Foi publicada, ontem,
mais uma pesquisa do Datafolha de intenção de votos para presidente. Os
gráficos mostram a evolução de cada um dos candidatos em pesquisa estimulada e
espontânea, além da evolução do índice de rejeição dos mesmos, nas últimas 4 pesquisas
(22/8, 10/9, 14/9, 20/9 – um mês, portanto).
Bolsonaro manteve um ritmo de crescimento praticamente
constante (1% por semana) e, depois do atentado sofrido, que aumentou
significativamente seu tempo de exposição no noticiário da TV, sua taxa de
crescimento dobrou na pesquisa estimulada. Nas respostas espontâneas,
entretanto, o gráfico mostra que o evento não teve tanta influência.
A maior taxa de crescimento percebida foi a de Fernando
Haddad (3% por semana) tanto na pesquisa estimulada quanto na espontânea. Já
Ciro Gomes é o que apresenta mais discrepância de crescimento quando comparados
os dois métodos de pesquisa. Interessante perceber que as posições de Haddad e
de Ciro se invertem, dependendo do método utilizado na pesquisa. (A pesquisa do IBOPE, menos detalhada, apresenta valores bem maiores para Haddad)
Alckmin patina num patamar constante. Não cai, mas não
consegue crescer nem um mísero ponto percentual. Continua na mesma, após 20
dias de campanha no horário eleitoral, apesar de ser detentor de 44% do tempo total
disponível de propaganda no rádio e TV.
Quem cai, ou melhor, despenca nas pesquisas, é Marina
Silva que, a manter este ritmo, deve chegar no dia da eleição empatada com os
candidatos chamados “nanicos”.
Por falar em nanicos, os 3, dentre eles, mais bem
posicionados nas pesquisas, Álvaro Dias, João Amoedo e Henrique Meirelles, apresentam
comportamento constante ao longo do mês, gravitando em torno de 3%, em situação
de empate técnico. Na pesquisa espontânea, aliás, levando em conta a margem de
erro, os três beiram o patamar de 0%.
O nível de rejeição a Bolsonaro, que crescia mais que o
índice de intenção de votos, estacionou depois da facada. É difícil, porém,
estabelecer se o evento teve influência neste fenômeno ou se atingiu a
saturação. Os índices de rejeição a Marina e Haddad também são crescentes,
enquanto se mantêm constantes (e baixos) os de Alckmin e Ciro Gomes.
A pesquisa mostra, ainda, que no
segundo turno, apenas Ciro Gomes venceria Bolsonaro. Todos os outros cenários
mostram um empate técnico.
Se eleição fosse uma coisa
puramente aritmética, poderíamos fazer suposições baseadas nas pesquisas e
levando em conta as intenções de voto em cada candidato pelo seu perfil. Assim,
teríamos uma vantagem de 45% para o candidato conservador contra 35% para um
candidato progressista. Por outro lado, a soma dos índices de rejeição aos
candidatos conservadores é de 150% contra 135% referente aos progressistas. (Os
valores acima de 100% se explicam pelo fato de que, quando um entrevistado
responde em quem pretende votar, ele escolhe apenas um candidato, enquanto que,
ao ser perguntado em quem não votaria em hipótese nenhuma, ele pode escolher
mais de um).
Eleição, entretanto, não é uma coisa
puramente aritmética. Além do mais, a soma dos percentuais dos indecisos, com
os que pretendem votar em branco ou nulo é de 17% na pesquisa estimulada e de
41% na espontânea.
O que parece certo, de qualquer
forma, é que, para o segundo turno, teremos um embate, mais uma vez, entre
candidatos com perfil e discurso antagônicos. É bom que seja assim. Estimula uma reflexão mais ideológica, por mais que alguns queiram fugir desta discussão.
É muito melhor do que aquilo que,
provavelmente, irá ocorrer em São Paulo, onde teremos 2 candidatos que
representam o que há de mais obscuro
no pensamento conservador de nossa sociedade. Será a oportunidade para que
eu, pela primeira vez na vida, pratique o voto nulo.
2 comentários:
Boa avaliação e concordância total quanto ao Governo de São Paulo... vou de Profa. Lisete... eka me diverte...
Quem é PROFA Lisete????
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