Num post anterior, eu disse que a corrida pela sucessão presidencial está a todo vapor. E está mesmo. E nada disso é oficial, seguindo o velho modus operandi que caracteriza essas coisas no Brasil.
Lula está se esforçando pra emplacar Dilma como candidata petista, apesar das fortes resistências dentro do partido. Uma Dilma de rosto novo e de simpatia nova, ambos fabricados. Dilma não é a preferida pelo partido. E o partido tem muita gente de maior expressão política do que ela. O partido tem Tarso Genro, tem Suplicy, tem Mercadante. Mas Lula escolheu Dilma.
Acho que Lula não acredita na vitória de Dilma. Aliás, isso nem lhe importa. Afinal, Lula sabe que se elege com facilidade em 2014. Ele vai sair do governo em 2010, com um altíssimo grau de popularidade, e entregar o país ao seu sucessor num momento de enorme crise financeira. Serão 4 anos de penúria e muita dificuldade, que irão corromper a popularidade de qualquer presidente, seja ele quem for. Com isso, em 2014, sua vitória é uma barbada.
A mídia tem insistido na polaridade entre Dilma e José Serra. E Serra tem alimentado isso, fingindo que Aécio Neves não existe. Mas Aécio existe. E Aécio tem Minas Gerais, o segundo maior colégio eleitoral. Não dá pra ganhar a eleição só com Minas, mas dá pra atrapalhar a eleição alheia. Aécio dará trabalho para Serra. E apesar de toda uma carreira política gaúcha, Dilma é mineira. Será mais mineira que nunca, nesta campanha. Comerá pão de queijo e angu, como poucos. Falará uai, se necessário.
O PMDB pode ser o fiel da balança nestas eleições. Ganharam a presidência da câmara e do Senado. Digo ganharam pois trata-se de 2 PMDBs. O PMDB de Sarney é pró Dilma. O PMDB de Michel Temer é pró Serra. E essa divisão pode ser notada, facilmente, pela entrevista do Senador Jarbas Vasconcelos (PMDB/PE) à revista Veja, na semana retrasada. Nesta entrevista, ele critica fortemente o seu partido, mas direciona as críticas a Sarney, poupando Temer. Critica Dilma e elogia Serra. Tudo isso com um tom de indignação incomensurável. Fosse ele um centroavante derrubado na área, receberia o cartão amarelo.
Mas o PMDB sabe ser tão versátil (pra não dizer safado), que nada impede que tudo isso mude, invertendo-se, eventualmente. Do PMDB pode se esperar tudo, menos que fique totalmente na oposição.
Enfim, o jogo está na mesa. Dilma e Serra tentando ocupar os espaços e Aécio tentando atrapalhar. E Lula assistindo a tudo isso, de camarote, e planejando 2014. E com essa mesa posta, temos ainda Ciro Gomes se fingindo de morto.
Lula está se esforçando pra emplacar Dilma como candidata petista, apesar das fortes resistências dentro do partido. Uma Dilma de rosto novo e de simpatia nova, ambos fabricados. Dilma não é a preferida pelo partido. E o partido tem muita gente de maior expressão política do que ela. O partido tem Tarso Genro, tem Suplicy, tem Mercadante. Mas Lula escolheu Dilma.
Acho que Lula não acredita na vitória de Dilma. Aliás, isso nem lhe importa. Afinal, Lula sabe que se elege com facilidade em 2014. Ele vai sair do governo em 2010, com um altíssimo grau de popularidade, e entregar o país ao seu sucessor num momento de enorme crise financeira. Serão 4 anos de penúria e muita dificuldade, que irão corromper a popularidade de qualquer presidente, seja ele quem for. Com isso, em 2014, sua vitória é uma barbada.
A mídia tem insistido na polaridade entre Dilma e José Serra. E Serra tem alimentado isso, fingindo que Aécio Neves não existe. Mas Aécio existe. E Aécio tem Minas Gerais, o segundo maior colégio eleitoral. Não dá pra ganhar a eleição só com Minas, mas dá pra atrapalhar a eleição alheia. Aécio dará trabalho para Serra. E apesar de toda uma carreira política gaúcha, Dilma é mineira. Será mais mineira que nunca, nesta campanha. Comerá pão de queijo e angu, como poucos. Falará uai, se necessário.
O PMDB pode ser o fiel da balança nestas eleições. Ganharam a presidência da câmara e do Senado. Digo ganharam pois trata-se de 2 PMDBs. O PMDB de Sarney é pró Dilma. O PMDB de Michel Temer é pró Serra. E essa divisão pode ser notada, facilmente, pela entrevista do Senador Jarbas Vasconcelos (PMDB/PE) à revista Veja, na semana retrasada. Nesta entrevista, ele critica fortemente o seu partido, mas direciona as críticas a Sarney, poupando Temer. Critica Dilma e elogia Serra. Tudo isso com um tom de indignação incomensurável. Fosse ele um centroavante derrubado na área, receberia o cartão amarelo.
Mas o PMDB sabe ser tão versátil (pra não dizer safado), que nada impede que tudo isso mude, invertendo-se, eventualmente. Do PMDB pode se esperar tudo, menos que fique totalmente na oposição.
Enfim, o jogo está na mesa. Dilma e Serra tentando ocupar os espaços e Aécio tentando atrapalhar. E Lula assistindo a tudo isso, de camarote, e planejando 2014. E com essa mesa posta, temos ainda Ciro Gomes se fingindo de morto.
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Onde será que anda Ciro Gomes?
8 comentários:
muito bom o texto arnaldo,
caramba, não da pra engolir essa dilma. ela expõe tudo o que é o jogo polílito na nossa cara. ou melhor dizendo, na sua própria cara, fabricada.
e, realmente, minas não decidirá o rumo final de tudo, mas vai atrapalhar!!
não acredito no poder na mão desses homens. saramago escreveu um textinho sobre eleição e poder ontem, dá uma lida, sintonia de vcs.
bj
O que se comenta a boca pequena aqui em MG é que o Aécio desistiu de bater de frente com o PSDB paulista e vai ser candidato a senador nas próximas eleições.
Só tenho uma vírgula a por na sua excelente análise, meu camarada.
A crise que o sucessor de Lula herdará, nada tem a ver com o governo do ex-operário.
Deve-se a irresponsabilidade do capital financeiro que especula sem medida. Queria eu receber 150 bilhões do governo americano como aconteceu com a mega-seguradora AIG. Quem está se beneficiando dessa crise? Os mesmos irresponsáveis que agora cobram do Estado e a ajuda financeira para a própria sobrevivência e dos trabalhadores, que pagarão com os próprios empregos. Ou seja, façamos merda que o governo limpa e os operários que se danem. Metade dessas automobilísticas surgirão fortes dessa crise, e cada vez mais robotizadas. Desemprego estrutural pós desemprego conjuntural, meu camarada.
Lula chegou em 2003, com o petróleo a 25 dólares. O ouro negro, nesse período, já passou dos 150 e a inflação por aqui ficou controlada. FHC limpou o caixa. Torrou quase tudo. E o barbudo herdou os cofres vazios encheu o caixa de dinheiro. E ainda reduziu dependência externa quitando velhas dívidas, incluive com o famigerado FMI.
Tá, a dívida interna está nas alturas. Mas não se consertam 500 anos de estragos sem fazer uma bagunça danada primeiro. pelo menos o problema agora tá em casa e não lá fora. Há quem não goste disso (o FMI é um deles). Eu prefiro assim.
Que venha 2014. Abraços!
Caro Diego,
Eu não disse, em nenhum momento que a crise que virá foi gerada pelo presidente Lula. Na verdade, ela viria, fosse ele o presidente ou qualquer outro. A questão é que o momento da crise acabou caindo como uma luva pras pretenssões políticas dele (legítimas, aliás).
Andrea,
Também não morro de amores pela Dilma, mas o que se oferece como opção, seja Serra, seja Aécio, é tampouco digerível.
Meg,
Não vejo o Aécio no Senado. Seu estilo, a meu ver, necessita de uma posição no poder executivo para que ele esteja exposto na mídia. Se ele for pro Senado, acho que volta pro executivo em 2 anos, como prefeito de BH. Tudo pra ficar na mídia. Mas acho que sua ida para o PMDB ainda pode ser a via preferida.
Claro, querido. Com certeza! Você é sempre muito claro no que escreve e certamente você não afirmou que a crise era culpa de Lula. Eu que coloquei isso e aproveitei pra expor o que acho sobre o sucessor do barbudo, seja quem for.
Creio, honestamente, que Dilma, ou Serra , ou Aécio, ou qualquer outro, receberá das mãos de Lula um Brasil muito mais forte, muito mais estruturado (a infra-estrutura é dessas coisas que não se fazem em poucos anos), muito mais gerenciável e muito mais independente.
Que apesar de todos os mensalões, cpi´s e afins, além da ortodoxia econômica do BC, vale a força com que estamos encarando esse péssimo momento da conjuntura mundial. força que certamente não teríamos se essa crise chegasse no início dessa década.
Mas acho ainda que essa crise passará rápido, depois de mais uns pacotes de ajuda liberados pelos BC`s aos bancos e grandes empresas. Isso, pra mim, é eliminação de concorrência, haja vista os trustes que estão acontecendo (Itau-Unibanco / Santander-Real etc.)
Obrigado pela mensagem lá no geografias. Deu o maior ânimo!
Abraço!
Ciro está em férias com Flora, ops, com a Patricia Pillar.
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