No meio do feriado de 4 dias, ainda com ganas de
ir ao cinema e sem ânimo pra viajar pra São Paulo novamente, procuramos as
opções em Campinas. Busca inglória, acabamos escolhendo um
filme argentino, motivados pelas últimas boas sensações experimentadas, nas
telas, pelo que se produziu naquele país, nos últimos 15 anos. Filmes como 9 rainhas, O filho
da noiva, Kamchatka, O segredo dos seus olhos, Abutres ou Elefante Branco. Filmes com atores como Ricardo Darin e diretores
como Juan José Campanella, que nos fazem morrer de inveja pelo fato do nosso
cinema não produzir, há muito tempo, algo minimamente comparável a eles.
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O filme 2
mais 2, de Diego Kaplan é divertido. Tem algumas tiradas engraçadas, mas é
só isso. Trata-se da história de dois casais de amigos, um mais conservador,
outro mais ousado, que resolvem se atrever e experimentar a troca de casais, ou
o swing, como chamam atualmente. O tema é instigante, poderia render
alguma reflexão mais profunda sobre o amor e o sexo, ou produzir cenas mais
picantes, que provocassem sensações excitantes na platéia. Tanto uma coisa
quanto outra teria alguma utilidade.
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Nada disso. O filme é divertido e nada mais. Perde
a graça, entretanto, quando, em dado momento, começa a trilhar um caminho que o
faz cair na armadilha moralista, reforçando a ideia de que o sexo só deve ser
praticado dentro de determinadas normas vigentes e mostrando que quem se atreve
a desafiá-las, acaba sofrendo consequências, talvez irreparáveis. Mas o próprio
filme oferece, de bandeja, uma chance de reparação ao apontar o arrependimento
como forma de salvação.
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Com este tema, poderia desmascarar a hipocrisia da
sociedade que cultiva mais o sentimento de posse do que o amor. Poderia
produzir um libelo pela liberdade, mostrando formas alternativas das pessoas se
relacionarem. Prefere, entretanto, não se atrever, não ousar, não fazer nada
disso. Opta pelo caminho mais comportado, mais seguro, menos excitante. Opta por
ser um filme divertido. Nada mais.
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Em tempo: Praticamente durante toda a exibição, a imagem no cinema do Shopping Galleria
ficou desfocada, chegando, durante alguns minutos, a ficar indecifrável. Como
se não bastasse a falta de opções na cidade de Campinas, nota-se, também, o
descomprometimento com a qualidade da exibição.
Um comentário:
Oi Arnaldo!
Senti certa decepção nas suas palavras. Nem todo mundo arrisca fazer um filme fora da linha "dos bons costumes", né.
Confesso que fiquei mais interessada no filme do post passado!
E que feriado cheio de filmes ein! rs.. Eu estou com saudades de ir ao cinema! Quem sabe na semana que vem eu consigo!
Abraço.
(eu não tenho conserto)
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