Não foi por coincidência que o fim da minha fé em deus aconteceu no momento em que eu ingressei na escola técnica, aos 14 anos. Afinal, a intimidade com os átomos e as moléculas e tudo o que podia ocorrer com eles, devidamente comprovado nos laboratórios de física e química, pareceu, aos meus jovens olhos, incompatível com as crenças que a família tentava incutir em minha mente. Empreendi, naquele momento, uma peleja contra a fé, sempre aparado no conhecimento científico que começava a desvendar, excitado.
Com o tempo, minha crença não ressurgiu, mas aprendi a respeitar e, até mesmo, a entender o efeito que a fé pode causar nas pessoas, em grande parte das vezes, um efeito positivo. Percebi o quanto esta fé pode fazer bem a essas pessoas e o quanto a existência deste suporte pode servir de alento e até mesmo de consolo, nos momentos difíceis pelos quais, todos nós, acabamos passando. Hoje, lido muito bem com qualquer manifestação de fé que as pessoas possam ter, respeitando o direito de todas elas escolherem seu caminho. Minha tolerância não é tão elástica em relação às igrejas que canalizam, formatam e manipulam esta fé.
No fim de tudo, é sobre isso que trata o livro A goleada de Darwin, de Sandro de Souza. Em 90% dos seus capítulos, ele trata do debate entre criacionismo e darwinismo, quando levados aos bancos escolares, sobretudo nos Estados Unidos. Mostra o quanto uma grande parcela daquela sociedade rejeita a teoria de Charles Darwin e como, no início do século passado, foi difícil ensiná-la nas escolas americanas. Hoje, depois da batalha ganha pela teoria da evolução das espécies, existe, ainda, um forte movimento no sentido que se ensine, também, outra versão da história, baseada na crença da criação do universo e, sobretudo, da humanidade, por uma entidade divina.
O livro não rejeita este ensino. O livro resiste a que esse ensino seja feito nas aulas de ciência. E nesse ponto, concordo plenamente com ele. Acho lícito ensinar essa versão do caminho que criou a vida numa aula de teologia, filosofia, ou até mesmo de história. Nas aulas de ciências ou biologia deve-se ensinar o que está cientificamente comprovado, ou seja, a teoria da evolução da espécie e da seleção natural, desenvolvida por Charles Darwin, mais de 100 anos atrás.
A principal conclusão do livro, afinal, é, justamente, perceber que ciência e fé podem caminhar juntas, contanto que cada uma ocupe o seu lugar na mente das pessoas e, principalmente, nos bancos escolares.
Com o tempo, minha crença não ressurgiu, mas aprendi a respeitar e, até mesmo, a entender o efeito que a fé pode causar nas pessoas, em grande parte das vezes, um efeito positivo. Percebi o quanto esta fé pode fazer bem a essas pessoas e o quanto a existência deste suporte pode servir de alento e até mesmo de consolo, nos momentos difíceis pelos quais, todos nós, acabamos passando. Hoje, lido muito bem com qualquer manifestação de fé que as pessoas possam ter, respeitando o direito de todas elas escolherem seu caminho. Minha tolerância não é tão elástica em relação às igrejas que canalizam, formatam e manipulam esta fé.
No fim de tudo, é sobre isso que trata o livro A goleada de Darwin, de Sandro de Souza. Em 90% dos seus capítulos, ele trata do debate entre criacionismo e darwinismo, quando levados aos bancos escolares, sobretudo nos Estados Unidos. Mostra o quanto uma grande parcela daquela sociedade rejeita a teoria de Charles Darwin e como, no início do século passado, foi difícil ensiná-la nas escolas americanas. Hoje, depois da batalha ganha pela teoria da evolução das espécies, existe, ainda, um forte movimento no sentido que se ensine, também, outra versão da história, baseada na crença da criação do universo e, sobretudo, da humanidade, por uma entidade divina.
O livro não rejeita este ensino. O livro resiste a que esse ensino seja feito nas aulas de ciência. E nesse ponto, concordo plenamente com ele. Acho lícito ensinar essa versão do caminho que criou a vida numa aula de teologia, filosofia, ou até mesmo de história. Nas aulas de ciências ou biologia deve-se ensinar o que está cientificamente comprovado, ou seja, a teoria da evolução da espécie e da seleção natural, desenvolvida por Charles Darwin, mais de 100 anos atrás.
A principal conclusão do livro, afinal, é, justamente, perceber que ciência e fé podem caminhar juntas, contanto que cada uma ocupe o seu lugar na mente das pessoas e, principalmente, nos bancos escolares.
5 comentários:
pois é. essa é uma questão cuja polêmica eu achei que ficaria restrita principalmente nos bancos da escola básica, mas aqui na universidade me defrontei com tal disputa. Não da minha parte, que fé e ciência estão bem organizados em seus caixotes distintos dentro da minha cabeça, mas entre outras pessoas. Algumas até se recusando a assistir a aula. Temas polêmicos sempre quando vêm a tona sempre abalam nossas sólidas estruturas!! E como tá a Cê e a tia?? Bjs Tati- amiga de cursinho da Cê.!!!
Arnaldo, também não consigo ficar trancada em nenhuma caixa de legalidade religiosa, mas é impossível viver sem fé. Uns têm fé na própria força, outros na ciência e a maioria na sabedoria de Deus. A incredulidade e a desconfiança tornam as coisas impossíveis, a fé as tornam possíveis.
Oi, Arnaldo. Que interessante, eu li sobre o lançamento deste livro mas não sabia detalhes. Que bom que temos um brazuca falando com propriedade sobre o tema. Um beijo,
Na verdade, o que Darwin tem é uma TEORIA e não um TEOREMA, como temos na matemática. Teorias, são um conjunto de suposições aceitas na ausência de PROVAS, não é isso? Eu tb estudei em colégio técnico fiz faculdade de matemática. Lá, aprendi TEOREMAS matemáticos e tive aulas interessantíssimas de física. Ao contrário do que aconteceu com vc, minha fé em um Deus só aumentou, pois tive provas científicas quanto as atuações dele no universo. Como ELE estabeleceu as leis do universo. São realmente surpreendentes, coisa de Deus.
Também achei, Tati, que essa discussão não ganharia corpo aqui no Brasil, mas veja só, até a ex-ministra Marina Silva entrou nessa seara, meio perdida.
Andreia, muita gente confunde a minha falta de fé em deus com falta de fé em tudo. Não é nada disso. Tenho muitas crenças e algumas convicções. Todas, entretanto, no terreno da não-divindade.
Pois é, Valéria, e o cara defende as idéias de forma bem lúcida.
Carla, essa questão de ter fé ou não ter, em deus, é uma questão de foro íntimo e um direito de cada um. Ninguém precisa provar nada pra professar sua fé. Só é preciso respeitar a posição de cada um.
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