Passado um dia da divulgação do resultado
das eleições, neste primeiro turno e, depois de acompanhar as análises feitas
pelos “especialistas” na TV, escrevo aqui algumas conclusões a que cheguei a
partir de minhas reflexões. Acho importante, aliás, que cada um consiga
formular suas próprias conclusões em lugar de aceitar apenas e, passivamente,
as conclusões oriundas da análise de jornalistas das grandes empresas de mídia,
das declarações de políticos profissionais (de qualquer que seja o partido), de
seu chefe ou do pastor de sua igreja. A única forma de criar um legítimo senso
crítico é conseguir criar um pensamento político baseado em suas próprias
reflexões. É claro que todos temos nossas influências e é natural nos apoiarmos
nelas, mas, as formas de influência que citei acima (TV, partidos políticos, o
empregador e a igreja) são as piores que podem haver. Cada um deve buscar as
suas fontes de influência. Eu sugiro os livros. Dá um pouco de trabalho, mas é a
única, entre as que eu conheço, que estimula a própria reflexão.
Se 49 milhões de eleitores votaram em
Bolsonaro, outros 58 milhões preferiram escolher outro candidato. Houve, além
disso, mais de 10 milhões de eleitores que foram às urnas e preferiram não dar
seu voto para nenhuma das 13 opções apresentadas e mais 30 milhões que sequer
compareceram aos locais de votação. Desta forma, do total de eleitores
cadastrados nas zonas eleitorais do Brasil e, também, no exterior, 33% deles
votaram no Capitão e 66% preferiram não lhe presentear com o voto.
O Fenômeno
Bolsonaro
Jair Bolsonaro começou sua atuação
política no fim da década de 1980, defendendo o aumento do soldo de oficiais de
baixa patente do exército. Foi uma atuação sindical, portanto. Como para esta
classe trabalhadora não há sindicatos, ele utilizou a estratégia de organizar
manifestações das esposas de militares, já que os procedimentos fechados desta
entidade proíbem seus membros de se expressar livremente. Elegeu-se vereador na
cidade do Rio de Janeiro baseado nos votos deste segmento. Evidentemente, sua
luta por melhoria nos salários não incluía os direitos de suboficiais,
sargentos, cabos e soldados. Apesar disso, a classe toda engajou-se na tarefa
de elegê-lo. A alta oficialidade sempre teve muitas reservas ao seu
comportamento, e, em documentos internos do Exército Brasileiro, da década de
1980, ele já era avaliado por seus superiores como um oficial deficiente na
tarefa de liderar por sua “falta de lógica, racionalidade e equilíbrio na
apresentação de seus argumentos”. Na verdade, é uma pessoa tosca, iletrada e
inculta.
Após este início, foi pavimentando sua
carreira política, elegendo-se, dois anos depois, como deputado federal e, a
partir daí, captando a sensação (legítima) de insegurança da população carioca,
foi vendo crescer sua popularidade e seu volume de votos, sempre com um
discurso pautado pela extrema violência e baseado em manifestações de
intolerância a diversos grupos que encontraram eco em segmentos da nossa
sociedade. Nestes 30 anos de carreira política, esteve filiado a 8 partidos
diferentes.
Na eleição de ontem, este candidato obteve
uma quantidade expressiva de votos e é importante, portanto, tentar identificar
as características de quem depositou seu voto num candidato tão tosco. Eu
consegui formular algumas (mas deve haver outras):
1 –
O bolsonarista típico
É aquele que concorda e apoia os valores
mais autênticos deste personagem, ou seja, o racismo, a homofobia, a misoginia,
a tortura e a convicção de que a violência é um caminho aceitável para se
atingir os fins. Minha convicção é que, felizmente, esta parcela é
relativamente pequena, comparando-se com a quantidade de votos que ele recebeu.
2 –
O eleitor insatisfeito
Este grupo, que me parece ser um dos maiores,
entre seus eleitores do dia de ontem, é aquele que não está satisfeito com o que
o estado tem oferecido em termos de serviços públicos, sobretudo no combate e
prevenção da violência. Embora o candidato, durante a campanha, não tenha
apresentado nenhuma proposta concreta de combate a este mal que assola,
principalmente, as médias e grandes cidades brasileiras, suas bravatas
encontram eco na parcela da população que vê, todos os dias, as polícias
estaduais atuarem muito mais na defesa do patrimônio da classe média e alta, do
que na proteção da vida de quem mora na periferia e, principalmente, nas
favelas. A perspectiva do surgimento de um “salvador da pátria”, que consiga
mudar esta realidade, prometendo segurança, ocorre como alento na mente desta
população, que acaba relevando o fato destas promessas não estarem
rigorosamente atreladas ao cumprimento estrito da lei ou ao respeito aos
direitos humanos. Neste ponto, é interessante perceber que esta falta de apego
ao cumprimento estrito da lei e o desrespeito sistemático aos direitos humanos
são justamente as principais características da atuação das polícias estaduais,
que, hoje, produzem esta insatisfação, sobretudo nas áreas da população menos
favorecida.
3 –
O eleitor eminentemente conservador
É o mais ideológico, entre todos.
Convencido do discurso liberal, de que o estado deve interferir pouco na
economia (os mais radicais, dizem nada), é o eleitor que não votaria,
naturalmente, em Bolsonaro, mas admite relevar as características fascistas que
o candidato manifesta publicamente, em troca de um “bem maior” (em sua visão),
ou seja a “eliminação do pensamento de esquerda”. A simples utilização deste
verbo (“eliminar”), por si só, já revela que o caráter fascista não está presente
somente no discurso do candidato.
É o grupo que mais tem consciência de que
qualquer avanço em políticas sociais, com foco na redistribuição de renda e na
diminuição da concentração da riqueza do país, enfim, tudo que mire da direção
da redução da desigualdade, irá comprometer seus próprios interesses. É a
parcela da sociedade que luta, com todas as forças, para, do ponto de vista
econômico, conservar as coisas como estão (o termo conservador não vem do nada,
afinal). Como é economicamente conservador, o é, também, em relação aos
costumes e, por isso, questões como a violência contra os negros, os índios, as
mulheres e os homossexuais não lhe comovem.
Não que ele pratique ou estimule este
comportamento, muito pelo contrário. Apenas não se importa com isto.
*Cabe aqui um esclarecimento: Quero apenas deixar claro que não considero
que ser conservador seja um defeito. É apenas uma característica, absolutamente
legítima. O problema é quando o conservador, no natural afã de conservar o status
quo, torna-se reacionário. Quando adquire esta característica, perde a
capacidade de dialogar com respeito com um oponente e é neste ponto que começa
a proferir considerações semelhantes ao do bolsonarista típico. É quando passa
a utilizar verbos como varrer, limpar, metralhar e, o mais emblemático, eliminar, ao se referir a adversários.
4 –
O eleitor antipetista
Aqui, é muito importante não confundir com
o eleitor conservador. O conservador não é antipetista, pois nunca votou e
nunca irá votar no PT. O conservador é aquele que será “anti” qualquer partido
que apresente propostas na direção de redução da desigualdade, como foi
explicado no item anterior.
O eleitor antipetista é muito menos
esclarecido que o conservador, até por que, é o eleitor que se deixa pautar
pela opinião da mídia, do mercado, da igreja e de outras instâncias
influenciadoras. Tem, portanto, comportamento circunstancial. Se estas
instâncias, amanhã, elegerem os carnívoros como a causa de todos os males que
assolam o mundo, passarão a ser anticarnívoros e, adotarão discurso e atos que
tenham o objetivo de eliminar (de novo, este maldito verbo), da face da terra,
os indivíduos que tenham o hábito de comer carne. O mesmo fenômeno aconteceu
com os judeus na Alemanha, durante o regime nazista. A falácia de que a
corrupção foi inventada pelo PT, ou foi maior em seus governos, ou que na
ditadura não existia corrupção é tão simplória que somente os extremamente
ingênuos, que são muitos, embarcam nesta onda. Esta é a falácia que pegou. É a
falácia do momento.
O antipetista é o eleitor mais manipulável
e mais fácil de enganar. É o mais inculto, o que não significa que não tenha
recebido alguma educação formal. Consegue combinar letras e sílabas e reproduzir
o som das palavras que estas combinações geram, mas quando as associações
ocorrem entre as palavras, costuma se atrapalhar, principalmente se elas forem
expressas através da escrita. Devido a isto, prefere se informar pela TV do que
pelos jornais. Utiliza, também, as notícias veiculadas pelas redes sociais e as
compartilham indiscriminadamente, sem checar sua veracidade e, também, sem
questionar se fazem sentido. Não é o único tipo de eleitor que compartilha as fake News, mas é o único que acredita
nelas.
É um grupo tão grande quanto o dos
insatisfeitos, sendo que muitos indivíduos podem ser categorizados dentro de
ambos.
5 –
O eleitor evangélico
Na minha visão, foi o responsável pela abrupta
e leve elevação dos votos em Bolsonaro, comparados aos dados nas pesquisas do
sábado. Esta elevação quase liquidou o pleito no primeiro turno, o que seria
uma pena.
*Outro esclarecimento: sou um fervoroso defensor do sistema em
dois turnos, para o executivo, por dois motivos: ele impede que um candidato
com apenas 10 ou 15% dos votos totais se eleja e, principalmente, porque é no
segundo turno, normalmente, que surge espaço para um real debate de ideias e
conceitos. Num segundo turno, em geral, nenhum candidato consegue fugir à
responsabilidade de apresentar seus planos e projetos.
Voltando ao perfil do eleitor evangélico,
é o que tenho mais dificuldade em interpretar, por ser muito complexo.
Identifico, neste tipo de eleitor, traços característicos, tanto do
eminentemente conservador quanto do antipetista.
O conservadorismo desta parcela da
sociedade, diferentemente do conservador liberal, é muito mais focado nos
costumes do que na economia. Neste aspecto, o que acaba pegando mais fundo em
sua consciência são as questões da luta contra a homofobia e a
descriminalização do aborto, presentes, firmemente, no discurso dos eleitores
progressistas.
Existe aí, a meu ver, uma dificuldade de
interpretação por parte dos evangélicos: criticar a homofobia é criticar a
violência contra os homossexuais (que, em última análise, se insere na crítica
à violência contra qualquer ser humano). Não há, na luta contra a homofobia,
nenhuma intenção de “estímulo” ao homossexualismo, até porque, não se trata de
uma escolha (e muito menos de um defeito ou doença) e sim de uma orientação íntima
e pessoal. Esta dificuldade de interpretação é ampliada por bobagens como o
“kit gay” (uma coisa que nunca existiu) e outras coisas do gênero.
Na questão do aborto, outra confusão.
Descriminalizar não significa estimular alguém a fazer um aborto. Ninguém faz
um aborto por que quer. Cada mulher deve
ter o direito de fazer o que achar mais apropriado com seu corpo (como fazem os
homens). É uma decisão individual. O estado não deve se meter neste assunto
(nesta questão, sou mais liberal que os ultraliberais). Além do mais, se as
igrejas evangélicas querem desaconselhar seus seguidores a fazer aborto, que o
façam, mas o que acontece com as pessoas de fora de suas congregações não é
assunto onde devam se meter.
Já o seu antipetismo é ainda mais
circunstancial do que o antipetismo clássico, descrito no item anterior. Para
adotar esta posição, subitamente, pode bastar uma orientação do pastor que, na
maioria das vezes, é dada a poucas horas do dia da eleição. Desta vez,
decidiram votar em Bolsonaro, mas em outras eleições o voto foi pro PT,
seguindo a mesma fórmula.
*Mais um esclarecimento se faz necessário: Tenho muitos amigos
evangélicos e eles sabem o quanto respeito sua fé (na mesma medida em que
respeitam a ausência dela, em mim). Eles sabem, também, que apesar de respeitar
qualquer tipo de fé (cristãos, judeus, adeptos da umbanda e candomblé, crentes
no deus Tupã ou em Thor), tenho pouquíssimo respeito pela instituição da
maioria das igrejas que exploram esta fé.
É muito provável que a maioria dos
eleitores de Bolsonaro se encaixe em mais de uma destas categorias, até porque,
o ser humano é a espécie do reino animal mais complexa e controversa que existe
no planeta.
O fenômeno #ELENÃO#
A composição do eleitorado que não quis
depositar seu voto no capitão talvez seja mais heterodoxa do que o grupo que
votou a favor. Há, inclusive, nesta composição, por mais contraditório que
pareça, integrantes de alguns dos mesmos grupos que lhe presentearam com o voto.
A característica dos que não quiseram
depositar sua confiança no capitão é o que vou tentar destrinçar agora:
1 –
O eleitor progressista
Tão ideológico quanto o conservador, é
aquele que acredita e defende um estado que garanta as mesmas oportunidades para
todo o conjunto da sociedade, além de ter a convicção de que é dele o dever de
prover serviços essenciais como saúde, segurança e educação à população. Está
consciente de que, para isso, é necessária uma política fiscal mais justa e
proporcionalmente mais igualitária e, assim, defende uma tributação amena para
quem tem baixa renda e robusta para quem tenha maior renda.
De forma geral, não está filiado a
qualquer partido e é pautado menos por eles e mais por uma ideologia do tipo
social democrata, tendo a preocupação de identificar, em cada momento particular
da história, quais partidos ou candidatos apresentam um discurso que coincida
com este ideal de governança. Este eleitor tem, por característica intrínseca e
ideológica, um histórico de defesa de direitos humanos e luta contra a
violência e o preconceito, sofridos pelas mulheres, negros, índios e membros da
comunidade LGBT.
Esta categoria de eleitor foi migrando sua
preferência por partidos, no Brasil, conforme estes iam mudando sua posição no
espectro ideológico. A grande maioria dos eleitores com este perfil foi
entusiasta do PSDB, em sua origem, e, conforme este partido foi mudando sua identidade em direção à direita, o eleitor foi
fazendo outras escolhas, dentre elas, o PT de Lula ou o PDT de Brizola e Darcy
Ribeiro.
É um eleitor preocupado com a corrupção,
mas tem consciência que este é um problema crônico e endêmico da sociedade
brasileira e a firme convicção de que ela não está atrelada a apenas um partido
político. Por isso, defende, mais do que uma política de caça às bruxas
seletivo e pautado por interesses escusos, a adoção de medidas, por parte do
estado, de um modelo que não estimule o financiamento privado de campanhas
políticas.
Tem, acima de qualquer preferência
partidária, um compromisso com a democracia e se engaja fortemente contra os
movimentos de cunho fascista que a ameacem.
*Insistindo: Ser progressista ou ser conservador não
significa, em minha concepção, estar do lado certo ou do lado errado, ser do
bem ou ser do mal. Significa ter valores e visões de mundo diferentes. A própria
escolha entre ser solidário ou individualista é uma escolha íntima e pessoal, ambas
legítimas. A convivência pacífica e a interlocução respeitosa entre pessoas com
estas diferentes concepções ideológicas só reforçam a democracia. Quando um
sentimento de ódio e um desejo de eliminação
do oponente começa a vigorar, aí a democracia é colocada em risco.
2 –
O eleitor petista
Sem ser, necessariamente, filiado ao PT, é
aquele que vota sistematicamente em seus candidatos. Exerce uma militância
forte, nos períodos de campanha eleitoral, mas não participa do dia a dia do
partido nem toma parte de suas deliberações. Tem, em geral, atitude aguerrida
na militância, mas sua energia oscila, de acordo com o momento histórico no
Brasil.
3 –
O petista de carteirinha
É aquele eleitor que, mais do que
militante, é filiado ao PT e, com isso, segue suas diretrizes, sejam elas quais
forem, já que participa de suas deliberações e, mesmo quando suas posições
particulares são derrotadas, dentro do partido, age com disciplina. Esta é uma
característica comum em partidos fortemente estruturados e está presente neste
tipo de agremiação, no mundo todo.
A quantidade de eleitores petistas e de
petistas de carteirinha representa um número muito menor do que se supõe.
Acostumou-se, entretanto, nestes últimos anos, a classificar todo aquele que
defende políticas de inclusão social como petistas ou petralhas, como preferem
aqueles que cultivam o uso do verbo “eliminar” na referência aos antagonistas.
4 – O eleitor de esquerda
Predominantemente
oriundo do grupo de ex-eleitores petistas, está à esquerda do PT e considera
que a solução para os problemas sociais que o Brasil enfrenta, há séculos, pode
ser obtida através de um modelo em que o estado venha a gerir o maior número de
atividades possível. São eleitores que votaram nos candidatos do PSOL, PSTU e
PPL. Neste primeiro turno teve pouquíssima participação na contagem de votos.
5 – O conservador órfão
É aquele eleitor que se
manteve fiel à sua convicção, confirmando seu voto no candidato em que, de
fato, acreditava. Eleitor de Alckmin, Amoedo, Daciolo, Meirelles, Álvaro Dias e
Eymael, totalizou um volume de votos menor que a de votos nulos, quantidade
esta que, naturalmente, tende a migrar para Bolsonaro, no segundo turno.
6 – O eleitor de Marina Silva
Este eleitor, assim
como a própria candidata, são os exemplos mais complexos para se analisar, mas
vou arriscar.
Dona de mais de 22
milhões de votos, em 2014, viu seu balaio encolher para pouco mais de 1 milhão,
no final do dia de ontem. Ao longo da campanha, foi vendo as previsões de
intenção de votos em seu nome diminuírem, continuamente, devido ao parco
significado de seu discurso.
O eleitor típico de Marina
se divide, historicamente, entre 2 grupos. O primeiro é o de perfil culto e
educado, preocupado com a proteção do meio ambiente e com o bem-estar das
pessoas, de forma geral. O segundo grupo pertence ao dos eleitores evangélicos.
Eu arriscaria o palpite
de que a queda paulatina ocorrida no decorrer da campanha seja devida à
migração da intenção de votos das pessoas do primeiro grupo, em favor de Ciro e
Haddad e a queda abrupta, ocorrida nos últimos 2 ou 3 dias da campanha, deveu-se
à migração dos evangélicos em favor de Bolsonaro.
Saber para onde vai este
milhão de votos que ela conquistou é um exercício de adivinhação tão difícil
quanto inútil.
E daí?
E daí, nada. Adivinhação
não é minha praia.
O resultado, para o
segundo turno, apresenta um favorito claro, que é Bolsonaro.
Do ponto de vista
matemático, as previsões mais óbvias são as de que os votos em Ciro e os dos
eleitores do PSOL, PSTU e PPL migrem para Haddad, assim como os dos
conservadores órfãos (que votaram em Alckmin, Amoedo, Daciolo, Meirelles,
Álvaro Dias e Eymael) se dirijam para Bolsonaro. Dos eleitores de Marina Silva,
nem mesmo o velho Oswald de Souza, conseguiria prever.
Há, ainda, os 40
milhões de eleitores que votaram em branco, nulo ou não compareceram às zonas
eleitorais e que podem, a seu bel-prazer, alterar esta estatística (para cima ou
para baixo).
Deixando a matemática
de lado e pensando em campanha eleitoral, acredito que haja um volume de votos
que pode ser conquistado por Haddad (ou deve preservado por Bolsonaro) que é o
dos grupos maiores, ou seja, os que eu chamei de eleitor insatisfeito e eleitor
antipetista.
O
desafio de Haddad, evidentemente, é maior, mas Bolsonaro não poderá continuar
fugindo dos debates e terá, em algum momento, que apresentar algum plano de
governo. A partir de agora, ele terá muito mais tempo no rádio e na TV para
aparecer e se pronunciar. Resta saber se ele conseguirá usar este tempo em seu
benefício ou se é isso que pode levá-lo à lona. Afinal, há pessoas que, ao
receberem uma corda, laçam um cavalo e o domam. Há outras que só o que conseguem
fazer é se enforcar.
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