao
utilizar, para alcançar este entendimento, duas realidades bastante conhecidas
de todos nós: o casamento e as relações pessoais nas redes sociais. O segundo
capítulo, aliás, em minha opinião o melhor de todos, trata, justamente, deste
mundo virtual e intitula-se <i style="mso-bidi-font-style: normal;">A solidão
entre milhões</i>.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Partindo da observação
do cotidiano, conclui que nunca estivemos tão conectados a tanta gente e, ao
mesmo tempo, com tão pouca interação real. E, neste caso, interação real não se
refere, apenas, aos relacionamentos ao vivo, em carne e osso, com outras
pessoas, mas, sobretudo, ao formato que este meio propicia. O principal fator
que falseia a realidade na forma de interagir através da rede é a possibilidade
de sermos os “donos” da relação.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Adicionamos, curtimos e
seguimos somente quem pensa como nós. Em referência àqueles cujas opiniões não
coincidem com as nossas temos várias opções: desde ignorar até apagar o
contato. Com isso, em lugar de interagir com outras pessoas, estamos, na
verdade, interagindo com nós mesmos e, assim, ao invés de evoluirmos,
internamente, através da exposição à diversidade de ideias, apenas reforçamos
nossos próprios valores e convicções, ao mesmo tempo que sedimentamos nossos
defeitos e preconceitos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Ao analisar o
casamento, ele conceitua o que chama de solidão a dois, que é aquela situação
pela qual alguns casais passam quando a chama da paixão se esvai. Se a relação
se sustentava apenas devido a este fogo, se não havia nenhum outro ingrediente,
como admiração, por exemplo, a convivência passa a ser tão ou mais solitária do
que a que ocorria antes de encontrar a pessoa amada.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Na busca do
entendimento do que seja a condição de estar sozinho, chega a duas definições,
parecidas, porém opostas: a de solidão e de solitude.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Em minha opinião, a
melhor e mais fácil definição que diferencia estas duas palavras vem do teólogo
alemão Paul Tillich:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Solidão</b> expressa a dor por estar sozinho.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Solitude</b> expressa o prazer de estar sozinho.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">A partir deste ponto, o
autor passa a enumerar exemplos de situações consideradas positivas em estar
sozinho. Aborda a falsa solidão que é aquela em que a gente se encontra quando
está absorto durante a leitura de um livro. Não há nada de solidão nesta
atividade. É justamente nesses momentos que estamos travando um colóquio
poderoso com o autor do livro e com o “eu mesmo”, o eu verdadeiro, o outro eu,
que, muitas vezes, não conhecemos ou do qual nos escondemos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Ele recorre, novamente,
aos exemplos religiosos para mostrar que os momentos mais importantes das
existências de Jesus Cristo, de Moisés e de Maomé, ocorreram quando eles
estavam sozinhos no deserto, num monte isolado ou numa caverna.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBuFwnn_5YfiEuZVIk4zsFR5CFgVoG5-EQ3hdp1geEvyN_wOedWDqvJ43NqQxsx8q37O1q96SOi613NwymVMiftJ_RFcKnGbJaDBGczoeHLwOdW1I9CcQ4HSrP3Ot5EiAeDGClYw/s1600/Pensando+a+solid%25C3%25A3o.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="525" data-original-width="352" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBuFwnn_5YfiEuZVIk4zsFR5CFgVoG5-EQ3hdp1geEvyN_wOedWDqvJ43NqQxsx8q37O1q96SOi613NwymVMiftJ_RFcKnGbJaDBGczoeHLwOdW1I9CcQ4HSrP3Ot5EiAeDGClYw/s320/Pensando+a+solid%25C3%25A3o.jpg" width="214" /></a><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">No quinto capítulo do
livro ele elenca inúmeros casos de solidão (e de solitude) presentes nas artes
e, sobretudo, no cinema. Aqui, devo ser honesto, não cheguei a ler todo o
capítulo, já que me pareceu, mais do que um ensaio produtivo, uma ostentação
gratuita de conhecimento cultural. Desta maneira, pulei o capítulo quase no final e fui para o último (o segundo que mais gostei). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Este sexto capítulo,
intitulado <i style="mso-bidi-font-style: normal;">As solitárias</i>, trata da
utilização da solidão como forma de punição nas instituições carcerárias. Demonstra, através de estudos científicos e de depoimentos de vítimas, que a
imposição compulsória da solidão pode ser até mais nociva ao ser humano que a
tortura física. Aliás, a prática da solitária, como penalidade nas
penitenciárias, já foi abolida em quase todo o mundo civilizado. Os Estados
Unidos e o Brasil são dois exemplos, porém, de países em que ela é utilizada em
larga escala.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">O título do livro, <i style="mso-bidi-font-style: normal;"><a href="https://www.planetadelivros.com.br/livro-o-dilema-do-porco-espinho/283972" target="_blank">O dilema do porco espinho – como encarar a solidão</a></i>, é uma referência à metáfora, criada pelo filósofo alemão Arthur
Schopenhauer, para ilustrar o problema da convivência humana. Publicada como
uma parábola em sua obra <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Parerga e
Paralipomena</i>, em 1851, acabou ficando famosa, apesar de ser considerada um
texto menor do filósofo. Num ambiente de frio extremo, os animais costumam
juntar seus corpos, uns aos outros, para se aquecer e, com isso, ficar numa situação mais confortável. Este conforto, obviamente, não se aplica aos porcos
espinhos. Daí o dilema.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Na conclusão do livro,
estar sozinho não é, necessariamente, uma coisa boa ou ruim. Pode ser qualquer
uma delas ou ambas, dependendo da situação. Solidão ou solitude, a elas todos
nós estamos sujeitos. Basta saber como encará-las.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37039774.post-73942702290990321962018-10-30T15:38:00.001-03:002018-10-30T16:10:10.514-03:00Simbolismo e conteúdo<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: x-large; text-align: justify;"><b>N</b></span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; text-align: justify;">ão sou muito afeito a
ícones e símbolos. Minha iconoclastia, entretanto, é branda. Não chego ao ponto
de destruir </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; text-align: justify;">símbolos</span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; text-align: justify;"> </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; text-align: justify;">ou queimar bandeiras. Só não me agrada a ideia de
idolatria a monumentos ou adoração de imagens. Para resumir, sou mais pelo conteúdo que pela forma.</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Nesses meses de
campanha eleitoral, foi muito comum a utilização da bandeira e do hino
brasileiros, por parte dos seguidores do Nefasto, para ostentar um pretenso patriotismo<span style="color: red;">*</span>. Estes dois símbolos passam ao largo de minha
concepção de pátria. Pátria, para mim, se refere à terra e ao povo que nela
vive. Vincular a pátria, exclusivamente, a estes símbolos, configura patriotada
e não patriotismo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Além disso, confesso
que tenho certa má vontade com nossos símbolos, tanto o hino quanto a bandeira.
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Do hino me agrada muito
a melodia, supostamente composta por Francisco Manuel da Silva. Ocorre, porém,
que os primeiros compassos desta melodia são idênticos ao Responsório Sétimo de <i>Matinas de Nossa Sra. da Conceição</i>, do Padre José Maurício Nunes
Garcia, principal compositor brasileiro daquele período, de quem Francisco
Manuel, aliás, um compositor obscuro, foi aluno. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Não é o plágio na
melodia do hino, entretanto, que me incomoda. Há outros hinos acusados de
plágio, mundo afora. Há quem encontre similaridades exageradas entre o hino do
Uruguai a um trecho da ópera <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Lucrezia
Borgia</i>, do compositor italiano Donizetti, assim como a introdução do hino
da Argentina é um tanto parecida com a <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Sonatina
número 4, opus 36</i>, de Clementi. Há outros exemplos, mas, isso importa
pouco. A melodia do nosso hino, para o meu gosto estético, é belíssima.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Minha má vontade é com a
letra de Joaquim Osório Duque Estrada. Além de rebuscado, o texto é mentiroso,
o que se observa logo no início. Afinal, todos sabemos, povo nenhum, heroico ou
não, emitiu qualquer tipo de brado, muito menos retumbante, por ocasião da
proclamação da independência, que não passou de um arranjo entre a elite local
e o representante da Coroa portuguesa, à época.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Minha reserva, quanto à
bandeira, não está na combinação de cores, que, aliás, me agrada. Nem na
disposição das formas, embora me pareçam um exercício de geometria. Minha cisma
é com a frase na faixa. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Tomada do positivismo
de Augusto Comte, corrente filosófica cujo lema era: "O <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Amor</b> por princípio e a <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Ordem</b> por base; o <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Progresso</b> por fim", os articuladores da proclamação da república
resolveram retirar, exatamente, o item que mais me seduz. Afinal,
mais do que ordem e progresso, é o amor, em minha forma de ver o mundo, que
deveria servir de lema ao povo de uma nação.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Repito, não sou
iconoclasta ao ponto de defender a destruição de símbolos e bandeiras. Prefiro,
entretanto, ícones cujo conteúdo seja, ao menos, verdadeiro. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Afinal, como eu já disse,
sou mais pelo conteúdo que pela forma.<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_aYjHW1jn09V9VDK9vk67G2EfSmW8KJWj11r9a34k5zL42Qh1DBfQTBk3592wLRTNqF3St5twBXn8LlN5DrXSPNOrJwRQB8tjBlKOf4Z035ukc2Bc2B6I_7INHgU_AJP1JRfOEA/s1600/Simbolismo+e+conteudo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="300" data-original-width="615" height="312" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_aYjHW1jn09V9VDK9vk67G2EfSmW8KJWj11r9a34k5zL42Qh1DBfQTBk3592wLRTNqF3St5twBXn8LlN5DrXSPNOrJwRQB8tjBlKOf4Z035ukc2Bc2B6I_7INHgU_AJP1JRfOEA/s640/Simbolismo+e+conteudo.jpg" width="640" /></a></div>
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="color: red; font-size: 9.0pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">*Essa gente, aliás, tem grande dificuldade em
escolher seus símbolos. Haja vista a </span></span></i><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="color: red; font-size: 9pt; line-height: 12.84px;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">camiseta da CBF, </span></span></i><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="color: red; font-size: 9.0pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">indumentária elegida pelos articuladores </span></span></i><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="color: red; font-size: 9pt; line-height: 12.84px;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">das manifestações de 2014. Embalagem da</span></span></i><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="color: red; font-size: 9.0pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"> tramoia que apeou Dilma Rousseff do poder.</span></span></i><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="color: red; font-size: 9.0pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"> Há instituição mais imaculada que esta?</span></span></i></div>
<br />
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37039774.post-83224257982051148962018-10-29T11:25:00.002-03:002018-10-29T11:42:02.927-03:00O pensamento conservador<span style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: x-large;">N</span></b><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">o mais interessante,
entre os 5 primeiros episódios do programa </span></span><i style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif; text-align: justify;"><a href="https://globosatplay.globo.com/canal-brasil/amigos-sons-e-palavras/" target="_blank">Amigos, Sons e Palavras</a></i><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif; text-align: justify;"> (de Gilberto Gil), no Canal Brasil, Renata Lo Prete cita
uma frase, a respeito das informações veiculadas através do WhatsApp:</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpFirst" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">“Desconfie,
especialmente, da informação com a qual você concorda, com a qual você se
identifica. Porque é, justamente, no reforço das suas convicções, no reforço
dos seus preconceitos, que o algoritmo opera.”<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Eu tenho afirmado, com
certa insistência, tanto aqui quanto nos diálogos que travo no Facebook, sobre
a necessidade de as pessoas estarem abertas ao contraditório. Tenho firme
convicção de que esta atitude é que enriquece o debate e aprimora as reflexões.
Fechar-se às ideias do interlocutor, assim como desqualificá-las,
antecipadamente, tolhe nossa capacidade de evoluir. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Considerar o
contraditório não significa concordar com ele. Aliás, venho insistindo:
concordar ou discordar são coisas absolutamente irrelevantes em qualquer
discussão. Quando, após iniciar um debate, recebo como resposta do meu
antagonista a frase: “eu discordo”, em lugar de apresentar uma argumentação, já
sei que a discussão será paupérrima. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Há muito tempo, tenho sugerido
às pessoas que leiam livros e textos que apresentem argumentos contrários às
próprias convicções. Conversem, de peito aberto, com pessoas com visões
diferentes de mundo. Acredito que isso enriquece, aprimora, provoca evolução. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Assim como sugiro a
amigos conservadores que leiam os autores progressistas, procuro conhecer o
pensamento conservador.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Quando éramos jovens, líamos
muitos autores de esquerda e, com a arrogância típica da juventude,
desprezávamos os autores de direita. Assim como nós, os jovens conservadores
execravam os nossos livros. Uma das poucas vantagens que nos traz a maturidade
é a de perceber que o mundo não é tão maniqueísta quanto pensávamos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Confesso que,
atualmente, não encontro, no Brasil, um autor com pensamento conservador que me
anime à leitura. Bons tempos eram os de quando podíamos ler um texto de José
Guilherme Merchior ou Roberto Campos. Discordávamos deles, mas escreviam tão
bem que dava até raiva! Hoje, a perspectiva de ler algo de Olavo de Carvalho ou
Luiz Felipe Pondé dá certo desgosto.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Por isso, recorro a um
pensador conservador inglês, Roger Scruton. Seu livro mais importante, <i style="mso-bidi-font-style: normal;"><a href="https://www.erealizacoes.com.br/produto/o-que-e-conservadorismo" target="_blank">O que é conservadorismo</a></i>, de 1980 (com
revisões em 1984 e 2001) é quase um manual. Conceitua a atitude conservadora e
aborda aspectos como autoridade, estado, propriedade e trabalho sob esta luz.
É muito didático, no que diz respeito a entendermos o que se contrapõe ao
pensamento progressista. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiY9BEvQyFj5Hvm8RA8YSTVramtBZeKW0aako5FVmVDFxfKwTXCDqwfigL2esjOP-EsywRlWMVOSgzA6bv2IRb7WjmyhUpQ3IptDXQsk2Xihc0kVy29Hx4VKXHHTstHFdhXJogk-g/s1600/O+pensamento+conservador.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><img border="0" data-original-height="499" data-original-width="363" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiY9BEvQyFj5Hvm8RA8YSTVramtBZeKW0aako5FVmVDFxfKwTXCDqwfigL2esjOP-EsywRlWMVOSgzA6bv2IRb7WjmyhUpQ3IptDXQsk2Xihc0kVy29Hx4VKXHHTstHFdhXJogk-g/s320/O+pensamento+conservador.jpg" width="232" /></span></a></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Não é, entretanto, este
famoso manual que mais me instigou, entre as obras deste autor e, sim, <i style="mso-bidi-font-style: normal;"><a href="https://ayine.com.br/catalogue/na-outra-margem_167/" target="_blank">Confissões de um herético</a></i>, uma coletânea
de ensaios esparsos, organizados em 12 capítulos, nos quais aborda os mais
diversificados temas da vida cotidiana. Se não é um texto tão acadêmico quanto
o livro mais famoso, o estilo informal destes ensaios nos deixa perceber, com
mais clareza, os valores e os preconceitos contidos nesta forma de pensar e
enxergar o mundo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Inicia o livro com um
capítulo dedicado à mentira e ao fingimento, fazendo uma instigante comparação
entre as duas atitudes. Discorre sobre isso, tendo a arte como pano de fundo e
utiliza a comparação entre modernismo e classicismo para fazer a equivalência
entre pensamento progressista e conservador, respectivamente. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">No segundo capítulo, um
dos mais divertidos, no livro, ele traça uma comparação entre a relação das
pessoas com animais de estimação urbanos e a relação com os animais rurais e silvestres.
É explicitamente ácido quanto à primeira.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">E segue, no livro,
discorrendo sobre governo, dança, arquitetura, redes sociais, o luto, a morte e
a natureza, entre outros temas. Faz isso, sempre, defendendo um ponto de vista
conservador e absolutamente crítico à interferência do estado em qualquer uma
das atividades sobre as quais discorre.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Na defesa intransigente
de um “estado mínimo”, critica, por exemplo, a evolução da medicina e da indústria
farmacêutica que, segundo sua visão, não deveria ter avançado a ponto de
permitir que as pessoas vivessem tanto, interferindo na naturalidade da morte.
Defende que o estado não deveria subsidiar o atendimento universal da população, mas deixasse que, “naturalmente”, quem não tivesse condições materiais para bancar
um tratamento, vivesse pelo tempo “condizente” com sua posição social.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Aliás, sua convicção de
que as pessoas deveriam se conformar com a vida que sua posição na sociedade lhes
reserva está presente em praticamente todos os textos, seja de forma direta,
seja subliminarmente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Discordo quase
integralmente do que ele escreve, mas, como eu já disse, isso é absolutamente
irrelevante. O termo “quase” eu emprego por ter me identificado com um
componente conservador que é o relacionado à arte. Percebo, em mim, há muito
tempo, um conservadorismo neste campo, sobretudo no que se refere à música.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">De salutar, em seu
pensamento puramente conservador, há a possibilidade de identificar uma
absoluta aversão a qualquer forma de governo autoritário. Em nenhum momento, em
nenhum dos textos, ele ao menos flerta com qualquer ataque à democracia. E esta,
juntamente com a superioridade estética de seu texto, é uma característica que
o difere da maioria dos pensadores conservadores de nosso país.</span><o:p></o:p></div>
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37039774.post-81366230293250309572018-10-24T21:14:00.003-03:002018-10-24T21:26:40.322-03:00O antipetismo e a corrupção<br />
<div class="MsoNormalCxSpFirst" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><span style="font-size: x-large;">A</span> percepção da
corrupção, numa sociedade, depende da atuação de 2 entidades: o órgão oficial responsável
por investigar atos de corrupção e a imprensa. Quanto maior a capacidade que estas
entidades tiverem de exercer seu papel maior será a chance de se perceber o
grau de corrupção. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Quando uso o termo
capacidade, estou incluindo, neste balaio, 3 fatores: liberdade de ação, recursos
materiais e disposição de agir. Isso vale tanto para as entidades
investigativas quanto para a imprensa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Quanto mais esses 3
fatores aplicados a estas 2 entidades forem atendidos, plenamente, mais a
sociedade vai conseguir atingir a real percepção da corrupção.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Durante a campanha
eleitoral deste ano, muito mais do que as propostas, as diferenças ideológicas
e o preparo dos candidatos, o que tem motivado os debates entre eleitores é a
rejeição ao que cada um deles representa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Do lado do candidato
apontado como favorito pelas pesquisas, a tônica da campanha está baseada na
teoria de que o Partido dos Trabalhadores (PT) cometeu mais atos de corrupção
em seu período de governo do que em qualquer outra época, no Brasil. Isso
significa afirmar que, durante esses anos, o grau de corrupção foi maior do que
fora às épocas dos governos FHC, Collor e do regime militar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Uma enorme parcela do
eleitorado recebe, digere e aceita esta afirmação sem avaliar sua consistência.
E faz isso por não submeter a comparação, que nela está inserida, à luz do
ambiente de cada época. A maneira de avaliar esta informação, de forma
apropriada, é comparar estes ambientes, no tocante às 2 entidades e 3 fatores aos
quais me referi no início do texto.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">No período
imediatamente pós-ditadura, as entidades oficiais não dispunham das ferramentas
de que dispõem hoje, mas a imprensa teve um papel importante na veiculação de
informações, sobretudo no governo de Fernando Collor e seu lugar-tenente PC
Farias.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Itamar Franco, após
assumir, criou, em dezembro de 1993, uma comissão especial para investigar
crimes de corrupção, num primeiro movimento para instrumentalizar melhor as
entidades investigativas. Esta comissão foi extinta nos primeiros dias após a
posse de FHC. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Nas duas edições de seu
governo, aliás, além de controlar com mão de ferro a atuação da Polícia
Federal, FHC contou com o beneplácito de grande parte da imprensa. Isso criou
um ambiente muito propício para se blindar a divulgação de casos de corrupção
que foram, desde a compra de votos para aprovar a emenda da reeleição, passando
pelos casos da privatização da Telebras, das obras do Metrô de São Paulo,
PROER, SIVAN e outros que, posteriormente, vieram à tona e estão, hoje, bem
documentados. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Seu procurador-geral da
República, Geraldo Brindeiro, ficou jocosamente conhecido pela alcunha de
“engavetador-geral da República”. Isso acabou explicando o motivo dele ter sido
escolhido para o cargo, apesar de não figurar na lista tríplice que,
tradicionalmente, é preparada pelos procuradores e enviada ao presidente da
República.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Na gestão de Lula, pelo
contrário, da lista dos nomes escolhidos pelos procuradores, aqueles que
figuravam em primeiro lugar foram os indicados para a PGU, tanto em 2003, Claudio
Fonteles, quanto em 2005, Antônio Fernando de Souza que, mesmo tendo sido o
relator da denúncia do mensalão, foi reconduzido ao cargo em 2007. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Em seus 2 mandatos,
Lula instrumentalizou a Polícia Federal, o que possibilitou que o número de
investigações ocorridas, livremente, durante este período, tenha sido 50 vezes
maior que no período tucano. Além disso, a imprensa, de 2002 a 2008, foi
muitíssimo mais vigilante (e é assim mesmo que ela deve ser, mas, com todos),
em comparação à maneira aquiescente com que tratou o período anterior. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Desta forma, fica muito
bem configurada a diferença de ambiente relativa aos 3 fatores envolvendo as 2
entidades a que me referi nos primeiros parágrafos. E, assim, se constrói uma
percepção de “grau de corrupção” muito diferente, também.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Tudo isso, sem contar
com o período do regime militar em que as investigações, sobre qualquer
assunto, só eram permitidas com a autorização das forças armadas e à imprensa,
sob censura, era imposta uma proibição de divulgar qualquer notícia que
desabonasse o governo. Essa dobradinha, investigação zero e imprensa calada,
produziu, no imaginário popular, a ideia de uma época em que não havia
corrupção no Brasil. Há, até hoje, ingênuos que sustentam e agitam esta bandeira!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Hoje, há vasta
documentação sobre isso. Só não enxerga quem não quer ver. Para quem queira,
indico não apenas <a href="https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2015/04/01/conheca-dez-historias-de-corrupcao-durante-a-ditadura-militar.htm" target="_blank">1</a>, mas <a href="https://super.abril.com.br/historia/mito-na-epoca-da-ditadura-militar-nao-tinha-corrupcao/" target="_blank">2</a>, <a href="https://guiadoestudante.abril.com.br/blog/atualidades-vestibular/a-corrupcao-durante-o-regime-militar/" target="_blank">3</a>, <a href="https://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2018-06-04/ditadura-militar-corrupcao-eua.html" target="_blank">4</a>, até <a href="http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2018/06/para-eua-havia-corrupcao-na-ditadura-brasileira-diz-texto-da-cia.html" target="_blank">5</a> exemplos para se informar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">A campanha do candidato
favorito nas pesquisas está calcada num sentimento de antipetismo que foi
construído, principalmente, sobre dois alicerces: um, que afirma que no tempo do
PT o grau de corrupção foi “muito maior” que em qualquer período da história e outro,
que insiste que, na época da ditadura militar, não havia corrupção no Brasil. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Qualquer pessoa pode
votar no candidato que quiser, isso a lei permite (o que, aliás, não acontecia
quando os militares mandavam). Uma pessoa pode votar em Bolsonaro por
preferir sua proposta de modelo econômico (caso descubra qual é). Pode votar
nele por compartilhar de suas ideias antidemocráticas. Pode votar nele, até,
por ser racista, por ser homofóbico, por ser misógino. Estes últimos motivos
são imorais, mas permitidos pela lei. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Agora, a pessoa que
vota neste homem alegando que é devido à corrupção do PT ter sido a maior da
história e que com os militares ela vai se acabar, essa pessoa vai precisar
refletir melhor e confessar, não pra mim (não é da minha conta), mas pra si, o
verdadeiro motivo que a move. Para, pelo menos, não ser hipócrita consigo
mesma.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0wrWLdW9Zmmqx3KQ_ldniSfWHEzvRIb-zv_AT-9EWnV6fJ6DHl6lamFMB98ozEd-P1Dw4dz7nq5me0rF0FoowGDBuREicm102BNRC9niTP21ey8Cm8FqIA168HVY3NOcDIJCryw/s1600/antipetismo+e+corrup%25C3%25A7%25C3%25A3o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="430" data-original-width="640" height="268" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0wrWLdW9Zmmqx3KQ_ldniSfWHEzvRIb-zv_AT-9EWnV6fJ6DHl6lamFMB98ozEd-P1Dw4dz7nq5me0rF0FoowGDBuREicm102BNRC9niTP21ey8Cm8FqIA168HVY3NOcDIJCryw/s400/antipetismo+e+corrup%25C3%25A7%25C3%25A3o.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37039774.post-88163227729534875352018-10-22T09:04:00.000-03:002018-10-22T09:13:21.407-03:00Chuva de opiniões na rede<br />
<div class="MsoNormalCxSpFirst" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b><span style="font-size: x-large;">N</span></b>uma discussão que tive
com alguns amigos, ainda ontem, pelo Facebook, voltei a aludir a uma convicção
que tenho desde que entrei, pela primeira vez, nesta casa de loucos. A de que o
FB é uma espécie de mesa de boteco. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">A internet é uma
ferramenta que dá oportunidade pra que todo mundo participe e, aí, cada um faz
isso da maneira que consegue. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Não é muito diferente
de discussão em boteco<span style="color: red;">*</span>, que tem de tudo: fala mansa, gritaria, soco na mesa e
até ameaças de bofetada (é quando, normalmente, entra a turma do “deixa
disso”). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">O que falta, aqui no FB, é a mesma coisa que falta no boteco, ou seja, opinião serena e embasada. Tem
palpite, cutucada, desabafo, agressão verbal, mas não tem argumentação
estruturada. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">O grande problema é que, através deste ambiente, muita gente está decidindo seu voto.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Antigamente, as pessoas
utilizavam os jornais, o rádio e a TV para se informar. Por mais que alguns
órgãos de imprensa pudessem ser tendenciosos, sabiam que nenhum deles teria a
audácia de fabricar notícias absurdamente falsas (até por medo de levar
processos). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Chegavam ao trabalho e,
como o ambiente não permitia a balbúrdia, participavam de discussões relativamente
ordeiras e, com isso, acabavam tendo a oportunidade de ouvir algum tipo de
argumentação minimamente estruturada. Na escola, sempre conseguiam, do
professor, alguma dica de um livro onde pudessem se aprofundar em determinado
assunto. Alguns chegavam ao capricho de, ao menos, folhear este livro e ler
algumas páginas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Nada disso impedia que,
no encontro no boteco, entre uma cerveja e um prato de torresmo, uma cachaça e
um pires de tremoços, uma batida de limão e uma porção de salaminho, a arruaça
fosse a mesma de sempre, mas, pelo menos, em seu íntimo, cada um tinha sua
opinião construída, fruto de reflexões estimuladas pelas informações
adquiridas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Hoje, aparentemente, as
redes sociais substituíram o boteco, com o agravante de ter um alcance muito
maior do que os integrantes da mesa ao lado. Qualquer um emite opiniões sobre
tudo, desde a quantidade de anestésico em cirurgia de esterilização de gatos
até o melhor método de ministrar aulas de química orgânica.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Todo mundo se sente
livre para opinar sobre o que quiser na rede social, sem necessidade de
informar-se ou estudar sobre o tema escolhido. E, se algum interlocutor contesta
o pitaco, sempre há a opção de esvurmar o mancebo. O pior, neste processo, é
que ele é retroalimentado positivamente, pois, toda imbecilidade que qualquer
um postar na rede pode se transformar em observação genial, caso outros imbecis
inundem seu post com sinais de positivo, coraçõezinhos vermelhos e risadinhas para
reforçar a rematada tolice (além de alimentar sua vaidade). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Pode ser que, com o
tempo, as pessoas aprendam a utilizar as redes sociais para debater de forma
mais estruturada, baseando seus argumentos em informações confiáveis e em
estudo consistente. Por enquanto, estamos muito longe disso.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjU0HoOPEe6OBchTXJ6SdhNiLfr5kQuZE2uMMI4gFZtYDh5gWgRpgxuBdzb-TSCS8xQgu1suy3HZuOFCSM2wSL2ZB99vloqJAFgbt8sRDGhpI7QoRSEfvZp0ZCgdLq3Y4CIQSWULw/s1600/Chuva+de+opini%25C3%25B5es.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1067" data-original-width="1600" height="425" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjU0HoOPEe6OBchTXJ6SdhNiLfr5kQuZE2uMMI4gFZtYDh5gWgRpgxuBdzb-TSCS8xQgu1suy3HZuOFCSM2wSL2ZB99vloqJAFgbt8sRDGhpI7QoRSEfvZp0ZCgdLq3Y4CIQSWULw/s640/Chuva+de+opini%25C3%25B5es.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<o:p><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"> </span></o:p><i style="color: red; font-family: "Trebuchet MS", sans-serif; font-size: small;">*Em tempo, a única coisa
que a discussão de boteco tem de diferente do FB (e para melhor) é a birita.</i></div>
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37039774.post-68916218235598333612018-10-17T13:50:00.000-03:002018-10-17T23:51:06.418-03:00O poder da argumentação<br />
<div class="MsoNormalCxSpFirst" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><span style="font-size: x-large;"><b>D</b></span>evido ao
meu apego às eleições, do qual já falei <a href="https://baudetranqueiras.blogspot.com/2018/10/porque-me-importam-as-eleicoes.html" target="_blank">anteriormente</a>, neste período de
campanha política eu me sinto muito estimulado a debater e isso acontece desde
sempre. Desde quando ainda não havia redes sociais (sim, garotos, já houve um
tempo em que não existiam redes sociais como as de hoje). Em outras épocas se
debatia nos bares, na universidade, na fábrica e, em todos estes ambientes,
gostei, sempre, de debater e expor meu ponto de vista. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Debater
nestes ambientes, aliás, sempre me pareceu mais saudável do que o que acontece
agora. A primeira diferença é que os debates eram preponderantemente baseados
em argumentos. Hoje, você coloca um argumento na rede e, recebe, de volta a
expressão: “não concordo!”. Aí, fica esperando a próxima mensagem, com o
contra-argumento, mas ele não chega. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Pode
receber, de volta, o desenho de uma bonequinha dançando de havaiana ou a sigla
e o número de algum candidato. Quando muito, recebe, do interlocutor, uma
mensagem absolutamente desconectada do tema que foi proposto. Acho que está
ocorrendo uma dislexia generalizada nas pessoas. Elas não estão conseguindo
concatenar as ideias ou formular frases minimamente relacionadas a um tema
específico, sem falar da estupidez que é a utilização da agressividade como
ferramenta de argumentação.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Como
sempre faço em épocas de eleição, eu estava preparado para debater, utilizando,
como base, meus estudos, valores e reflexões, ou seja, tudo aquilo que constrói
as nossas convicções e embasam nossos argumentos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Estava
preparado para debater com os petistas, não utilizando aqueles argumentos de
que só o PT praticou corrupção, que em seu governo a corrupção foi maior do que
nunca, de que no regime militar isso não ocorria e outras tolices, pois, nesta
esparrela só caem os muito ingênuos ou os mal-intencionados (aliás, terei,
eternamente, a dúvida de qual destas duas categorias é mais nociva para o mundo).
Meu debate com os petistas tem sido em outra direção. Tem sido na cobrança do
partido ter adotado, ao chegar ao poder, os mesmos procedimentos que sempre
foram a marca registrada daqueles que estavam à sua direita. No fato de, no
poder, Lula ter transigido tanto e atendido, tão fortemente, às demandas da
camada da população que, desde sempre, tem sido a mais favorecida. Por que é
que os inegáveis avanços sociais implementados foram tão tímidos?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Estava
preparado para debater com os tucanos e cobrar, deste partido, o distanciamento
monstruoso que foi promovido, em relação à sua ideia original. A continuidade
do uso da Social Democracia no nome desta agremiação que, hoje, é mais liberal
que o próprio DEM (ou PFL, ou PDS ou ARENA, tanto faz). Por traírem os ideais
de tucanos históricos como Mário Covas, Euclides Scalco ou José Richa (este,
aliás, foi traído pelo próprio filho).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Estava
preparado para debater com eleitores de Marina e mostrar que seu discurso é
sempre vazio e inconsistente. Este debate, aliás, nem seria necessário pois,
como sempre, esta candidata acaba se transformando no próprio argumento contra
si.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Estava
preparado, até, para explicar para os eleitores de João Amoedo e de seu partido
(que de novo só tem o nome) que só quem nunca leu Aristóteles pode se
apresentar ao eleitorado como um “não político”. Afinal, o grande filósofo já
ensinou, há mais de 2.300 anos, que o homem é um animal político.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">O que
eu não estava esperando é que teria que debater com as pessoas e afirmar (e
reafirmar) que sou contra a tortura, contra o racismo, contra a homofobia,
contra a misoginia, enfim, contra toda forma de violência que se possa praticar
a um ser humano. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Nunca
imaginei que teria que mostrar para as pessoas que não acho admissível um
candidato falar em eliminar (ao invés de vencer) um adversário. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Nunca
passou pela minha cabeça que eu teria que explicar que a democracia foi um bem
conquistado pela nossa sociedade à custa de derramamento de sangue,
assassinatos e desaparecimento de pessoas que tinham opiniões distintas de quem
detinha o poder no regime militar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Enfim,
julguei (talvez ingenuamente), que estas coisas eram tão básicas, tão óbvias,
tão absurdamente evidentes, que não careciam de qualquer tipo de argumentação
para serem defendidas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Esta
etapa da eleição, que se avizinha, deixou de ter um caráter apenas ideológico.
Não é, como deveria, matéria de qualquer tipo de argumentação. Nesta eleição, o
que está em jogo é uma escolha escandalosamente simples. É a escolha entre a
civilidade e a barbárie. E é assustador que ainda haja, na nossa sociedade, uma
dúvida como esta.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6uEleJSCnSxXUCNS1vHw_ahxu4gnf9lsj4JYEGXC_ln53OvQzcS-4AvEtiqZiAcX-XFwd-GVcFObbhdNrXAC8wtZWPaU5P8pKVLV6P_VNiiKsNtCeNX8AaRjvDwHVyOGJDSvZsQ/s1600/debate+pol%25C3%25ADtico.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="499" data-original-width="860" height="370" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6uEleJSCnSxXUCNS1vHw_ahxu4gnf9lsj4JYEGXC_ln53OvQzcS-4AvEtiqZiAcX-XFwd-GVcFObbhdNrXAC8wtZWPaU5P8pKVLV6P_VNiiKsNtCeNX8AaRjvDwHVyOGJDSvZsQ/s640/debate+pol%25C3%25ADtico.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37039774.post-69903011934577106022018-10-17T10:38:00.001-03:002018-10-18T13:34:18.982-03:00Porque me importam as eleições<br />
<div class="MsoNormalCxSpFirst" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmkBW5zsfqUoGoVzQpz8-fWA0jDjPebL2wtCtxtpAD4E6wMmLAmMOn9J1OgsSTu6iapidgoxrmwvyhOITQE2MQ9GtYDCoZLI4UpVrcCJoytlB3iMYPxrWmCvUvjYZaRylzTCwLqQ/s1600/Porque+me+importam+as+elei%25C3%25A7%25C3%25B5es.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="498" data-original-width="921" height="172" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmkBW5zsfqUoGoVzQpz8-fWA0jDjPebL2wtCtxtpAD4E6wMmLAmMOn9J1OgsSTu6iapidgoxrmwvyhOITQE2MQ9GtYDCoZLI4UpVrcCJoytlB3iMYPxrWmCvUvjYZaRylzTCwLqQ/s320/Porque+me+importam+as+elei%25C3%25A7%25C3%25B5es.jpg" width="320" /></a><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b><span style="font-size: x-large;">S</span></b>ou de outro
tempo. Do tempo em que não havia eleições para todos os cargos, no Brasil. A
primeira eleição de que participei foi para senador (votei em Fernando Henrique
Cardoso, que entrou como suplente), mas, naquela época, não era permitido votar
para presidente, governador e nem prefeitos de capitais. Aliás, as eleições
para prefeito também eram proibidas nos municípios em “área de segurança
nacional” e nas estâncias hidrominerais. Nesta última categoria, aliás, nunca
entendi o motivo da proibição, mas quem souber a razão, não precisa me contar.
Naquela época, havia tanta coisa que não fazia sentido que esta era uma
preocupação menor.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Por
todo este histórico, me são caras as eleições. Gosto muito delas e as encaro
como uma conquista do povo brasileiro, depois de 21 anos sob um regime militar
em que, não só os direitos básicos foram surrupiados, mas, também, a dignidade
e, em muitos casos, a vida.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Por
tudo isso, também, sempre resisti a praticar o voto nulo ou em branco e,
confesso, tive medo de ser obrigado a fazer isso nestas eleições, caso a
disputa para governador de São Paulo ficasse restrita à escolha entre Dória
(aquele que tem um sorriso nos lábios e ódio no olhar) e Scaf. Felizmente, fui
salvo pelo gongo e poderei depositar meu voto em Márcio França, como já havia
feito no 1° turno.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Outra
conquista que tivemos foi a instauração do 2° turno nas eleições para os cargos
executivos. Sem ele, com a quantidade insana de partidos políticos que temos no
Brasil, estaríamos ameaçados, a cada eleição, a ver eleito um candidato que
tivesse menos que 15% dos votos totais. Só na eleição deste ano, tivemos 13
candidatos!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Assim
como o 1° turno serve para que cada um escolha o candidato que considere o mais
apropriado, o 2° é feito para que se escolha o menos ruim. O 2° turno é,
também, a oportunidade de se formar alianças políticas, instrumento muito
importante para equalizar programas e, com isso, buscar a ampliação do
eleitorado. Há quem confunda aliança política com conchavo, mas são coisas
completamente diferentes. Conchavo, normalmente, é feito no subterrâneo, no
escuro, com o propósito de satisfazer interesses escusos. Alianças,
normalmente, devem ser feitas à superfície, às claras. A boa política é a arte
de saber dialogar e negociar para se chegar a uma agenda comum que atenda as
expectativas de uma camada maior de eleitores. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">A
importância maior, entretanto, do 2° turno, é a possibilidade de embate entre
os dois candidatos, com mesmo espaço de tempo para expor suas ideias e seus
programas. É nesta oportunidade, efetivamente, que as diferenças de proposta de
governo podem ser avaliadas pelos eleitores, através das argumentações e contra-argumentações
que este evento propicia.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Nas
eleições deste ano, esta oportunidade não está sendo propiciada ao eleitor
devido à fuga do candidato Bolsonaro, o que demonstra, claramente, seu desapego
à democracia (além da covardia, é claro). Além disso, parte dos eleitores fizeram
uso do chamado “voto útil” no 1° turno e abandonaram os candidatos que consideravam
a melhor opção para tentar forçar a não realização do 2°. Este é um erro,
politicamente, grosseiro, e explico o motivo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Ao
esvaziar a sacola de votos do candidato que considera a melhor opção, o eleitor
esvazia, também, o capital político dele, no momento de se fazer as alianças
para a segunda rodada da eleição. Com isso, as ideias e os pontos do programa
que motivaram o eleitor a preferir tal candidato, acabam não tendo chance de ser
incorporados ao programa daquele que, efetivamente, recebeu seu voto. Assim, o
eleitor vai para o 2° turno depositando voto em um candidato que não tem, em
sua plataforma de campanha, os pontos que eram contemplados por seu candidato
inicial e que, portanto, ele julga importantes. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">A
maioria dos eleitores que preferiam Alckmin, Amoedo, Meirelles e Marina,
mudaram, no último momento, para Bolsonaro. Com isso, deixaram seus candidatos
preferidos sem capital político para negociar a inserção de suas propostas na
campanha do capitão do exército, numa eventual aliança política. Desta forma,
este eleitor acabou perdendo dos dois lados. Nem evitou o segundo turno nem
conseguiu ver as ideias nas quais, realmente, acreditava, inseridas no programa
do candidato em que votou.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Votei
em Ciro Gomes no 1° turno e votarei em Fernando Haddad no próximo dia 28. Por
valorizar tanto as eleições, eu nunca questiono a decisão dos eleitores. Isso,
pra mim, é sagrado. Por isso, como eleitor, vou acatar a decisão da maioria,
mesmo que a considere equivocada. Sou, acima de tudo, um democrata.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">E por
ter esta preferência pelos regimes democráticos, votaria em qualquer outro
candidato que não fosse o capitão do mato, pois, como eu disse no início do
texto, sou de outro tempo. Aquele em que a democracia era inexistente no nosso
país e sei muito bem como é viver num ambiente destes. <o:p></o:p></span></div>
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37039774.post-83462865069486675232018-10-14T09:34:00.000-03:002018-10-14T09:34:20.570-03:00Atypical<br />
<div class="MsoNormalCxSpFirst" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="font-size: x-large;"><b>O</b></span> cinema e a TV, em sua
dramaturgia, têm, historicamente, duas formas de tratar pessoas com
necessidades especiais. Aliás, nem sei se este é o termo mais adequado, mais
politicamente correto. Aqui, neste <i style="mso-bidi-font-style: normal;"><a href="http://diversa.org.br/artigos/como-chamar-pessoas-que-tem-deficiencia/" target="_blank">site</a></i>,
tem uma receita de bolo, mas já deve estar desatualizada, já que é de 2014.
Confesso que não dou conta desta evolução semântica.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Mas, voltando ao que
interessa, no cinema e na TV estas pessoas são retratadas, tradicionalmente, ou
de forma caricata e debochada ou, então, de forma melodramática e piegas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Uma exceção a esta
regra é a série <b>Atypical</b>, exibida pelo Netflix, já em sua segunda temporada.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFSBx0yvgFWYt0tgvPaMxv_AudS0g3Y7xpokOSLPVKevlfszGeeArZd-1b_9n_ANvyPHZKq5GwfrHFB9XFeW-vzLkoq3MGbVLcvZoc7zz_jbx-zYkgznO8Yzr0Q2SGbIFX5GaxHQ/s1600/Atypical.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFSBx0yvgFWYt0tgvPaMxv_AudS0g3Y7xpokOSLPVKevlfszGeeArZd-1b_9n_ANvyPHZKq5GwfrHFB9XFeW-vzLkoq3MGbVLcvZoc7zz_jbx-zYkgznO8Yzr0Q2SGbIFX5GaxHQ/s640/Atypical.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Ao retratar a família e
os colegas do protagonista, um adolescente com autismo (não sei, ao certo,
precisar o grau), mostra estas duas formas erradas de se relacionar com ele, a debochada
e a piegas, pelos colegas da escola e pela família, respectivamente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">As exceções a esta
dualidade estão representadas pelas personagens de sua irmã e de seu colega de
trabalho que procuram tratá-lo, no limite do possível, como uma pessoa
absolutamente normal.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A série mostra o
cotidiano do protagonista e de seu entorno com bastante leveza, sem deixar de
mostrar as dificuldades e os dissabores de todos que gravitam ao seu redor.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Enfim, é uma série que
eu recomento fortemente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">TRAILER:</span>
</span><a href="https://www.youtube.com/watch?v=mw6EPR6sNS0"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">https://www.youtube.com/watch?v=mw6EPR6sNS0</span></a><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;"><o:p></o:p></span></div>
<br />Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-37039774.post-38709533984383527232018-10-08T21:27:00.001-03:002018-10-09T09:27:17.080-03:00Reflexões sobre a eleição presidencial no primeiro turno<br />
<div class="MsoNormalCxSpFirst" style="line-height: 115%; margin-bottom: 12.0pt; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b><span style="font-size: x-large;">P</span></b>assado um dia da divulgação do resultado
das eleições, neste primeiro turno e, depois de acompanhar as análises feitas
pelos “especialistas” na TV, escrevo aqui algumas conclusões a que cheguei a
partir de minhas reflexões. Acho importante, aliás, que cada um consiga
formular suas próprias conclusões em lugar de aceitar apenas e, passivamente,
as conclusões oriundas da análise de jornalistas das grandes empresas de mídia,
das declarações de políticos profissionais (de qualquer que seja o partido), de
seu chefe ou do pastor de sua igreja. A única forma de criar um legítimo senso
crítico é conseguir criar um pensamento político baseado em suas próprias
reflexões. É claro que todos temos nossas influências e é natural nos apoiarmos
nelas, mas, as formas de influência que citei acima (TV, partidos políticos, o
empregador e a igreja) são as piores que podem haver. Cada um deve buscar as
suas fontes de influência. Eu sugiro os livros. Dá um pouco de trabalho, mas é a
única, entre as que eu conheço, que estimula a própria reflexão.</span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; margin-bottom: 12.0pt; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Se 49 milhões de eleitores votaram em
Bolsonaro, outros 58 milhões preferiram escolher outro candidato. Houve, além
disso, mais de 10 milhões de eleitores que foram às urnas e preferiram não dar
seu voto para nenhuma das 13 opções apresentadas e mais 30 milhões que sequer
compareceram aos locais de votação. Desta forma, do total de eleitores
cadastrados nas zonas eleitorais do Brasil e, também, no exterior, 33% deles
votaram no Capitão e 66% preferiram não lhe presentear com o voto.</span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; margin-bottom: 12.0pt; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; margin-bottom: 12.0pt; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">O Fenômeno
Bolsonaro</span></span></b></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; margin-bottom: 12.0pt; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Jair Bolsonaro começou sua atuação
política no fim da década de 1980, defendendo o aumento do soldo de oficiais de
baixa patente do exército. Foi uma atuação sindical, portanto. Como para esta
classe trabalhadora não há sindicatos, ele utilizou a estratégia de organizar
manifestações das esposas de militares, já que os procedimentos fechados desta
entidade proíbem seus membros de se expressar livremente. Elegeu-se vereador na
cidade do Rio de Janeiro baseado nos votos deste segmento. Evidentemente, sua
luta por melhoria nos salários não incluía os direitos de suboficiais,
sargentos, cabos e soldados. Apesar disso, a classe toda engajou-se na tarefa
de elegê-lo. A alta oficialidade sempre teve muitas reservas ao seu
comportamento, e, em documentos internos do Exército Brasileiro, da década de
1980, ele já era avaliado por seus superiores como um oficial deficiente na
tarefa de liderar por sua “falta de lógica, racionalidade e equilíbrio na
apresentação de seus argumentos”. Na verdade, é uma pessoa tosca, iletrada e
inculta.</span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; margin-bottom: 12.0pt; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Após este início, foi pavimentando sua
carreira política, elegendo-se, dois anos depois, como deputado federal e, a
partir daí, captando a sensação (legítima) de insegurança da população carioca,
foi vendo crescer sua popularidade e seu volume de votos, sempre com um
discurso pautado pela extrema violência e baseado em manifestações de
intolerância a diversos grupos que encontraram eco em segmentos da nossa
sociedade. Nestes 30 anos de carreira política, esteve filiado a 8 partidos
diferentes.</span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; margin-bottom: 12.0pt; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Na eleição de ontem, este candidato obteve
uma quantidade expressiva de votos e é importante, portanto, tentar identificar
as características de quem depositou seu voto num candidato tão tosco. Eu
consegui formular algumas (mas deve haver outras):</span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; margin-bottom: 12.0pt; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">1 –
O bolsonarista típico</span></b></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; margin-bottom: 12.0pt; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">É aquele que concorda e apoia os valores
mais autênticos deste personagem, ou seja, o racismo, a homofobia, a misoginia,
a tortura e a convicção de que a violência é um caminho aceitável para se
atingir os fins. Minha convicção é que, felizmente, esta parcela é
relativamente pequena, comparando-se com a quantidade de votos que ele recebeu.</span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; margin-bottom: 12.0pt; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">2 –
O eleitor insatisfeito</span></b></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; margin-bottom: 12.0pt; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Este grupo, que me parece ser um dos maiores,
entre seus eleitores do dia de ontem, é aquele que não está satisfeito com o que
o estado tem oferecido em termos de serviços públicos, sobretudo no combate e
prevenção da violência. Embora o candidato, durante a campanha, não tenha
apresentado nenhuma proposta concreta de combate a este mal que assola,
principalmente, as médias e grandes cidades brasileiras, suas bravatas
encontram eco na parcela da população que vê, todos os dias, as polícias
estaduais atuarem muito mais na defesa do patrimônio da classe média e alta, do
que na proteção da vida de quem mora na periferia e, principalmente, nas
favelas. A perspectiva do surgimento de um “salvador da pátria”, que consiga
mudar esta realidade, prometendo segurança, ocorre como alento na mente desta
população, que acaba relevando o fato destas promessas não estarem
rigorosamente atreladas ao cumprimento estrito da lei ou ao respeito aos
direitos humanos. Neste ponto, é interessante perceber que esta falta de apego
ao cumprimento estrito da lei e o desrespeito sistemático aos direitos humanos
são justamente as principais características da atuação das polícias estaduais,
que, hoje, produzem esta insatisfação, sobretudo nas áreas da população menos
favorecida.</span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; margin-bottom: 12.0pt; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">3 –
O eleitor eminentemente conservador</span></b></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; margin-bottom: 12.0pt; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">É o mais ideológico, entre todos.
Convencido do discurso liberal, de que o estado deve interferir pouco na
economia (os mais radicais, dizem nada), é o eleitor que não votaria,
naturalmente, em Bolsonaro, mas admite relevar as características fascistas que
o candidato manifesta publicamente, em troca de um “bem maior” (em sua visão),
ou seja a “eliminação do pensamento de esquerda”. A simples utilização deste
verbo (“eliminar”), por si só, já revela que o caráter fascista não está presente
somente no discurso do candidato.</span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; margin-bottom: 12.0pt; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">É o grupo que mais tem consciência de que
qualquer avanço em políticas sociais, com foco na redistribuição de renda e na
diminuição da concentração da riqueza do país, enfim, tudo que mire da direção
da redução da desigualdade, irá comprometer seus próprios interesses. É a
parcela da sociedade que luta, com todas as forças, para, do ponto de vista
econômico, conservar as coisas como estão (o termo conservador não vem do nada,
afinal). Como é economicamente conservador, o é, também, em relação aos
costumes e, por isso, questões como a violência contra os negros, os índios, as
mulheres e os homossexuais não lhe comovem. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; margin-bottom: 12.0pt; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Não que ele pratique ou estimule este
comportamento, muito pelo contrário. Apenas não se importa com isto.</span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; margin-bottom: 12.0pt; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="color: red;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b>*</b><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Cabe aqui um esclarecimento</b>:<i style="mso-bidi-font-style: normal;"> Quero apenas deixar claro que não considero
que ser conservador seja um defeito. É apenas uma característica, absolutamente
legítima. O problema é quando o conservador, no natural afã de conservar o status
quo, torna-se reacionário. Quando adquire esta característica, perde a
capacidade de dialogar com respeito com um oponente e é neste ponto que começa
a proferir considerações semelhantes ao do bolsonarista típico. É quando passa
a utilizar verbos como varrer, limpar, metralhar e, o mais emblemático, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">eliminar</b>, ao se referir a adversários.</i></span></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; margin-bottom: 12.0pt; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">4 –
O eleitor antipetista</span></b></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; margin-bottom: 12.0pt; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Aqui, é muito importante não confundir com
o eleitor conservador. O conservador não é antipetista, pois nunca votou e
nunca irá votar no PT. O conservador é aquele que será “anti” qualquer partido
que apresente propostas na direção de redução da desigualdade, como foi
explicado no item anterior. </span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; margin-bottom: 12.0pt; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">O eleitor antipetista é muito menos
esclarecido que o conservador, até por que, é o eleitor que se deixa pautar
pela opinião da mídia, do mercado, da igreja e de outras instâncias
influenciadoras. Tem, portanto, comportamento circunstancial. Se estas
instâncias, amanhã, elegerem os carnívoros como a causa de todos os males que
assolam o mundo, passarão a ser anticarnívoros e, adotarão discurso e atos que
tenham o objetivo de eliminar (de novo, este maldito verbo), da face da terra,
os indivíduos que tenham o hábito de comer carne. O mesmo fenômeno aconteceu
com os judeus na Alemanha, durante o regime nazista. A falácia de que a
corrupção foi inventada pelo PT, ou foi maior em seus governos, ou que na
ditadura não existia corrupção é tão simplória que somente os extremamente
ingênuos, que são muitos, embarcam nesta onda. Esta é a falácia que pegou. É a
falácia do momento.</span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; margin-bottom: 12.0pt; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">O antipetista é o eleitor mais manipulável
e mais fácil de enganar. É o mais inculto, o que não significa que não tenha
recebido alguma educação formal. Consegue combinar letras e sílabas e reproduzir
o som das palavras que estas combinações geram, mas quando as associações
ocorrem entre as palavras, costuma se atrapalhar, principalmente se elas forem
expressas através da escrita. Devido a isto, prefere se informar pela TV do que
pelos jornais. Utiliza, também, as notícias veiculadas pelas redes sociais e as
compartilham indiscriminadamente, sem checar sua veracidade e, também, sem
questionar se fazem sentido. Não é o único tipo de eleitor que compartilha as <i style="mso-bidi-font-style: normal;">fake News</i>, mas é o único que acredita
nelas.</span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; margin-bottom: 12.0pt; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">É um grupo tão grande quanto o dos
insatisfeitos, sendo que muitos indivíduos podem ser categorizados dentro de
ambos.</span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; margin-bottom: 12.0pt; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">5 –
O eleitor evangélico</span></b></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; margin-bottom: 12.0pt; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Na minha visão, foi o responsável pela abrupta
e leve elevação dos votos em Bolsonaro, comparados aos dados nas pesquisas do
sábado. Esta elevação quase liquidou o pleito no primeiro turno, o que seria
uma pena.</span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; margin-bottom: 12.0pt; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: red;">*</span><span style="color: red;">Outro esclarecimento</span></b><span style="color: red;">:<i style="mso-bidi-font-style: normal;"> sou um fervoroso defensor do sistema em
dois turnos, para o executivo, por dois motivos: ele impede que um candidato
com apenas 10 ou 15% dos votos totais se eleja e, principalmente, porque é no
segundo turno, normalmente, que surge espaço para um real debate de ideias e
conceitos. Num segundo turno, em geral, nenhum candidato consegue fugir à
responsabilidade de apresentar seus planos e projetos.</i></span></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; margin-bottom: 12.0pt; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Voltando ao perfil do eleitor evangélico,
é o que tenho mais dificuldade em interpretar, por ser muito complexo.
Identifico, neste tipo de eleitor, traços característicos, tanto do
eminentemente conservador quanto do antipetista.</span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; margin-bottom: 12.0pt; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">O conservadorismo desta parcela da
sociedade, diferentemente do conservador liberal, é muito mais focado nos
costumes do que na economia. Neste aspecto, o que acaba pegando mais fundo em
sua consciência são as questões da luta contra a homofobia e a
descriminalização do aborto, presentes, firmemente, no discurso dos eleitores
progressistas.</span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; margin-bottom: 12.0pt; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Existe aí, a meu ver, uma dificuldade de
interpretação por parte dos evangélicos: criticar a homofobia é criticar a
violência contra os homossexuais (que, em última análise, se insere na crítica
à violência contra qualquer ser humano). Não há, na luta contra a homofobia,
nenhuma intenção de “estímulo” ao homossexualismo, até porque, não se trata de
uma escolha (e muito menos de um defeito ou doença) e sim de uma orientação íntima
e pessoal. Esta dificuldade de interpretação é ampliada por bobagens como o
“kit gay” (uma coisa que nunca existiu) e outras coisas do gênero.</span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; margin-bottom: 12.0pt; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Na questão do aborto, outra confusão.
Descriminalizar não significa estimular alguém a fazer um aborto. Ninguém faz
um aborto por que quer. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Cada mulher deve
ter o direito de fazer o que achar mais apropriado com seu corpo (como fazem os
homens). É uma decisão individual. O estado não deve se meter neste assunto
(nesta questão, sou mais liberal que os ultraliberais). Além do mais, se as
igrejas evangélicas querem desaconselhar seus seguidores a fazer aborto, que o
façam, mas o que acontece com as pessoas de fora de suas congregações não é
assunto onde devam se meter.</span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; margin-bottom: 12.0pt; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Já o seu antipetismo é ainda mais
circunstancial do que o antipetismo clássico, descrito no item anterior. Para
adotar esta posição, subitamente, pode bastar uma orientação do pastor que, na
maioria das vezes, é dada a poucas horas do dia da eleição. Desta vez,
decidiram votar em Bolsonaro, mas em outras eleições o voto foi pro PT,
seguindo a mesma fórmula.</span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; margin-bottom: 12.0pt; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: red;">*</span><span style="color: red;">Mais um esclarecimento se faz necessário:</span></b><span style="color: red;"> <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Tenho muitos amigos
evangélicos e eles sabem o quanto respeito sua fé (na mesma medida em que
respeitam a ausência dela, em mim). Eles sabem, também, que apesar de respeitar
qualquer tipo de fé (cristãos, judeus, adeptos da umbanda e candomblé, crentes
no deus Tupã ou em Thor), tenho pouquíssimo respeito pela instituição da
maioria das igrejas que exploram esta fé.</i></span></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; margin-bottom: 12.0pt; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">É muito provável que a maioria dos
eleitores de Bolsonaro se encaixe em mais de uma destas categorias, até porque,
o ser humano é a espécie do reino animal mais complexa e controversa que existe
no planeta.</span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; margin-bottom: 12.0pt; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; margin-bottom: 12.0pt; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">O fenômeno <i>#ELENÃO#</i></span></span></b></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; margin-bottom: 12.0pt; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">A composição do eleitorado que não quis
depositar seu voto no capitão talvez seja mais heterodoxa do que o grupo que
votou a favor. Há, inclusive, nesta composição, por mais contraditório que
pareça, integrantes de alguns dos mesmos grupos que lhe presentearam com o voto.</span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; margin-bottom: 12.0pt; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">A característica dos que não quiseram
depositar sua confiança no capitão é o que vou tentar destrinçar agora:</span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; margin-bottom: 12.0pt; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">1 –
O eleitor progressista</span></b></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; margin-bottom: 12.0pt; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Tão ideológico quanto o conservador, é
aquele que acredita e defende um estado que garanta as mesmas oportunidades para
todo o conjunto da sociedade, além de ter a convicção de que é dele o dever de
prover serviços essenciais como saúde, segurança e educação à população. Está
consciente de que, para isso, é necessária uma política fiscal mais justa e
proporcionalmente mais igualitária e, assim, defende uma tributação amena para
quem tem baixa renda e robusta para quem tenha maior renda.</span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; margin-bottom: 12.0pt; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">De forma geral, não está filiado a
qualquer partido e é pautado menos por eles e mais por uma ideologia do tipo
social democrata, tendo a preocupação de identificar, em cada momento particular
da história, quais partidos ou candidatos apresentam um discurso que coincida
com este ideal de governança. Este eleitor tem, por característica intrínseca e
ideológica, um histórico de defesa de direitos humanos e luta contra a
violência e o preconceito, sofridos pelas mulheres, negros, índios e membros da
comunidade LGBT.</span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; margin-bottom: 12.0pt; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Esta categoria de eleitor foi migrando sua
preferência por partidos, no Brasil, conforme estes iam mudando sua posição no
espectro ideológico. A grande maioria dos eleitores com este perfil foi
entusiasta do PSDB, em sua origem, e, conforme este partido foi mudando sua <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>identidade em direção à direita, o eleitor foi
fazendo outras escolhas, dentre elas, o PT de Lula ou o PDT de Brizola e Darcy
Ribeiro.</span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; margin-bottom: 12.0pt; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">É um eleitor preocupado com a corrupção,
mas tem consciência que este é um problema crônico e endêmico da sociedade
brasileira e a firme convicção de que ela não está atrelada a apenas um partido
político. Por isso, defende, mais do que uma política de caça às bruxas
seletivo e pautado por interesses escusos, a adoção de medidas, por parte do
estado, de um modelo que não estimule o financiamento privado de campanhas
políticas.</span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; margin-bottom: 12.0pt; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Tem, acima de qualquer preferência
partidária, um compromisso com a democracia e se engaja fortemente contra os
movimentos de cunho fascista que a ameacem.</span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; margin-bottom: 12.0pt; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: red;">*Insistindo:</span></b><span style="color: red;"> <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Ser progressista ou ser conservador não
significa, em minha concepção, estar do lado certo ou do lado errado, ser do
bem ou ser do mal. Significa ter valores e visões de mundo diferentes. A própria
escolha entre ser solidário ou individualista é uma escolha íntima e pessoal, ambas
legítimas. A convivência pacífica e a interlocução respeitosa entre pessoas com
estas diferentes concepções ideológicas só reforçam a democracia. Quando um
sentimento de ódio e um desejo de <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">eliminação</b>
do oponente começa a vigorar, aí a democracia é colocada em risco.</i></span></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; margin-bottom: 12.0pt; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">2 –
O eleitor petista</span></b></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; margin-bottom: 12.0pt; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Sem ser, necessariamente, filiado ao PT, é
aquele que vota sistematicamente em seus candidatos. Exerce uma militância
forte, nos períodos de campanha eleitoral, mas não participa do dia a dia do
partido nem toma parte de suas deliberações. Tem, em geral, atitude aguerrida
na militância, mas sua energia oscila, de acordo com o momento histórico no
Brasil.</span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; margin-bottom: 12.0pt; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">3 –
O petista de carteirinha</span></b></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; margin-bottom: 12.0pt; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">É aquele eleitor que, mais do que
militante, é filiado ao PT e, com isso, segue suas diretrizes, sejam elas quais
forem, já que participa de suas deliberações e, mesmo quando suas posições
particulares são derrotadas, dentro do partido, age com disciplina. Esta é uma
característica comum em partidos fortemente estruturados e está presente neste
tipo de agremiação, no mundo todo.</span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 115%; margin-bottom: 12.0pt; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">A quantidade de eleitores petistas e de
petistas de carteirinha representa um número muito menor do que se supõe.
Acostumou-se, entretanto, nestes últimos anos, a classificar todo aquele que
defende políticas de inclusão social como petistas ou petralhas, como preferem
aqueles que cultivam o uso do verbo “eliminar” na referência aos antagonistas.</span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">4 – O eleitor de esquerda<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Predominantemente
oriundo do grupo de ex-eleitores petistas, está à esquerda do PT e considera
que a solução para os problemas sociais que o Brasil enfrenta, há séculos, pode
ser obtida através de um modelo em que o estado venha a gerir o maior número de
atividades possível. São eleitores que votaram nos candidatos do PSOL, PSTU e
PPL. Neste primeiro turno teve pouquíssima participação na contagem de votos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">5 – O conservador órfão<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">É aquele eleitor que se
manteve fiel à sua convicção, confirmando seu voto no candidato em que, de
fato, acreditava. Eleitor de Alckmin, Amoedo, Daciolo, Meirelles, Álvaro Dias e
Eymael, totalizou um volume de votos menor que a de votos nulos, quantidade
esta que, naturalmente, tende a migrar para Bolsonaro, no segundo turno.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">6 – O eleitor de Marina Silva<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Este eleitor, assim
como a própria candidata, são os exemplos mais complexos para se analisar, mas
vou arriscar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Dona de mais de 22
milhões de votos, em 2014, viu seu balaio encolher para pouco mais de 1 milhão,
no final do dia de ontem. Ao longo da campanha, foi vendo as previsões de
intenção de votos em seu nome diminuírem, continuamente, devido ao parco
significado de seu discurso. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">O eleitor típico de Marina
se divide, historicamente, entre 2 grupos. O primeiro é o de perfil culto e
educado, preocupado com a proteção do meio ambiente e com o bem-estar das
pessoas, de forma geral. O segundo grupo pertence ao dos eleitores evangélicos.
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Eu arriscaria o palpite
de que a queda paulatina ocorrida no decorrer da campanha seja devida à
migração da intenção de votos das pessoas do primeiro grupo, em favor de Ciro e
Haddad e a queda abrupta, ocorrida nos últimos 2 ou 3 dias da campanha, deveu-se
à migração dos evangélicos em favor de Bolsonaro. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Saber para onde vai este
milhão de votos que ela conquistou é um exercício de adivinhação tão difícil
quanto inútil.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><span style="font-size: large;">E daí?</span><span style="font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></span></span></b></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">E daí, nada. Adivinhação
não é minha praia. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">O resultado, para o
segundo turno, apresenta um favorito claro, que é Bolsonaro. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Do ponto de vista
matemático, as previsões mais óbvias são as de que os votos em Ciro e os dos
eleitores do PSOL, PSTU e PPL migrem para Haddad, assim como os dos
conservadores órfãos (que votaram em Alckmin, Amoedo, Daciolo, Meirelles,
Álvaro Dias e Eymael) se dirijam para Bolsonaro. Dos eleitores de Marina Silva,
nem mesmo o velho Oswald de Souza, conseguiria prever.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Há, ainda, os 40
milhões de eleitores que votaram em branco, nulo ou não compareceram às zonas
eleitorais e que podem, a seu bel-prazer, alterar esta estatística (para cima ou
para baixo). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Deixando a matemática
de lado e pensando em campanha eleitoral, acredito que haja um volume de votos
que pode ser conquistado por Haddad (ou deve preservado por Bolsonaro) que é o
dos grupos maiores, ou seja, os que eu chamei de eleitor insatisfeito e eleitor
antipetista. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="tab-stops: right 425.2pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">O
desafio de Haddad, evidentemente, é maior, mas Bolsonaro não poderá continuar
fugindo dos debates e terá, em algum momento, que apresentar algum plano de
governo. A partir de agora, ele terá muito mais tempo no rádio e na TV para
aparecer e se pronunciar. Resta saber se ele conseguirá usar este tempo em seu
benefício ou se é isso que pode levá-lo à lona. Afinal, há pessoas que, ao
receberem uma corda, laçam um cavalo e o domam. Há outras que só o que conseguem
fazer é se enforcar. </span><o:p></o:p></div>
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37039774.post-76612306535694045512018-10-07T23:35:00.001-03:002018-10-15T11:27:28.210-03:00Conhecer e refletir sobre a história<br />
<div class="MsoNormalCxSpFirst">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><span style="font-size: x-large;"><b>A</b></span>cabei de assistir, e recomendo, o filme <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Operação Final</i>, que estreou esta semana
no Netflix e mostra a estratégia utilizada para raptar, em Buenos Aires, e levar
para Israel, em 1960, o criminoso de guerra Adolf Eichmann, arquiteto da
Solução Final, plano de execução em massa de judeus capturados nas regiões ocupadas
pelo regime nazista. <o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">A Argentina foi o país da América que mais recebeu
oficiais nazistas fugidos da justiça ao fim da segunda guerra e, com isso,
manteve, durante muito tempo, com a conivência do governo local, uma enorme
comunidade que cultivou e ampliou o alcance das ideias de Hitler naquele país,
àquela época.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">O filme é muito bem conduzido, por Chris Weitz,
que tem a façanha de manter, o tempo todo, um clima de suspense, mesmo numa trama
que todos, com alguma curiosidade pela história da segunda guerra, já sabem o
final.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">No papel do carrasco nazista, o ótimo ator Ben Kingsley,
perfeitamente caracterizado e em exuberante interpretação.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqwOVwtTGeYu0SmhsRj9aDqYU-_AmakZSKb6-xrA_Os9sIPo7ScVaOXaDzDmHNw-HRHvm074ne7WhdXcCYEs3PM9-U0w_tjQS626ntDRSnpaO4hTSwL08Hv0_zNAfqZmqY2TpaOg/s1600/operacao+final.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="459" data-original-width="860" height="340" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqwOVwtTGeYu0SmhsRj9aDqYU-_AmakZSKb6-xrA_Os9sIPo7ScVaOXaDzDmHNw-HRHvm074ne7WhdXcCYEs3PM9-U0w_tjQS626ntDRSnpaO4hTSwL08Hv0_zNAfqZmqY2TpaOg/s640/operacao+final.jpg" width="640" /></a></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">TRAILER:
</span><a href="https://www.youtube.com/watch?v=jLJmHh0Wrg4"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">https://www.youtube.com/watch?v=jLJmHh0Wrg4</span></a><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;"><o:p></o:p></span></span></div>
</div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Para quem tiver mais interesse pelo assunto, recomendo
(disponível na Net NOW) o filme <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Hannah Arendt – Ideias que chocaram o mundo</i>, com a atriz Barbara Sukowa no papel
protagonista. Trata do episódio na vida desta filósofa alemã e judia quando foi,
a convite da revista The New Yorker, cobrir o julgamento de Eichmann.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">O resultado de suas observações teve um grande
impacto na comunidade judaica mundial, predominantemente contrário a ela, já
que, em lugar da esperada caracterização do personagem como um facínora monstruoso
e anormal, ela identificou um homem medíocre, como qualquer outro, bastante
banal, atrelado a uma burocracia de estado da qual nem mesmo pensou em
questionar. <o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6XO5BSJbflX9QcVULGSwLpniSPxHGKzlrioAy_aLTM0Qc-gPpvKzQqNmoe8jRLZcS3jTbLdSdgkWj8CvBQ_Z_6rlkwhGfLY053sx0ZofdcEK6vMGUDp3fJzEddt3_PisPgeg3UQ/s1600/hannah.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="800" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6XO5BSJbflX9QcVULGSwLpniSPxHGKzlrioAy_aLTM0Qc-gPpvKzQqNmoe8jRLZcS3jTbLdSdgkWj8CvBQ_Z_6rlkwhGfLY053sx0ZofdcEK6vMGUDp3fJzEddt3_PisPgeg3UQ/s640/hannah.jpg" width="640" /></a></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">TRAILER:
</span><a href="https://www.youtube.com/watch?v=rGV2fkJuzms"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">https://www.youtube.com/watch?v=rGV2fkJuzms</span></a><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;"><o:p></o:p></span></span></div>
</div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Estes escritos, misto de reportagem jornalística com
reflexão filosófica, deram origem ao livro <i style="mso-bidi-font-style: normal;"><a href="https://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=11143" target="_blank">Eichmann em Jerusalém. Um Relato Sobre a Banalidade do Mal</a></i>. <o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Sua importância para o pensamento filosófico sobre
o totalitarismo é mostrar que, mais perigoso do que o surgimento de um
personagem, na história, capaz de conduzir uma imensa multidão para um caminho
de violência e destruição (como foi o caso de Hitler) é o fato desta manada se
deixar conduzir sem questionar, sem criticar, sem reagir.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Discutir estes temas é muito importante, pois eles
podem suscitar uma reflexão profunda da sociedade mundial e, sobretudo no
Brasil, já que estamos, neste momento, no olho de um furacão conservador de amplitude
extremada.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<br />Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-37039774.post-90176506206087147882018-10-07T11:56:00.000-03:002018-10-07T12:03:15.111-03:00História repetida<br />
<div class="MsoNormalCxSpFirst" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><span style="font-size: x-large;"><b>E</b></span>mbora haja quem ainda creia
que</span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">, ao estudar história,</span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"> aprendemos com os erros, este ditado está, cada vez
mais, desacreditado, já que vimos, sempre e sempre, os erros cometidos serem
repetidos. Ou, então, estamos estudando pouco.</span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Hitler subiu ao poder
através do voto, numa eleição democrática, a partir de um discurso baseado na
intolerância e que prometia uma “reconstrução”. O discurso seduziu as massas.
Assim que assumiu, empreendeu uma sistemática perseguição a determinados
seguimentos da população que, de início, foram sendo segregados em guetos e,
num momento posterior, foram enviados a campos de concentração, para serem
eliminados. A esta estratégia se chamou de “solução final”. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Os maiores segmentos da
população atingidos pela perseguição nazista foram os judeus, os esquerdistas
(comunistas, socialistas, anarquistas e social-democratas) e os homossexuais. Os
indivíduos de cada um destes grupos segregados eram obrigados, para andar nas
ruas, a costurar, em suas roupas, um triângulo colorido que os identificava. Os
judeus tinham que andar com a cor amarela, os partidários de ideias de esquerda
com a cor vermelha e os homossexuais com a cor rosa. Caso algum indivíduo
tivesse dois destes “defeitos”, deveria pregar triângulos com cores diferentes,
o que resultava numa estrela bicolor. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGERoMYiC3LsoAr5qx8ZhkynIQP6OILVVd1_g1JdcCGIOahT0O2MmYRNJH5SgAJbS_NiQD-jAna8rqLC3NDvbcFbyX2USTLFDAEHQvuswi3OmSlP_P3pzlu5yWT2kzn5OjDxtXjA/s1600/triangulos+nazismo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1073" data-original-width="800" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGERoMYiC3LsoAr5qx8ZhkynIQP6OILVVd1_g1JdcCGIOahT0O2MmYRNJH5SgAJbS_NiQD-jAna8rqLC3NDvbcFbyX2USTLFDAEHQvuswi3OmSlP_P3pzlu5yWT2kzn5OjDxtXjA/s640/triangulos+nazismo.jpg" width="475" /></a></span></div>
<br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Grande parte da
sociedade alemã, da época, não se sensibilizou com isso, já que não fazia parte
dos segmentos segregados. Hoje, todos sabemos como esta coisa terminou.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Bolsonaro adquiriu
popularidade com um discurso que incita à violência, direcionada a três grupos
de pessoas: os negros, os esquerdistas e os homossexuais. Aos esquerdistas,
aliás, ele já propôs, mais de uma vez, o fuzilamento como solução (seria,
talvez, a sua “solução final”?)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Hoje, ele concorre à presidência
da república num processo eleitoral democrático, prometendo, também, uma reconstrução.
Há uma chance real dele vencer a eleição. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Grande parte da
sociedade brasileira, de hoje, não se sensibiliza com a violência contra os
negros, contra os homossexuais e contra os que têm ideias de esquerda. Afinal, boa
parte da nossa sociedade não se enquadra em nenhuma destas “categorias”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Enfim, como já está
provado que não aprendemos com os erros, é enorme a chance que a história se
repita, mais uma vez.</span><o:p></o:p></div>
<br />Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-37039774.post-67529913232883381622018-10-03T20:28:00.001-03:002018-10-03T20:28:20.037-03:00Extremismo assimétrico<br />
<div class="MsoNormalCxSpFirst" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="font-size: x-large;"><b>P</b></span>ululam na imprensa (e,
por conseguinte, na internet) editoriais, artigos e textos esparsos com o
discurso de que a disputa que se avizinha, após o próximo domingo, será entre a
extrema-direita e a extrema-esquerda. Até mesmo Ciro Gomes está pegando carona
nesta conversa, menos por convicção, mais por oportunismo (coisas de estratégia
política mesclada com desespero). Nada, porém, é mais falso do que este
discurso.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Posicionada à esquerda
do PT, encontramos uma enorme diversidade de agremiações (partidárias ou não)
e, mesmo dentro do partido, há um balaio com divisões e subdivisões que abrangem
um espectro inimaginável, de tão diverso. Há quem defenda que nem mesmo de
esquerda o PT pode ser classificado, mas, aí, já reside certo exagero.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">À direita de Bolsonaro, não há nada nem ninguém.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Para quem prefere os
desenhos às palavras, basta imaginar um segmento de reta, na horizontal, e
visualizar o PT e uma enxurrada de outros agrupamentos como PSOL, PC do B,
PSTU, MST, MTST, entre outros, alguns próximos e outros mais distantes, mas todos
à sua esquerda. É possível enxergar, no outro extremo, um Bolsonaro solitário, bem
longe das outras agremiações conservadoras e sem ninguém, nem nada, à sua
direita.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A visualização desta
imagem mental é mais do que suficiente para perceber o quanto este discurso do
embate entre extrema-direita e extrema-esquerda é fantasioso (a quem tiver
dificuldade em visualizar figuras imaginárias, sugiro que desenhe).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Na minha juventude eu
me entediava com as intermináveis discussões nos centros acadêmicos entre
stalinistas e trotskistas, evocando figuras emblemáticas do pensamento de
esquerda com discursos repetitivos e desconectados da nossa realidade. Eram
discussões inúteis, mas ficava muito clara a posição de cada grupo na tal linha
imaginária. Chegava a ser divertido (muito menos divertido, entretanto, era o
que se passava nos porões do regime). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">O pessoal mais jovem
não vivenciou essa realidade, e, talvez por isso, este discurso desproporcional
ganhe adeptos. É compreensível. Vejo, entretanto, muita gente da minha idade comprando
esta ideia da simetria entre os dois extremismos o que, aparentemente, mostra
que àquela época, não tomava conhecimento do que se passava à sua volta, que
dirá no país inteiro (seja na superfície, seja no subterrâneo). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Fico imaginando o que é
que essas pessoas ficavam fazendo na faculdade e, antes que alguém diga que
ficava estudando, devo esclarecer que, nessa idade, sempre tive energia para
estar antenado com o que ocorria à minha volta e, ao mesmo tempo, aprender a utilizar
as transformadas de Laplace (saudade daquela vitalidade!!!).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Não há nada de ilegítimo
em se situar à esquerda ou à direita. São posicionamentos absolutamente
pessoais, que eu respeito. A pessoa pode ser progressista ou conservadora, solidária
ou individualista. Pode acreditar num modelo de estado que atue para garantir as
mesmas oportunidades para todos ou num modelo em que o mercado ajuste as
discrepâncias sociais aos seus interesses. Tudo isso, repito, são posições legítimas
e pessoais. Depende dos valores de cada um.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">As posições
extremistas, entretanto, mesmo as legalmente admissíveis (a escravidão, há 131
anos era legal, no Brasil), podem ser ilegítimas e não têm meu respeito. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Na realidade de hoje, o
extremismo está fortalecido de forma absolutamente assimétrica, apenas de um
lado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtC5LikFcXhBWWXxrqWt0vCaEGEE5uxIXyVGGvB7t67U3IUr8VFBgZi8p6WJvuE9o7cTOmcXU62fJDwjzyL0KXbgeluRdJCeSkhBdnrrUWqNlHBrgNEhiuIJjQ6vQRGUOypgOeVA/s1600/Extremismo+assim%25C3%25A9trico2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="153" data-original-width="599" height="161" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtC5LikFcXhBWWXxrqWt0vCaEGEE5uxIXyVGGvB7t67U3IUr8VFBgZi8p6WJvuE9o7cTOmcXU62fJDwjzyL0KXbgeluRdJCeSkhBdnrrUWqNlHBrgNEhiuIJjQ6vQRGUOypgOeVA/s640/Extremismo+assim%25C3%25A9trico2.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37039774.post-39343213782677548242018-09-30T23:19:00.001-03:002018-09-30T23:39:49.303-03:00Histórias musicais<br />
<div class="MsoNormalCxSpFirst" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><span style="font-size: x-large;"><b>A</b></span> música brasileira que
mais me interessou, ainda na infância, foi aquela que se convencionou chamar
de MPB e que surgiu nos festivais da TV Record, em meados da década de 60, no
século passado. Naquele momento, uma geração de
jovens compositores, todos ao mesmo tempo, despontaram no cenário musical
ostentando uma criatividade inacreditável.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">No resto do mundo,
aquele período era o prenúncio de uma época iluminada, do desabrochar das
liberdades individuais, e que culminaria com maio de 1968. Enquanto isso, no
Brasil, mergulhávamos num período de sombras, culminando com o AI-5, em
dezembro daquele mesmo ano.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Mais tarde, eu fui
perceber que a música produzida por aquela geração genial não teria acontecido
se não fosse o samba e a Bossa nova. Sem o samba e a Bossa nova, provavelmente
não teríamos a MPB e, se não tivesse existido Pixinguinha, Noel Rosa, Ismael
Silva, Tom Jobim e João Gilberto, arrisco-me ao palpite de que Chico Buarque, Caetano Veloso e Gilberto Gil,
teriam sido um arquiteto convencional, um obscuro crítico de cinema e um gestor
de empresas engravatado e careta, respectivamente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Wilson das Neves
classificava a Bossa nova como um sub estilo do samba, mas essa é uma análise muito
simplista. Nascida no Rio de Janeiro, seria impossível ela não ter os genes do
samba em seu DNA, mas sofreu, também, uma enorme influência do jazz americano. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Tanto o samba quanto a Bossa
nova têm seus personagens emblemáticos e, nos dois casos, são infinitas as
histórias que os envolvem. Duas boas oportunidades para conhecer algumas destas
histórias são os livros <i style="mso-bidi-font-style: normal;"><a href="https://www.vitale.com.br/sistema/produtos/produto.asp?codigo=36334" target="_blank">O Barquinho Vai... – Roberto Menescal e suas histórias</a></i>, escrito por Bruna Fonte e <i style="mso-bidi-font-style: normal;"><a href="https://loja.edicoesdejaneiro.com.br/taberna-da-gloria-e-outras-glorias" target="_blank">Taberna da Glória e Outras Glórias – mil vidas entre os heróis da música brasileira</a></i>, organizado por Ruy Castro.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjxG9KmKYwI_79EqcZZ4tEVGrzrF5zK_vLfvB6gnE3BrYwX-PvNdOf0LKhr9vLmlzJyauCbm3VF_1gPfaYKQjKQxpSzsxOdKJclA-5N3jKRACs-rxAGM1i4PgqBhX_WAsnHvQB-Iw/s1600/Hist%25C3%25B3rias+musicais.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="430" data-original-width="612" height="280" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjxG9KmKYwI_79EqcZZ4tEVGrzrF5zK_vLfvB6gnE3BrYwX-PvNdOf0LKhr9vLmlzJyauCbm3VF_1gPfaYKQjKQxpSzsxOdKJclA-5N3jKRACs-rxAGM1i4PgqBhX_WAsnHvQB-Iw/s400/Hist%25C3%25B3rias+musicais.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Os personagens destes
dois livros, Roberto Menescal e Hermínio Bello de Carvalho, respectivamente,
têm quase a mesma idade (80 e 82), podem ter cruzado suas trajetórias em
diversos momentos da vida, mas vêm de origens bem diversas e trilharam caminhos
distintos, no cenário da nossa música. Enquanto Hermínio, filho de empregada
doméstica, chegou ao topo da carreira à custa de muito trabalho infantil e
passando necessidades, Menescal sempre foi um típico representante da classe
média alta, com todos os privilégios que, ainda hoje, beneficia esta casta, no
Brasil.</span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">A música a que cada um
deles se associa tem, também, características distintas. Enquanto o samba tem
seu caráter de resistência, de luta do povo pobre, principalmente o negro, pela
busca da dignidade na sociedade, a Bossa nova foi uma música produzida e
consumida pela parcela da sociedade mais afortunada. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Apesar destas
diferenças socioeconômicas, ambas têm sua sonoridade particular, complexa e
extremamente importante para a identidade estética de nossa música.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Os dois livros têm uma
característica em comum. Nenhum deles foi escrito, diretamente, por seu
personagem. O livro com as histórias de Hermínio Bello de Carvalho é uma
compilação de textos publicados em outros livros de sua autoria, já fora de
catálogo, além de textos esparsos recolhidos pelo incansável Ruy Castro, exímio
autor de biografias importantes (Garrincha, Nelson Rodrigues, Carmem Miranda).
Já as histórias de Menescal foram contadas, verbalmente, para Bruna Fonte que
as transcreveu, mantendo o relato na primeira pessoa e, com isso, dando um
caráter muito intimista a ele.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">No livro de Hermínio desfilam
personagens como Pixinguinha, João da Baiana, Cartola, Dona Zica e Dona Neuma,
Elizeth Cardoso, Emilinha Borba, Isaurinha Garcia, entre tantos outros. O
capítulo mais interessante é o que discorre sobre seu convívio com Aracy de Almeida,
no qual se consegue enxergar a real importância desta cantora (a mais fiel
intérprete de Noel Rosa) e o quanto sua imagem, estereotipada, da ranzinza jurada
de programas de calouros, como os de Chacrinha e Silvio Santos, foi uma imagem
fabricada para dar audiência aos programas, estratégia à qual Aracy aquiesceu e
foi conivente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">No livro de Menescal,
como não poderia deixar de ser, os personagens presentes são os precursores e
os fundadores da Bossa nova. Interessante perceber a diferença das duas frentes
em que ele atuou, no cenário musical, primeiro como músico (compositor e
instrumentista) e, depois, como produtor musical e como diretor de uma importante
gravadora de discos, à época. É interessante, também, verificar, nesta
trajetória, o momento em que abandonou a carreira de executivo extremamente bem
pago, para pegar a estrada e voltar a fazer shows pelo mundo todo, depois de 15
anos sem tocar em um violão.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Uma característica que
me agrada muito, em ambos os livros, é o fato de que os relatos sobre a vida
privada dos dois são praticamente inexistentes. Eu, particularmente, quando
leio sobre um artista, tenho muito pouco interesse em sua intimidade. Me
interessa muito mais a sua obra. E isso, os dois livros têm de sobra.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-37039774.post-86103231721162744622018-09-23T12:28:00.001-03:002018-09-23T12:31:17.548-03:00O som de Rod Stewart que me empolga<br />
<div class="MsoNormalCxSpFirst" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><span style="font-size: x-large;"><b>O</b></span> rock e o pop de Rod
Stewart nunca me empolgaram. Eu o conheci, ainda bem moleque, quando um primo
me mostrou o compacto simples (há quem não saiba bem o que é isso, mas o Google
sabe) daquele desconhecido cantor, com a canção <i>Maggie May</i>. A canção, em si,
não me disse nada, mas me chamaram à atenção sua voz rouca e o arranjo em que
uma guitarra acústica e um órgão produziam um som parecido ao de uma gaita de
foles. Àquela época, eu nem sabia que ele tinha ascendência escocesa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Logo depois, o cantor
iniciou uma carreira de grande sucesso, que nunca me animou a comprar algum de
seus álbuns. Afinal, excetuando os Beatles, a música pop (inglesa ou americana)
nunca fez minha cabeça. Das terras do Tio Sam, o que sempre me seduziu foi o
jazz e, sobretudo, seus <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Standards</i>.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">A partir de 2002, Rod
Stewart iniciou uma série de gravações de discos que foram intitulados <i style="mso-bidi-font-style: normal;">The Great American Songbook</i>. Foram 5
volumes em que o cantor desfilava clássicos da Brodway dos anos 1930-50. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Standards</i>, como se diz por lá, dos mais
importantes compositores americanos, como Irving Berlin, Cole Porter, George &
Ira Gershwin, Rodgers & Hart, Johnny Mercer, Jerome Kern, Harold Arlen,
entre outros.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Ella Fitzgerald já
havia gravado discos com músicas de todos eles, os famosos <i style="mso-bidi-font-style: normal;">songbooks</i>, mas foi uma surpresa ouvir estas canções na voz do astro
pop britânico. Uma feliz surpresa, devo dizer.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Nesta série de discos,
Rod Stewart é acompanhado de orquestra e a combinação cai muito bem. Eu, pelo
menos, gostei muito.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNJpgeEQowokN1m0pHUdPxEEELz3z1MsfsKbgSYtArDnu5QeZe1BNq8g_ol2x1YCeS_7hQgJCJ6vd4ZLduCCzk8zttQkZgBbvELv7v9t2upWN2eHUgCj5EwwYGhmtHClxZPZXiMw/s1600/rod+Stewart.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="210" data-original-width="1037" height="128" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNJpgeEQowokN1m0pHUdPxEEELz3z1MsfsKbgSYtArDnu5QeZe1BNq8g_ol2x1YCeS_7hQgJCJ6vd4ZLduCCzk8zttQkZgBbvELv7v9t2upWN2eHUgCj5EwwYGhmtHClxZPZXiMw/s640/rod+Stewart.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<a href="https://www.youtube.com/watch?v=fk7G4VhFmwo&list=RDVzrYxCsRThk&index=35">https://www.youtube.com/watch?v=fk7G4VhFmwo&list=RDVzrYxCsRThk&index=35</a></div>
<br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span class="MsoHyperlink"><a href="https://www.youtube.com/watch?v=mL0pgcRlZYk&list=RDVzrYxCsRThk&index=31">https://www.youtube.com/watch?v=mL0pgcRlZYk&list=RDVzrYxCsRThk&index=31</a></span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span class="MsoHyperlink"><a href="https://www.youtube.com/watch?v=SU1wC2YxT8I&list=RDVzrYxCsRThk&index=23">https://www.youtube.com/watch?v=SU1wC2YxT8I&list=RDVzrYxCsRThk&index=23</a></span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span class="MsoHyperlink"><a href="https://www.youtube.com/watch?v=nT2Dte7C1A0&list=RDVzrYxCsRThk&index=46">https://www.youtube.com/watch?v=nT2Dte7C1A0&list=RDVzrYxCsRThk&index=46</a></span><o:p></o:p></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37039774.post-74084485983277803502018-09-22T09:23:00.002-03:002018-09-22T09:50:44.029-03:00Estações Havana<div class="MsoNormalCxSpFirst" style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormalCxSpFirst" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><span style="font-size: x-large;"><b>E</b></span>u me interessei pela
literatura policial de Leonardo Padura depois de ler <i style="mso-bidi-font-style: normal;">O homem que amava os cachorros</i>, de 2009, livro do qual já falei por
<a href="https://baudetranqueiras.blogspot.com/2016/06/historia-e-ficcao.html" target="_blank">aqui</a>. Afinal, um autor que consegue manter o suspense, até o fim, em uma
história que todo mundo sabe o desfecho, merece, ao menos, atiçar minha
curiosidade. E foi com curiosidade que me pus a ler sua tetralogia Estações Havana.
Devorei-os gulosamente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">A trama dos livros se
passa nas 4 estações do ano de 1989, emblemático pela queda do muro de Berlim,
na capital cubana, onde o tenente Mario Conde, detetive da Polícia,
desvenda crimes. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">Passado Perfeito</i>, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Ventos de
Quaresma</i>, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Máscaras</i> e <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Paisagens de Outono</i> (inverno, primavera,
verão e outono) foram escritos em 1991, 1994, 1997 e 1998, respectivamente e,
em todos eles, além de um intrincado mistério a ser resolvido pelo indolente
policial, o autor nos brinda com uma descrição detalhada da vida das pessoas na
Havana daquele final dos anos 1980. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Como é de lei, em
qualquer história policial, as investigações são entremeadas por relatos de
romances <i style="mso-bidi-font-style: normal;">calientes</i>, crises
existenciais, análises socioeconômicas e muito senso de humor. Assim como eu já havia
constatado no livro de 2009, Padura aproveita a oportunidade para traçar um
perfil da sociedade cubana, não se furtando a criticar o governo, sem cair,
entretanto, na armadilha do maniqueísmo, que empobrece toda tentativa de reflexão.
Saber captar, sempre, todos os lados de qualquer realidade, sobretudo aqueles
que vão de encontro aos nossos preconceitos, é o que nos ajuda a enxergar o
mundo com os olhos e a mente mais abertos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">A Netflix produziu e
exibe, no Brasil, uma <a href="https://www.netflix.com/br/title/80149141" target="_blank">série</a>, batizada <i>4 Estações em Havana</i>, com o ótimo ator cubano Jorge Perugorría, baseada nos livros. Por algum
motivo, que me escapa a compreensão, ela alterou a sequência das histórias. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">No último volume, o
tenente Conde se demite da polícia para se dedicar à sua real vocação de
escritor. Ele reaparecerá, entretanto, como um investigador autônomo, nos futuros
livros <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Adeus, Hemingway</i>; <i style="mso-bidi-font-style: normal;">A neblina do Passado</i>; <i style="mso-bidi-font-style: normal;">O Rabo da Serpente</i> e <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Hereges</i>. Seu último livro, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">A Transparência do Tempo</i>, deve sair em outubro,
segundo promessa da Editora Boitempo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Todos editados no
Brasil, apenas <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Adeus, Hemingway</i> está
fora de catálogo. Publicado pela Companhia das Letras, é item raro e só se
consegue achar exemplares usados e, mesmo assim, por preço bem salgado. Comprei
o meu pela Amazon da Espanha, no idioma original e enviei à casa de uma amiga
que mora em Madrid. Em sua última viagem ao Brasil, ela o trouxe pra mim. Nem
preciso dizer que o devorei avidamente, como sempre é delicioso devorar os
livros de Padura.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSKanevZrw8BI2IBMv9_qi1Pto2DW3FUO0o02Xbcbw4U4IVCYDnPXlKeei-raUmnwVRBY3hAXvi_dBV8TlfMbhHd3CeN6eLGJfX4Bqs3x6PVtGXeCkV8mhhdVGipK2vgVu0_v_Nw/s1600/Esta%25C3%25A7%25C3%25B5es+de+havana.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="255" data-original-width="678" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSKanevZrw8BI2IBMv9_qi1Pto2DW3FUO0o02Xbcbw4U4IVCYDnPXlKeei-raUmnwVRBY3hAXvi_dBV8TlfMbhHd3CeN6eLGJfX4Bqs3x6PVtGXeCkV8mhhdVGipK2vgVu0_v_Nw/s640/Esta%25C3%25A7%25C3%25B5es+de+havana.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37039774.post-6690635733998579172018-09-21T09:22:00.000-03:002018-09-21T09:22:00.172-03:00Pitaco eleitoral - Candidatos<br />
<div class="MsoNormalCxSpFirst" style="text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="font-size: large;">Jair Bolsonaro</span><span style="font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></span></span></b></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A última pesquisa
Datafolha apresenta Jair Bolsonaro com 28% de intenção de voto e 43% de índice
de rejeição. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Bolsonaro é um político
bastante conhecido, elegeu-se vereador há 30 anos e há 28 ocupa uma cadeira na
câmara dos deputados, em Brasília. Ao longo do tempo, foi construindo uma
imagem, através da mídia, muito sólida, mirando o voto do eleitor mais extremamente
conservador. Nunca fez questão de esconder suas posições racistas, homofóbicas
e misóginas, muito pelo contrário. Afinal, foram estas posições que garantiram os votos de uma parcela da sociedade identificada com estes valores e que sempre foram
suficientes para lhe assegurar a manutenção do mandato.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Sua popularidade foi crescendo, ao longo
destes 30 anos, tendo sido o 11° deputado federal mais votado do estado do Rio
de Janeiro em 2010 e, em 2014, foi o 1° neste que é o terceiro maior colégio
eleitoral do país.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">É evidente que não se
pode afirmar que 28% dos eleitores brasileiros sejam racistas, homofóbicos ou
misóginos. O que parece fácil garantir é que aqueles que são racistas, homofóbicos ou misóginos, votam em Bolsonaro. Não sei quanta gente é assim na nossa sociedade.
Isso pode representar 1 ou 20%, pouco importa. Mais relevante, para mim, é a
taxa de rejeição.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Se 43% da nossa
sociedade rejeita Bolsonaro, significa que 57% dela não o rejeita (embora só a
metade, neste momento, parece disposta a lhe dar seu voto). Ou seja, baseados nestes
índices, poderíamos considerar que mais da metade de nossa população não se
importa com o racismo e nem com a extrema violência que existe, no país, contra mulheres e
homossexuais. Isso, para mim, é que é o mais assustador!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="font-size: large;">Fernando Haddad</span><span style="font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></span></span></b></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Podemos dizer que a
estratégia utilizada pelo PT para lançar Fernando Haddad como candidato obteve
sucesso. A decisão de manter Lula, o preferido da maioria dos eleitores, como
candidato, até o último instante que os xerifes do judiciário
permitiram, foi acertada. Ao menos sob um ponto de vista estratégico. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Há chances de Haddad ir
ao Segundo Turno. A pesquisa Datafolha indica que, caso isso ocorra, a disputa
será acirrada. A militância do partido é aguerrida e os eleitores de perfil
progressista que não votam no PT, de forma sistemática, tendem a se alinhar à sua
candidatura, caso ele avance depois de 7 de outubro. O que me incomoda é que Haddad
não é Lula. Não tem o mesmo carisma, nem a mesma capacidade de articulação
política e, muito menos, a mesma representatividade que o líder encarcerado. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Amigos petistas
argumentam que esta foi a alternativa possível, já que, tanto o impeachment de
Dilma quanto a prisão de Lula foram ações ilegítimas, com o que tendo a
concordar (por favor, não se confunda legitimidade com legalidade – acho que já
passamos desta fase!).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">De qualquer maneira, me
desagrada a forma enviesada através da qual a candidatura foi construída.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="font-size: large;">Ciro Gomes</span><span style="font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></span></span></b></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Ciro ocuparia o mesmo
espaço ideológico do PT, situado numa posição de centro-esquerda. A
dificuldade de composição entre ele e o partido de Lula obrigou-o a uma pequena movimentação em direção à direita. Está buscando se situar nesta posição de centro, que ficou, de repente, vaga com a corrida desesperada de Alckmin em direção à extrema-direita.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Ciro tem, a seu favor,
ótimas avaliações como prefeito de Fortaleza e governador do Ceará, teve preponderante
atuação como Ministro de Itamar Franco. Tem formação acadêmica
sólida e, aquilo que é a menina dos olhos do eleitorado mais ingênuo, não tem
processos consistentes por corrupção.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Contra si, Ciro tem uma
personalidade irascível, sua marca registrada. É intrépido, de forma
exagerada, e, nem tão eventualmente, costuma explodir quando a melhor
estratégia, talvez, fosse a busca pela conciliação.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="font-size: large;">Geraldo Alckmin</span><span style="font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></span></span></b></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">O PSDB está
despedaçado. Seus membros, artífices principais da tramoia que tirou Dilma do
poder e impediu Lula de concorrer, envolveram-se em uma luta fratricida no
interior do partido, o que deixou o ninho tucano em frangalhos. Alckmin lutou
em duas batalhas, a primeira delas, iniciada, sorrateiramente, já em 2014,
contra Aécio Neves, para conquistar a indicação de seu nome como candidato em
2018 e a outra contra Fernando Henrique para emplacar João Dória (aquele que
ostenta um sorriso nos lábios e o ódio no olhar) como candidato à prefeitura de
São Paulo e que, depois de eleito, tentou lhe passar a perna. Venceu as duas batalhas,
mas, aparentemente, estas lutas exauriram sua energia (além disso, não encontra apoio entre os principais caciques do partido).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Sua campanha chega a
ser patética. Atrapalha-se entre bombardear Bolsonaro, que lhe
surrupiou parte generosa do eleitorado conservador e espinafrar o PT, tomando o
cuidado de não criticar muito a figura de Lula. Sem rumo, escorrega na direção
da extrema direita, tentando usurpar o discurso do concorrente milico, enquanto deixa a
retaguarda desguarnecida e um espaço vago na região central do espectro
ideológico, que Ciro está tratando de ocupar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Ao fim das lutas, tende
a ver o butim das batalhas vencidas lhe escapar das mãos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="font-size: large;">Marina Silva</span><span style="font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></span></span></b></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Temos, de novo, a
Marina de sempre. Personagem com alto potencial eleitoral, porém virtual,
fictício. Inicia toda e qualquer eleição com expressivos 20% nas pesquisas de
intenção de votos que vai perdendo conforme tem que se expor, que se expressar
publicamente. Nos períodos entre eleições, é uma figura política que se
esconde. Furta-se a assumir uma posição nos momentos mais emblemáticos, para
ressurgir na hora de um novo pleito com uma expectativa de apoio inflado e que
acaba murchando, ao longo da peleja, devido ao seu seu discurso vazio.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="font-size: large;">Os nanicos</span><span style="font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></span></span></b></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Entre os concorrentes
que já começaram com nenhuma chance de vitória, há 3 que se animam a abrir um
pouco as asas, sem chance alguma de levantar voo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Henrique Meirelles</b> ostenta uma cara de pau sem tamanho ao tentar se
descolar da figura de Temer com a maior desfaçatez, como se nunca tivesse sido
seu ministro da fazenda. Ao mesmo tempo, conduz a campanha eleitoral insistindo
em colar seu nome e sua imagem à figura de Lula.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">João Amoêdo</b>, o queridinho das dondocas, apresenta-se ao eleitorado
com duas falácias. Uma delas, a de que não é político e sim gestor. Plagia esta ideia
estapafúrdia de Dória, mostrando que nenhum dos dois leu Aristóteles, que nos
ensinou, há mais de 2300 anos, que “o homem é um animal político”. A outra
falácia é a de apresentar seu partido como “novo”, como se, para isso, bastasse
pintar um partido neoliberal qualquer, trocando o cinza para cor de abóbora. Algum
dia, todas as pessoas vão entender que, se fosse possível fazer política sem
políticos, ao time do Vasco da Gama bastaria tirar os jogadores de campo e
substituí-los por “não jogadores”, para ser campeão.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Sobre <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Álvaro Dias</b>, ele não tem nada a perder,
pois retoma sua cadeira no Senado, seja qual for o resultado da eleição. Foge,
entretanto, à minha compreensão o motivo de 3% do eleitorado ter intenção de
votar nesta figura.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">De toda forma, minha
escolha já está feita. Nada, porém, impede que eu mude, na última hora, para um
voto, digamos, um pouco mais útil.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcsZvTOgZm-4xsz7Z-pdDCQAp6ATbJyoE05qcKxxLDnqGLPRmr91Cqf8GGDDTj4z_4XP8XFXAuFqrwMUUl3-DWS7OSPCxfML4HqpFEwAZyTWjagenNB4v5SKp5zFPguHZooF6Ejw/s1600/Candidatos.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="271" data-original-width="392" height="276" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcsZvTOgZm-4xsz7Z-pdDCQAp6ATbJyoE05qcKxxLDnqGLPRmr91Cqf8GGDDTj4z_4XP8XFXAuFqrwMUUl3-DWS7OSPCxfML4HqpFEwAZyTWjagenNB4v5SKp5zFPguHZooF6Ejw/s400/Candidatos.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37039774.post-41972558941630613852018-09-21T08:51:00.001-03:002018-09-21T08:51:47.848-03:00Pitaco eleitoral - Pesquisas<br />
<div class="MsoNormalCxSpFirst" style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormalCxSpFirst" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="font-size: x-large;"><b>F</b></span>oi publicada, ontem,
mais uma pesquisa do Datafolha de intenção de votos para presidente. Os
gráficos mostram a evolução de cada um dos candidatos em pesquisa estimulada e
espontânea, além da evolução do índice de rejeição dos mesmos, nas últimas 4 pesquisas
(22/8, 10/9, 14/9, 20/9 – um mês, portanto).</span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="mso-fareast-language: PT-BR; mso-no-proof: yes;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRA0NlhhPoI9WVbbJnFfg-9SNET7sMIjZYK3n87bFkDby-dA7aPdz69kDvW9CM3dkMieYXRbxCR7DFoOoAIa1mu6e1PETeK8pqS-Ry0tJHXZHLRMPceXj5Zstut1UD-E8Cu1XRug/s1600/1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="414" data-original-width="1012" height="259" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRA0NlhhPoI9WVbbJnFfg-9SNET7sMIjZYK3n87bFkDby-dA7aPdz69kDvW9CM3dkMieYXRbxCR7DFoOoAIa1mu6e1PETeK8pqS-Ry0tJHXZHLRMPceXj5Zstut1UD-E8Cu1XRug/s640/1.jpg" width="640" /></a></span></div>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"> <o:p></o:p></span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><b>Bolsonaro </b>manteve um ritmo de crescimento praticamente
constante (1% por semana) e, depois do atentado sofrido, que aumentou
significativamente seu tempo de exposição no noticiário da TV, sua taxa de
crescimento dobrou na pesquisa estimulada. Nas respostas espontâneas,
entretanto, o gráfico mostra que o evento não teve tanta influência.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A maior taxa de crescimento percebida foi a de <b>Fernando
Haddad</b> (3% por semana) tanto na pesquisa estimulada quanto na espontânea. Já
<b>Ciro Gomes</b> é o que apresenta mais discrepância de crescimento quando comparados
os dois métodos de pesquisa. Interessante perceber que as posições de Haddad e
de Ciro se invertem, dependendo do método utilizado na pesquisa. <span style="color: #999999;">(<i>A pesquisa do IBOPE, menos detalhada, apresenta valores bem maiores para Haddad</i>)</span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="mso-fareast-language: PT-BR; mso-no-proof: yes;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Alckmin patina num patamar constante. Não cai, mas não
consegue crescer nem um mísero ponto percentual. Continua na mesma, após 20
dias de campanha no horário eleitoral, apesar de ser detentor de 44% do tempo total
disponível de propaganda no rádio e TV.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="mso-fareast-language: PT-BR; mso-no-proof: yes;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Quem cai, ou melhor, despenca nas pesquisas, é Marina
Silva que, a manter este ritmo, deve chegar no dia da eleição empatada com os
candidatos chamados “nanicos”.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="mso-fareast-language: PT-BR; mso-no-proof: yes;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Por falar em nanicos, os 3, dentre eles, mais bem
posicionados nas pesquisas, Álvaro Dias, João Amoedo e Henrique Meirelles, apresentam
comportamento constante ao longo do mês, gravitando em torno de 3%, em situação
de empate técnico. Na pesquisa espontânea, aliás, levando em conta a margem de
erro, os três beiram o patamar de 0%.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqduk3CldCK6SUIeJZxdOw5iYrqHErMSFMnh6LRGnPUe2-tkDcxb_OjE3dDOuWE943iM_rGi_SFmNruC4NAkXrD1miNbJSFDyIwnpZdGXdoxu4snCnYbFaZhhD1ACkVpkhyphenhyphennBq_g/s1600/2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="454" data-original-width="1166" height="248" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqduk3CldCK6SUIeJZxdOw5iYrqHErMSFMnh6LRGnPUe2-tkDcxb_OjE3dDOuWE943iM_rGi_SFmNruC4NAkXrD1miNbJSFDyIwnpZdGXdoxu4snCnYbFaZhhD1ACkVpkhyphenhyphennBq_g/s640/2.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="mso-fareast-language: PT-BR; mso-no-proof: yes;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="mso-fareast-language: PT-BR; mso-no-proof: yes;">O nível de rejeição a Bolsonaro, que crescia mais que o
índice de intenção de votos, estacionou depois da facada. É difícil, porém,
estabelecer se o evento teve influência neste fenômeno ou se atingiu a
saturação. Os índices de rejeição a Marina e Haddad também são crescentes,
enquanto se mantêm constantes (e baixos) os de Alckmin e Ciro Gomes.</span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="mso-fareast-language: PT-BR; mso-no-proof: yes;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFc_ymzgIx5J7oj-n6cNPJOupct300izfOqXFnX-SpEL4xkqAGn8gY_HDAB4KoMu0yLiJyaQ40wjsHRVn3ftZpWqjpdrVCjZC2d3KS208hFCgUF3XeYhiirBliZBQYAfWfWnRf2g/s1600/3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="689" data-original-width="801" height="344" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFc_ymzgIx5J7oj-n6cNPJOupct300izfOqXFnX-SpEL4xkqAGn8gY_HDAB4KoMu0yLiJyaQ40wjsHRVn3ftZpWqjpdrVCjZC2d3KS208hFCgUF3XeYhiirBliZBQYAfWfWnRf2g/s400/3.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormalCxSpFirst" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<br />
</span><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A pesquisa mostra, ainda, que no
segundo turno, apenas Ciro Gomes venceria Bolsonaro. Todos os outros cenários
mostram um empate técnico.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfHNGXWcujIFF8Q8ElsCNYzMNeWPY3JeNykrPQc74N-4DeaPEkBLAFwS4wTvZ6JWhCH4aHA18fRmr4IkQh1vixxFRuOzlO1cDUIxFWXXrqFlXCBvKp2h3EaltH6SJs-DUQjlzo2w/s1600/4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="466" data-original-width="1322" height="224" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfHNGXWcujIFF8Q8ElsCNYzMNeWPY3JeNykrPQc74N-4DeaPEkBLAFwS4wTvZ6JWhCH4aHA18fRmr4IkQh1vixxFRuOzlO1cDUIxFWXXrqFlXCBvKp2h3EaltH6SJs-DUQjlzo2w/s640/4.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgahQeY-XvXwJ_US3I4LlsVPtHyi7FsFYgea_Thw_xcD5vYoluPEB5kc2MrWc7f5AankHo22vDrIeZPB9GVyl7iChiZiAkPqO4d31QCLcI_fwbpn7PMmweF6aD-hvSJ94wr3UzbCg/s1600/5.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="435" data-original-width="1286" height="216" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgahQeY-XvXwJ_US3I4LlsVPtHyi7FsFYgea_Thw_xcD5vYoluPEB5kc2MrWc7f5AankHo22vDrIeZPB9GVyl7iChiZiAkPqO4d31QCLcI_fwbpn7PMmweF6aD-hvSJ94wr3UzbCg/s640/5.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Se eleição fosse uma coisa
puramente aritmética, poderíamos fazer suposições baseadas nas pesquisas e
levando em conta as intenções de voto em cada candidato pelo seu perfil. Assim,
teríamos uma vantagem de 45% para o candidato conservador contra 35% para um
candidato progressista. Por outro lado, a soma dos índices de rejeição aos
candidatos conservadores é de 150% contra 135% referente aos progressistas. <span style="color: #666666;"><span style="background-color: white;">(</span><span style="background-color: white;"><i>Os
valores acima de 100% se explicam pelo fato de que, quando um entrevistado
responde em quem pretende votar, ele escolhe apenas um candidato, enquanto que,
ao ser perguntado em quem não votaria em hipótese nenhuma, ele pode escolher
mais de um</i>)</span></span>.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Eleição, entretanto, não é uma coisa
puramente aritmética. Além do mais, a soma dos percentuais dos indecisos, com
os que pretendem votar em branco ou nulo é de 17% na pesquisa estimulada e de
41% na espontânea. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">O que parece certo, de qualquer
forma, é que, para o segundo turno, teremos um embate, mais uma vez, entre
candidatos com perfil e discurso antagônicos. É bom que seja assim. Estimula uma reflexão mais ideológica, por mais que alguns queiram fugir desta discussão.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">É muito melhor do que aquilo que,
provavelmente, irá ocorrer em São Paulo, onde teremos 2 candidatos que
representam o que há de mais <span style="color: black; mso-themecolor: text1;">obscuro
</span>no pensamento conservador de nossa sociedade. Será a oportunidade para que
eu, pela primeira vez na vida, pratique o voto nulo.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span class="MsoHyperlink"><a href="https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/09/bolsonaro-vai-a-28-e-haddad-a-16-ciro-lidera-no-2o-turno-mostra-datafolha.shtml">https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/09/bolsonaro-vai-a-28-e-haddad-a-16-ciro-lidera-no-2o-turno-mostra-datafolha.shtml</a></span><o:p></o:p></div>
<br /><br />
Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-37039774.post-36884483144555022862018-09-19T15:00:00.002-03:002018-10-12T11:00:11.796-03:00Maturidade<br />
<div class="MsoNormalCxSpFirst" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><span style="font-size: x-large;"><b>N</b></span>o programa Fim de
Expediente, que acontece às sextas-feiras, na rádio CBN, quase sempre com um
convidado, o apresentador costumava fazer uma rodada de perguntas em que o
entrevistado tinha que optar entre duas alternativas: Beatles ou Stones? Grande
Otelo ou Oscarito? Bill Gates ou Steve Jobs? Spielberg ou Scorsese? E por aí
vai.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Uma das perguntas,
invariavelmente, era: Chico ou Caetano?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Sempre achei errada
esta pergunta. Em minha opinião, ela deveria ser: Chico ou Gil?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">De qualquer forma,
tenho convicção de que estes três artistas são a real representação da geração
mais criativa que a nossa música já teve. Muita gente boa veio depois, mas
nenhuma chegou perto deles. E antes, também, tivemos artistas de altíssimo
calibre, dos quais eles souberam beber da fonte.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Rondando os 75 anos,
todos eles, há algum tempo não me empolgam seus discos com músicas inéditas. Não
está embutida aqui uma crítica e sim uma percepção. Beirando os 60, eu
compreendo, absolutamente, que, aos 75 anos, uma pessoa não esteja mais em seu
ápice de criatividade. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">De Caetano, o último
disco que me empolgou foi <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Livro</i>, e aí
já se vão 20 anos. Depois disso, nos 4 álbuns que apresentaram composições
inéditas, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Noites do Norte</i>, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Cê</i>, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Zii
e Zie</i> e, por fim, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Abraçaço</i>, ele
foi caminhando por uma trilha que privilegiava a estética da música eletrônica
e o ritmo sintetizado, coisa que não me agrada. Questão de gosto, reconheço.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Já faz 20 anos, também,
o lançamento de <i style="mso-bidi-font-style: normal;">As Cidades</i>, o último
disco de inéditas de Chico Buarque a me empolgar. Em seus 3 discos seguintes, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Carioca</i>, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Chico</i> e <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Caravanas</i>, o
compositor foi se aproximando, cada vez mais, de harmonias complexas,
intrincadas, exageradas nas dissonâncias. Apesar de desagradar meus mal
treinados (ou cansados) ouvidos, não posso deixar de reconhecer que em cada um
destes discos, há, ao menos uma obra-prima: <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Dura
na Queda</i>, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Sinhá</i> e <i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="background: white; color: #222222;">As Caravanas</span></i><span style="background: white; color: #222222; font-size: 10.5pt; line-height: 107%;">,</span> respectivamente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">De Gil, diferentemente
dos outros dois ícones da MPB, não se pode dizer que tenha enveredado por
caminhos heterodoxos na prática de compor canções. Por outro lado, este artista
não lançava um álbum com músicas inéditas (<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Fé
na festa</i>) desde 2010. Pois eis que, mês passado, acabou de sair <i style="mso-bidi-font-style: normal;">OK OK OK</i>, pela Biscoito Fino.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Possivelmente, seja o
disco mais emotivo que Gil já tenha lançado. Cheio de referências ao seu
momento pessoal, suas composições discorrem sobre atuação política, velhice,
doenças e família. Recheado com canções dedicadas aos netos e à bisneta, estas
configuram a parte menos interessante do CD. Há, entretanto, algumas obras-primas
no disco, mostrando que, mesmo num momento mais intimista e emotivo, o
compositor baiano não perdeu a verve poética. Muito pelo contrário.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimd9-u-bUKNlBwnZZ1YtpkO7kpzD_CgVlt6umyRGye0ZLD9lXZ4S4GFtllTJZ1XAWv-YTv1VbpRu1UrCXI6rS7ru3VFySVfSxK1Ow8SZjRKl_UHeIazBtGMCIM0lGjc_3lrmDI6Q/s1600/OK+OK+OK.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="273" data-original-width="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimd9-u-bUKNlBwnZZ1YtpkO7kpzD_CgVlt6umyRGye0ZLD9lXZ4S4GFtllTJZ1XAWv-YTv1VbpRu1UrCXI6rS7ru3VFySVfSxK1Ow8SZjRKl_UHeIazBtGMCIM0lGjc_3lrmDI6Q/s1600/OK+OK+OK.jpg" /></a></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Vale muito a pena
prestar atenção em <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">Jacintho</i>,</b> em que ele usa a figura de linguagem da aliteração
com rara maestria. Em <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">Yamandu</i></b>, ele homenageia este genial
violonista (<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Com seu violão ligeiro,
parece que é pressa, mas é só suingue à beça e bossa e vibração no corpo
inteiro. Só quem segue o Yamandu, é o frisson do pandeiro</i>). <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">Afogamento</i></b>
é de um lirismo comovente, que ele divide com a voz de Roberta Sá. Mais do que
todas estas, entretanto, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">OK OK OK</i></b> é a que nos convida para a
mais pura reflexão, nestes tempos em que o ódio, definitivamente, está vencendo
a tolerância no comportamento de nossa sociedade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Uma dica:
concomitantemente ao lançamento do disco novo, o Canal Brasil passa a exibir,
semanalmente, o programa <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Amigos, Sons e Palavras</i>,
em que Gil, ao violão, dialoga com personagens expressivos da cena brasileira,
como Caetano, Drauzio Varella, Juca Kfouri, entre outros.</span><o:p></o:p><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span class="MsoHyperlink"><a href="https://www.youtube.com/watch?v=V6kTUpRoRHQ">https://www.youtube.com/watch?v=V6kTUpRoRHQ</a></span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span class="MsoHyperlink"><a href="https://www.youtube.com/watch?v=ZCo3ohb3xaM">https://www.youtube.com/watch?v=ZCo3ohb3xaM</a></span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span class="MsoHyperlink"><a href="https://www.youtube.com/watch?v=tnb23nPhmpI">https://www.youtube.com/watch?v=tnb23nPhmpI</a></span><o:p></o:p></div>
<br />Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-37039774.post-6795334700558050852018-09-19T14:46:00.001-03:002018-09-19T14:52:38.887-03:00A Volta<br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b><span style="font-size: x-large;">E</span></b>m conflito entre a
saudade do hábito de escrever sobre os temas que mais me seduzem (livros, música,
cinema, gastronomia e política - não necessariamente nesta ordem) e a
desativação da conta do Facebook, por puro enfado com o que circula naquela
rede social, acabei chegando a uma solução que, talvez, me agrade.</span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">As coisas que mais me
afastaram do Facebook foram o exagerado exibicionismo e a desbragada exposição
pessoal que imperam naquela casa do demo, fenômenos aos quais eu estava,
também, sucumbindo. Afinal, eu, que nunca nutri qualquer curiosidade a respeito
de onde as pessoas estão passeando ou o que estão comendo, sejam elas, amigos
ou desconhecidos, me peguei, incauto, postando fotos de minhas viagens e dos
pratos de comida colocados à minha frente, enquanto eles esfriavam. Ou seja,
caí na armadilha. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Por outro lado, desativar
a conta do FB me fez sentir falta da esperança de conseguir travar um debate
construtivo sobre o mundo (e sobretudo o Brasil), no que diz respeito ao
comportamento da sociedade e de expor a minha visão do que poderia ser
construído para que tenhamos um planeta (e sobretudo um país) melhor. A bem da
verdade, pouquíssimas vezes consegui participar de algum debate com um mínimo
de respeito e elegância, já que a maioria das postagens do FB estão infestadas
de <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">fake
news</i></b> (por que não usar o termo <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">mentiras</b>,
logo de vez?) e argumentações pobres de conhecimento, seja histórico ou
filosófico. Nesta outra armadilha eu não caí, mas a tentação sempre foi grande.
Reagi a tempo, felizmente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Pesando tudo isso, cheguei
à conclusão de que o melhor caminho que dirime meu conflito entre a sede de
escrever e a ojeriza que nutro pela exposição e ostentação exacerbadas, será
reativar meu velho blog <i style="mso-bidi-font-style: normal;"><a href="https://baudetranqueiras.blogspot.com/" target="_blank">Baú deTranqueiras</a></i> (agora repaginado) e utilizar o FB apenas para veicular os
textos que eu publicar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Eu sei que blog parece
uma coisa ultrapassada e que muitas pessoas têm preguiça de ler textos que
contenham mais que um ou dois parágrafos. Mas aí já não é um problema meu. Cada
um que lide como quiser com a própria preguiça.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Aproveito, também, para fazer um convite a visitar
meu novo blog, <i><a href="http://enfoqueracional.blogspot.com/" target="_blank">Enfoque Racional</a></i>, no qual irei postar textos sobre temas
corporativos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJzgjqNKmAhlBDEqqjnkp43xTMhik6TY8IJ6BPdm5ErkCRlUWN7ag-KZ2VaAhReiZGzKNacNTq0eex0hRAduTWXFOmdpScPRJ85YGhRG_NJHCj6uPjHDaJwB3ny8WrMRJOokmTnA/s1600/A+volta.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="592" data-original-width="675" height="280" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJzgjqNKmAhlBDEqqjnkp43xTMhik6TY8IJ6BPdm5ErkCRlUWN7ag-KZ2VaAhReiZGzKNacNTq0eex0hRAduTWXFOmdpScPRJ85YGhRG_NJHCj6uPjHDaJwB3ny8WrMRJOokmTnA/s320/A+volta.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<o:p><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><span style="font-size: x-small;">(<i>foto retirada de LP de Nelson Gonçalves
de 1967</i>)</span></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<o:p></o:p></div>
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37039774.post-13246802929016522832016-08-21T23:23:00.000-03:002018-08-15T18:29:50.815-03:00A Pior dor<div class="MsoNormalCxSpFirst" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b><span style="font-size: x-large;">O</span></b> jornalista Edney
Silvestre é um dos mais competentes que eu conheço. Como correspondente
internacional da Rede Globo, cobriu, de maneira muito eficiente, o atentado às
torres gêmeas do World Trade Center, em 2001. Além disso, fez reportagens
especiais sobre o Iraque, antes da queda de Sadam Husein, em 2013, que tiveram
grande repercussão. Suas entrevistas, entretanto, são sua faceta jornalística
que eu mais admiro. Já tive oportunidade de escrever, aqui, sobre seu livro de
entrevistas <i><a href="http://baudetranqueiras.blogspot.com.br/2007/01/vida-pensante.html" target="_blank">Contestadores</a></i>. Ele apresenta,
na TV por assinatura, o programa Globo News Literatura, uma vez por semana, em
que entrevista pessoas ligadas aos livros, assunto sobre o qual demonstra muita
intimidade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Talvez por isso, por
esta intimidade, revela-se, também, um escritor de ficção bastante respeitado,
faceta, a qual, só agora eu tive oportunidade de conhecer. Seu primeiro romance,
<i>Se eu fechar os olhos agora</i>, arrebatou,
nada menos, que o Jabuti, o mais importante prêmio literário brasileiro, em
2010. Mas foi através de outro livro, <i><a href="http://www.intrinseca.com.br/livro/321/" target="_blank">Vidas provisórias</a></i>, que vim a conhecer Edney Silvestre como escritor.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigQXHZIWlot_eTMAnU3CZMpFUQng0sYsu-2o04qX6jW0Sxj5fe4QW07suwmzPRMrGON4zokMtQqS3bTI5VB4GsHCysVi37T78N_iY6OvTl-bRxQSDAY8QHlyBedpwmiJ0E5OrmjA/s1600/Vidas+Provisorias.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigQXHZIWlot_eTMAnU3CZMpFUQng0sYsu-2o04qX6jW0Sxj5fe4QW07suwmzPRMrGON4zokMtQqS3bTI5VB4GsHCysVi37T78N_iY6OvTl-bRxQSDAY8QHlyBedpwmiJ0E5OrmjA/s320/Vidas+Provisorias.jpg" width="222" /></a></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Com muita habilidade,
ele mostra, neste livro, a vida de dois exilados brasileiros. Um deles, nos
anos de chumbo, início da década de 1970, exilado pela ditadura militar, depois
de sofrer fortes sessões de tortura nas masmorras do regime. O outro, já com o
país politicamente democratizado, no início dos anos 1990, fugindo da situação
econômica cruel a que foi submetida a classe média baixa no nosso país.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Com estas duas
narrativas acontecendo de forma paralela, apesar da distância no tempo, Edney
insere outros personagens típicos daquelas duas épocas do Brasil, cada um
lidando com suas próprias ferramentas para afugentar seus fantasmas e suportar
suas agruras. Apesar de se tratar de épocas diferentes e de dramas distintos,
Edney consegue mostrar que os martírios das pessoas não são passíveis de
comparação. A pior dor é a que sentimos agora.</span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 107%;">Gostei tanto do livro que, ao terminar de lê-lo,
corri para comprar seu romance de estreia. E ele já está na imensa fila entre
os próximos que pretendo ler.</span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 107%;"><br /></span>Unknownnoreply@blogger.com0