Há sete anos escrevi
este post comemorando o surgimento de um novo sambista. Naquela ocasião do
lançamento de seu primeiro CD, o que mais me chamava a atenção era o
repertório, extraído da lavra de gente como Paulinho da Viola, Ivone Lara,
Paulo César Pinheiro e Luiz Carlos da Vila. Naquele primeiro disco, as
composições de sua autoria representavam apenas um terço do disco. Esta
participação, como autor, foi aumentando e, no segundo CD, os sambas de sua
autoria já significavam mais da metade e, no terceiro, eram a totalidade do
disco, sempre em parceria com gente de primeira linha como Moacyr Luz ou Zé
Renato.
Mais uma vez, Moyseis
Marques vem inovar, com um quarto CD, Casual Solo, em que se acompanha de um
instrumental bem minimalista. E a inovação vem no fato de que expande seus
horizontes ao pôr os pés bem fora do terreno do samba, sem abandoná-lo. Incursiona
na área do jazz e do reggae com a delicadeza que só quem sabe como pisa no
terreiro alheio pode fazer.
Não se limita ao gênero
musical a sua inventividade, já que combina, numa mesma faixa, um samba de Luiz
Carlos da Vila com a música mineira de Toninho Horta e Fernando Brant. A
combinação resulta perfeita, mostrando que criatividade é uma coisa poderosa
quando acompanhada de ousadia.