Genialidade e virtuosismo, em música, são características invejáveis, entretanto, raras. Enquanto uma gera grande resultado criativo, o outro garante apuro na execução, proporcionando resultado igualmente embevecedor. Já que raras, são características quase impossíveis de se encontrar juntas, numa só pessoa. Assim, tão feliz combinação é mais fácil de ocorrer na união de talentos.
Pois foi felicidade, justamente, o que eu senti ao ouvir, já na primeira oportunidade, o disco de Guinga com Paulo Sérgio Santos, Saudade do Cordão.
Pois foi felicidade, justamente, o que eu senti ao ouvir, já na primeira oportunidade, o disco de Guinga com Paulo Sérgio Santos, Saudade do Cordão.
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Di menor (Guinga e Celso Viáfora)
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Guinga é capaz de verdadeiras atrocidades quando a tarefa é exterminar o lugar comum. Suas músicas são sempre especiais, nunca ralas. Por muitos, considerado irascível, característica dos gênios, sua obra é respeitada e, muitas vezes, cultuada por qualquer ser que consiga identificar qualidade na combinação de notas musicais. Dono de um dedilhado preciso, é na criação das melodias e harmonias, entretanto, que seu talento se expressa com maior fulgor.
Não tenho conhecimento de alguma obra composta por Paulo Sérgio Santos. Conheço há muito, entretanto, a qualidade interpretativa do clarinetista do Quinteto Villa Lobos. Seu virtuosismo trafega do erudito ao popular, sem que ele tenha de lançar mão de malabarismos, recurso muito empregado por inúmeros instrumentistas. Transita entre Bach e Pixinguinha com a naturalidade de quem sabe tratar-se da mesma coisa.
Juntar estes dois monstros da nossa música, gênio e virtuose, só poderia dar no resultado que deu: um disco inebriante. Só mesmo esse som pra me motivar a escrever um texto tão recheado de termos pomposos. Não poderia ser diferente. Esse disco merece pompa.
Não tenho conhecimento de alguma obra composta por Paulo Sérgio Santos. Conheço há muito, entretanto, a qualidade interpretativa do clarinetista do Quinteto Villa Lobos. Seu virtuosismo trafega do erudito ao popular, sem que ele tenha de lançar mão de malabarismos, recurso muito empregado por inúmeros instrumentistas. Transita entre Bach e Pixinguinha com a naturalidade de quem sabe tratar-se da mesma coisa.
Juntar estes dois monstros da nossa música, gênio e virtuose, só poderia dar no resultado que deu: um disco inebriante. Só mesmo esse som pra me motivar a escrever um texto tão recheado de termos pomposos. Não poderia ser diferente. Esse disco merece pompa.
2 comentários:
gosto muito dos dois. e ouvi algumas faixas do disco dia desses. hoje vou ver guinga no rival com macalpe,zé renato e moacyr luz.quem sabe o paulo sérgio santosnão aparece pra uma canja?
beijos
Eu adoro o Guinga, de quem tenho alguns CDs, mas pouco conheço o Paulo Sérgio Santos. Lamento um pouco que a música instrumental brasileira, embora já esteja bem mais acessível, ainda tenha pouco destaque no nosso cotidiano.
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