Não digo isto embalado pelo clima das manifestações,
mas eu torci o nariz para a realização da Copa do Mundo no Brasil desde que a
tragédia foi anunciada, como escrevi neste texto aqui. Sentimento semelhante eu
tenho a respeito dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro.
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Falando de futebol, especificamente, não tenho me
sentido empolgado com a Copa das Confederações e, pra que não digam que é por
causa do resultado do jogo final contra a Espanha, estou escrevendo este texto
antes da partida. Pra dizer a verdade, nem mesmo a Copa do Mundo tem me
interessado muito nos últimos anos. E isso acontece, justamente, pelo fato de
eu gostar muito deste esporte.
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Em 1970, eu tinha 9 anos e começava a me
interessar por futebol. Daquela copa tenho, claras, duas lembranças. A primeira
é do jogo Brasil x Inglaterra, quando acabou a energia na minha casa e eu
acompanhei a partida pelo rádio de pilha, inaugurando um hábito que me acompanharia
por toda a adolescência.
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A outra lembrança foi depois da partida final, que
assistimos pela TV, na casa de minha avó. Mais do que o jogo, em si, o que
ficou na minha cabeça foi a quantidade de soldados do exército que havia nas
ruas durante a comemoração. Perguntei o motivo ao meu pai e ele deu alguma
explicação protocolar, pra mudar de assunto. Só depois de alguns anos eu fui
entender, melhor, o que se passava no nosso país naquela época.
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As seleções de 74 e 78 não me empolgaram, como não
empolgaram ninguém que tivesse um mínimo interesse pelo esporte. E foi só em
1982 que voltei a me sentir, realmente, excitado com um time brasileiro numa Copa
do Mundo. Nunca mais me senti assim, depois disso. Aquele time não ganhou a Copa,
mas isso não faz nenhuma diferença.
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E é pensando no time de 82 que eu queria indicar
o livro de Paulo Roberto Falcão, Brasil 82: O time que perdeu a Copa e conquistou o mundo. Neste livro, além de relatar alguns casos sobre aquele time
e aquela época, Falcão pergunta a cada um dos companheiros, que jogaram com
ele, o motivo do Brasil não ter saído vitorioso na competição. É muito
interessante perceber como cada um dos ex-atletas tem uma versão distinta para
o que aconteceu, mas, principalmente, perceber que a maioria deles, apesar da
derrota, não se sente derrotado.
2 comentários:
Vou confessar que não sei discutir sobre futebol. A pulso, entendi quando algum jogador está impedido...hehehe
Mas acho triste ver esses caras toda hora mudando de time por grana. Não que eles tenham que ser pobres, mas amor à camisa não existe mesmo, né?
Pode ser uma opinião nada a ver de uma mulher que não entende nada de futebol, porque é verdade, eu não entendo nada... mas me parece que antigamente não funcionava assim...
Quanto a copa, eu assisti os jogos, torci, fiquei feliz quando ganharam... mas realmente não mudou em nada a minha vida..rs.. espero que agora o assunto do momento não vire futebol e deixem as manifestações de lado.
bjinhoss
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