Há quem alimente tanta
expectativa no amor que não conseguirá nunca se sentir satisfeito. E, na busca
do atingimento de uma utopia, corre o risco de sufocar o ser amado, como se
fosse possível encontrar, numa só pessoa, uma entidade que, além de satisfazer
os anseios atuais, consiga acompanhar as alterações dos desejos e necessidades
que todos nós sofremos com o passar do tempo. Quem tem esta expectativa
exagerada acaba se frustrando, já que toda utopia é um fim inatingível. Ninguém
é tudo o que queremos e todo o tempo. Solução pra isso é saber lidar com as
frustrações ou então amar mais de um, ao mesmo tempo.
E foi exatamente isso o
que fez a personagem do livro Bocas de mel e fel da escritora Nilza Rezende.
Não é seu primeiro livro. Seu romance de estreia, Um Deus dentro dele, um diabo dentro de mim, foi bastante aclamado
mas ainda não o li. Em Bocas de mel e fel,
a narrativa é um tanto fora do convencional e isso ajuda a separar os dois
mundos da mesma personagem, reforçando a ideia de uma relação completar a
outra, o que não garante uma realização plena, até porque a vida não é aritmética.
Esta estratégia não é uma solução. É apenas uma saída.
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