O ponto de partida do livro História dos Estados Unidos – das origens ao século XXI é uma pesquisa informal realizada pelo jornalista americano Mark Hertsgaard, especializado em questões ambientais, a respeito do que as pessoas pensam sobre seu país. Ele fez esta pesquisa entrevistando pessoas comuns na África, Ásia e Europa. O resultado foi a constatação de que, no resto do mundo, as pessoas têm opiniões muito contundentes, mas contraditórias sobre os Estados Unidos. As pessoas adoram ou odeiam aquele país. Ao enumerar o que os estrangeiros pensam sobre Os Estados Unidos, ele nos mostra uma lista em que os entrevistados creditam aos norte-americanos a maioria das coisas boas e das coisas ruins que acontecem no mundo.
Partindo disso, o livro coloca questões difíceis de responder, a respeito da religiosidade, moralismo, cultura de massas, política e ideologia dos americanos. Para tentar responder a essas questões, os quatro historiadores responsáveis pela redação do texto indicam a análise da história daquele país, desde o período da colonização até os dias de hoje. Seria pretensioso contar a história de um país, sobretudo dos Estados Unidos, num livro de apenas 280 páginas. Mas nem é esta a intenção do trabalho. Tanto que, para quem quiser se aprofundar no tema, eles dão, no final do livro, uma consistente relação de obras a respeito do assunto.
O maior mérito do livro, em minha opinião, é desmistificar alguns fatos e personagens da história americana. Muita gente, sobretudo no Brasil, gosta de dizer que, se tivéssemos sido colonizados pelos ingleses ao invés dos portugueses, seríamos o que os Estados Unidos são hoje. Ninguém diz que, se isto tivesse ocorrido, seríamos como a Índia, ou a Guiana. E é justamente esta, a primeira tese que o livro desmente. Ele mostra as diferenças entre as colonizações, quanto à organização (muito mais efetiva, no caso dos portugueses) e os seus objetivos. E continua desmistificando. Mostra a Guerra da Secessão com a real motivação de ambos os lados. Desmente aquela idéia de que os nortistas seriam mais “bonzinhos” e defendiam os escravos negros. Através de análises de textos da época, fica evidente que os interesses do norte industrializado era meramente econômico e que os nortistas desejavam criar uma massa consumidora para os bens lá produzidos, mesmo achando que os negros eram “inferiores” como seres humanos. Esta era, inclusive, a opinião de Abraham Lincoln.
Quando trata da participação dos Estados Unidos na segunda Guerra Mundial, ressalta o fato de que enquanto enviava tropas para lutar no Japão, o governo americano negava sistematicamente refúgio aos judeus que eram perseguidos na Europa. Não deixa de citar, aliás, a decisão americana de bombardear Hiroxima e Nagasaki, uma atitude, em todos os sentidos, mais cruel que os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001.
E nesta toada, todos os fatos e personagens relevantes daquele país são analisados com muita correção, sempre desmistificando tudo. A guerra do Vietnã, os governos Kennedy e Reagan, o bloqueio a Cuba e tudo o mais. Destrincha o american way of life e ressalta a importância do movimento negro. Mostra, aliás, como os movimentos negro e feminista, têm sido importantes para a formação daquela sociedade.
Um dos aspectos que o livro não deixa de lado, é a importância que nós, brasileiros, damos à opinião que os americanos têm a respeito do Brasil. É interessante perceber que, em geral, criticamos os americanos acusando-os de não saber qual é a capital de nosso país, mas quantos brasileiros, mesmo os da classe média e alta, sabem qual é a capital de Angola, Congo, Equador, Canadá ou Hungria? Ou será que nós pensamos que somos mais importantes do que qualquer um destes países? Por que é que exigimos que os americanos se interessem pelo Brasil se nós não nos interessamos pela maioria dos países de todos os continentes?
É um livro que nos mostra o melhor caminho pra encarar a característica de um país e um povo estrangeiro, que é buscar conhecer suas origens.
Partindo disso, o livro coloca questões difíceis de responder, a respeito da religiosidade, moralismo, cultura de massas, política e ideologia dos americanos. Para tentar responder a essas questões, os quatro historiadores responsáveis pela redação do texto indicam a análise da história daquele país, desde o período da colonização até os dias de hoje. Seria pretensioso contar a história de um país, sobretudo dos Estados Unidos, num livro de apenas 280 páginas. Mas nem é esta a intenção do trabalho. Tanto que, para quem quiser se aprofundar no tema, eles dão, no final do livro, uma consistente relação de obras a respeito do assunto.
O maior mérito do livro, em minha opinião, é desmistificar alguns fatos e personagens da história americana. Muita gente, sobretudo no Brasil, gosta de dizer que, se tivéssemos sido colonizados pelos ingleses ao invés dos portugueses, seríamos o que os Estados Unidos são hoje. Ninguém diz que, se isto tivesse ocorrido, seríamos como a Índia, ou a Guiana. E é justamente esta, a primeira tese que o livro desmente. Ele mostra as diferenças entre as colonizações, quanto à organização (muito mais efetiva, no caso dos portugueses) e os seus objetivos. E continua desmistificando. Mostra a Guerra da Secessão com a real motivação de ambos os lados. Desmente aquela idéia de que os nortistas seriam mais “bonzinhos” e defendiam os escravos negros. Através de análises de textos da época, fica evidente que os interesses do norte industrializado era meramente econômico e que os nortistas desejavam criar uma massa consumidora para os bens lá produzidos, mesmo achando que os negros eram “inferiores” como seres humanos. Esta era, inclusive, a opinião de Abraham Lincoln.
Quando trata da participação dos Estados Unidos na segunda Guerra Mundial, ressalta o fato de que enquanto enviava tropas para lutar no Japão, o governo americano negava sistematicamente refúgio aos judeus que eram perseguidos na Europa. Não deixa de citar, aliás, a decisão americana de bombardear Hiroxima e Nagasaki, uma atitude, em todos os sentidos, mais cruel que os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001.
E nesta toada, todos os fatos e personagens relevantes daquele país são analisados com muita correção, sempre desmistificando tudo. A guerra do Vietnã, os governos Kennedy e Reagan, o bloqueio a Cuba e tudo o mais. Destrincha o american way of life e ressalta a importância do movimento negro. Mostra, aliás, como os movimentos negro e feminista, têm sido importantes para a formação daquela sociedade.
Um dos aspectos que o livro não deixa de lado, é a importância que nós, brasileiros, damos à opinião que os americanos têm a respeito do Brasil. É interessante perceber que, em geral, criticamos os americanos acusando-os de não saber qual é a capital de nosso país, mas quantos brasileiros, mesmo os da classe média e alta, sabem qual é a capital de Angola, Congo, Equador, Canadá ou Hungria? Ou será que nós pensamos que somos mais importantes do que qualquer um destes países? Por que é que exigimos que os americanos se interessem pelo Brasil se nós não nos interessamos pela maioria dos países de todos os continentes?
É um livro que nos mostra o melhor caminho pra encarar a característica de um país e um povo estrangeiro, que é buscar conhecer suas origens.
4 comentários:
Gosto de livros de e sobre história. Aliás, eu só voltaria para as tais lides acadêmicas se fosse para cursar alguma coisa dentro deste tema. No caso da sua indicação, acho que tem o melhor - o leque aberto, que não tenta embretar o leitor numa só direção. Vou tentar comprar e ler.
Um abraço
Fui um desses brasileiros indignados com os Estados Unidos por não saberem a capital do meu país. Mas só até hoje. Obrigado por iluminar minhas idéias.
Arnaldo,
Os donos do mundo, não sabem a capital do Brasil, porque a educação deles, é voltada apenas para o seu próprio umbigo. Cultura geral zero, nada mais interessa, a não ser o petróleo dos outros e as matas tb dos outros. Depois da guerra de mentirinha sem sucesso, com a economia a deriva, estamos na mira deles. Tenho medo desse povo.
Tolinhos somos nós em acharmos que estão preocupados com a devastação da Amazônia, inventam que é para o plantio da cana-de-açúcar (mente doentia). Dessa forma mata dois coelhos com uma cajadada só: boicota o etanol brasileiro, e dá uma de fiscal da humanidade.
Bjs
Arnaldo,
Os donos do mundo, não sabem a capital do Brasil, porque a educação deles, é voltada apenas para o seu próprio umbigo. Cultura geral zero, nada mais interessa, a não ser o petróleo dos outros e as matas tb dos outros. Depois da guerra de mentirinha sem sucesso, com a economia a deriva, estamos na mira deles. Tenho medo desse povo.
Tolinhos somos nós em acharmos que estão preocupados com a devastação da Amazônia, inventam que é para o plantio da cana-de-açúcar (mente doentia). Dessa forma mata dois coelhos com uma cajadada só: boicota o etanol brasileiro, e dá uma de fiscal da humanidade.
Bjs
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