Sou, por princípio, contra qualquer golpe de estado, seja ele proveniente da direita ou da esquerda. Embora reconheça as imperfeições dos regimes democráticos, tenho a convicção de que nenhuma outra forma de governo apresenta alguma vantagem sobre a democracia. Sobre as formas de estado, a história tem demonstrado, ao longo do tempo, que nenhuma das que foram experimentadas conseguiu promover bem-estar e justiça social para a maioria da população.
Voltando aos golpes de estado, devido a este meu princípio, encarei com orgulho a posição firme do governo do presidente Lula de repudiar, sem nenhuma tolerância, a tomada de poder em Honduras, absolutamente ilegal. Lembrei-me da época em que os golpes de estado pipocavam na América Latina, época que não traz nenhum resquício de saudade.
Não nutro nenhuma simpatia pela figura do presidente deposto, Manuel Zelaya, assim como sua figura, tampouco, me inspira antipatia. Humildemente, confesso que nunca tinha ouvido falar nesta pessoa. Confesso, ainda, que seu jeito meio fanfarrão, com bigode e chapéu, não me motivaria a convidá-lo para uma feijoada em minha casa, mas isso não quer dizer nada, já que são pouquíssimas as pessoas a quem me animo a enviar este convite. O não quer dizer que a figura do presidente golpista, Roberto Micheletti, com seu terno e sua gravata, me inspire mais simpatia, muito pelo contrário. Tenho certa má vontade com quem usa, constantemente, este tipo de roupa, em cidades de clima tropical ou equatoriano, seja político, empresário ou treinador de time de futebol. Acho isso um pouco jeca.
De toda forma, meu conhecimento sobre Honduras, ou qualquer outro país da América Central, é nulo e, mais uma vez confesso, desta vez envergonhado, que não tenho nenhuma curiosidade em aumentá-lo. Sugiro, para quem tenha uma ânsia maior que a minha por detalhes sobre este episódio, que leia este texto do Bruno Ribeiro, com o qual eu concordo, como concordo, em boa parte das vezes.
Faço esta sugestão movido pela convicção de que os nossos jornais e revistas não estão dando o tratamento adequado ao caso. Muito menos os canais de televisão. E se a situação em Honduras não move meu ânimo, a maneira com que nossos mais tradicionais órgãos de comunicação se comportam, isso sim, me tira do sério. Eles conseguiram, por exemplo, inventar (ou apropriar-se) de termos capciosos para qualificar o regime instaurado ilegalmente. Chamaram-no “governo de fato” ou “governo interino”, coisas que ele não é. É um governo golpista, simples assim. Agora, aparentemente, os jornais começam a economizar estas expressões (será vergonha?) e a utilizar o verdadeiro nome do regime, mas não fazem isso de maneira sistemática. Usam uma expressão na manchete e outra no corpo da matéria, quem sabe para criar uma mensagem subliminar no leitor. A TV, entretanto, continua firme em sua qualificação errada do governo ilegal.
O acerto do nosso governo ao repudiar o golpe de estado e oferecer abrigo (ou asilo) ao presidente deposto não está sendo repetido, em minha opinião, na maneira com que está conduzindo a situação. O Itamarati, pelo que tudo indica, perdeu o controle, por não ter adotado um plano para conduzir uma crise absolutamente previsível, desde que resolveu dar abrigo ao bigodudo. Com isso, corre o risco de perder o respeito que conquistou no primeiro momento da crise. Seria uma pena.
Voltando aos golpes de estado, devido a este meu princípio, encarei com orgulho a posição firme do governo do presidente Lula de repudiar, sem nenhuma tolerância, a tomada de poder em Honduras, absolutamente ilegal. Lembrei-me da época em que os golpes de estado pipocavam na América Latina, época que não traz nenhum resquício de saudade.
Não nutro nenhuma simpatia pela figura do presidente deposto, Manuel Zelaya, assim como sua figura, tampouco, me inspira antipatia. Humildemente, confesso que nunca tinha ouvido falar nesta pessoa. Confesso, ainda, que seu jeito meio fanfarrão, com bigode e chapéu, não me motivaria a convidá-lo para uma feijoada em minha casa, mas isso não quer dizer nada, já que são pouquíssimas as pessoas a quem me animo a enviar este convite. O não quer dizer que a figura do presidente golpista, Roberto Micheletti, com seu terno e sua gravata, me inspire mais simpatia, muito pelo contrário. Tenho certa má vontade com quem usa, constantemente, este tipo de roupa, em cidades de clima tropical ou equatoriano, seja político, empresário ou treinador de time de futebol. Acho isso um pouco jeca.
De toda forma, meu conhecimento sobre Honduras, ou qualquer outro país da América Central, é nulo e, mais uma vez confesso, desta vez envergonhado, que não tenho nenhuma curiosidade em aumentá-lo. Sugiro, para quem tenha uma ânsia maior que a minha por detalhes sobre este episódio, que leia este texto do Bruno Ribeiro, com o qual eu concordo, como concordo, em boa parte das vezes.
Faço esta sugestão movido pela convicção de que os nossos jornais e revistas não estão dando o tratamento adequado ao caso. Muito menos os canais de televisão. E se a situação em Honduras não move meu ânimo, a maneira com que nossos mais tradicionais órgãos de comunicação se comportam, isso sim, me tira do sério. Eles conseguiram, por exemplo, inventar (ou apropriar-se) de termos capciosos para qualificar o regime instaurado ilegalmente. Chamaram-no “governo de fato” ou “governo interino”, coisas que ele não é. É um governo golpista, simples assim. Agora, aparentemente, os jornais começam a economizar estas expressões (será vergonha?) e a utilizar o verdadeiro nome do regime, mas não fazem isso de maneira sistemática. Usam uma expressão na manchete e outra no corpo da matéria, quem sabe para criar uma mensagem subliminar no leitor. A TV, entretanto, continua firme em sua qualificação errada do governo ilegal.
O acerto do nosso governo ao repudiar o golpe de estado e oferecer abrigo (ou asilo) ao presidente deposto não está sendo repetido, em minha opinião, na maneira com que está conduzindo a situação. O Itamarati, pelo que tudo indica, perdeu o controle, por não ter adotado um plano para conduzir uma crise absolutamente previsível, desde que resolveu dar abrigo ao bigodudo. Com isso, corre o risco de perder o respeito que conquistou no primeiro momento da crise. Seria uma pena.