Li Mario Vargas Llosa, pela primeira vez, quando ainda era adolescente. O livro era Pantaleão e as visitadoras e a leitura não me animou muito. Tanto que o outro livo dele que eu tinha, Conversa na Catedral, ficou mofando na estante, intocado até hoje. Fui ouvir falar de Vargas Llosa, novamente, no começo da década de 1990, quando ele se candidatou à presidência do Peru. Achei seu discurso muito alinhado com o de FHC. Pareceu-me um clone, um tucano peruano. Perdeu as eleições para Alberto Fujimori. Difícil acreditar que ele seria pior.
Algum tempo atrás, vi Pantaleão no cinema e achei divertido. Na época, pensei até em ler o antigo livro novamente, mas não passou de um pensamento volátil. E, agora, resolvi ler seu último lançamento, Travessuras da menina má.
Vargas Llosa escreve bem, não dá pra negar. O livro não empolga, mas prende a atenção e isso é sempre um bom indicativo. Afinal, literatura serve também pra entreter. É um ótimo livro pra ler nas férias, quando se está querendo desocupar a cabeça das minhocas. Não estou, entretanto, dizendo que o livro não faz pensar. Muito pelo contrário. Como é um livro sobre o amor, dá vazão a muitas reflexões.
O amor do protagonista pela menina má é um amor incondicional e unilateral. Isso criou em mim uma sensação dúbia. O amor incondicional é o meu ideal de amor. É a forma que eu acredito que todo amor deveria ter. O que não faz exigências, o que não pede nada em troca, o que se sustenta por si só. Basta estar amando. Desta forma, por ser incondicional, o amor não deveria exigir a reciprocidade. E é nessa unilateralidade que eu não acredito. Não acredito que o amor possa se sustentar sem ser correspondido. Acredito no amor não exclusivo, mas não acredito no amor de uma só via. Pode-se amar mais de uma pessoa. Não se pode amar sem ser amado.
Percebo a contradição de minhas palavras. Afinal, como se pode idealizar um amor incondicional ao mesmo tempo em que não se acredita no amor unilateral? Não seria essa uma condição? Incoerente?
Mas é assim mesmo. Entre todas as características do amor, uma das mais fortes é a incoerência. E talvez a mais fascinante.
Algum tempo atrás, vi Pantaleão no cinema e achei divertido. Na época, pensei até em ler o antigo livro novamente, mas não passou de um pensamento volátil. E, agora, resolvi ler seu último lançamento, Travessuras da menina má.
Vargas Llosa escreve bem, não dá pra negar. O livro não empolga, mas prende a atenção e isso é sempre um bom indicativo. Afinal, literatura serve também pra entreter. É um ótimo livro pra ler nas férias, quando se está querendo desocupar a cabeça das minhocas. Não estou, entretanto, dizendo que o livro não faz pensar. Muito pelo contrário. Como é um livro sobre o amor, dá vazão a muitas reflexões.
O amor do protagonista pela menina má é um amor incondicional e unilateral. Isso criou em mim uma sensação dúbia. O amor incondicional é o meu ideal de amor. É a forma que eu acredito que todo amor deveria ter. O que não faz exigências, o que não pede nada em troca, o que se sustenta por si só. Basta estar amando. Desta forma, por ser incondicional, o amor não deveria exigir a reciprocidade. E é nessa unilateralidade que eu não acredito. Não acredito que o amor possa se sustentar sem ser correspondido. Acredito no amor não exclusivo, mas não acredito no amor de uma só via. Pode-se amar mais de uma pessoa. Não se pode amar sem ser amado.
Percebo a contradição de minhas palavras. Afinal, como se pode idealizar um amor incondicional ao mesmo tempo em que não se acredita no amor unilateral? Não seria essa uma condição? Incoerente?
Mas é assim mesmo. Entre todas as características do amor, uma das mais fortes é a incoerência. E talvez a mais fascinante.
9 comentários:
também adorei 'pantaleão e as visitadoras'. o filme também é legal!! talvez encare o 'travessuras'........
bj
Arnaldo,
Respeito Vargas Llosa, embora não tenha muita paciência com o texto dele. O tema do amor incondicional me é muito caro. Gosto de abordá-lo, discutí-lo, me intriga. Já, inclusive, postei sobre ele. Qualquer hora dessas voltarei ao assunto, até por acreditar piamente em amor incondicional, e achar o sentimento deslumbrante.
Grande abraço
Ricardo,
Este tema também me é caro. Já escrevi sobre ele, aqui mesmo no blog, 2 anos atrás.
Dê uma olhada neste Link sobre o livro O Túnel.
Engraçado
Durante minhas féria peguei um livro dele, que eu nunca tinha lido, e comecei. Sou daqelas que insiste atéo fim. O livro não me empolgou. Meio deprê, sei lá...deixei ra outraoportunidade. Nem me lembro do título..
Arnaldo, já tinha lido este texto antes, mas fiquei sem saber como comentá-lo. Aliás, acho que continuo... Sou uma eterna inquieta no assunto e concordo com você quando diz "entre todas as características do amor, uma das mais fortes é a incoerência". E assim as dúvidas permanecem e são muitas...
Tatiana. O cara escreve direitinho, mas é só isso. E isso é pouco. Ao menos pra mim.
Vanessa. A inquietude alimenta a dúvida e a dúvida é a dádiva. Nos mantém acesos.
Oi, Arnaldo! Depois de um longo tempo sem te visitar (não me pergunte o porquê do sumiço), bateu saudades e voltei a ler seu "baú de tranqueiras".
Seu estilo continua inconfundível e sua sensibilidade para certos assuntos também.
Li este livro do Vargas Lhosa ano passado e apesar de gostar do tema e suas variações, vou ter que concordar com vc... é um livro muito arrastado, que não empolga e muito fantasioso.
Afe!
:D
Pantaleao e as visitadoras é um dos meus filmes favoritos. Uma linda história de amor! Divertidíssimo. E aquela atriz maravilhosa nunca mais fez nada que tenha aparecido por aqui. Que pena!
Postar um comentário