Livros, música, cinema, política, comida boa. Isso tudo e mais um montão de tranqueiras dentro de um baú aberto.

sábado, 6 de julho de 2013

Pedro Almodóvar, mais uma vez

Semana passada estreou, aqui em Campinas, o novo filme de Pedro Almodóvar, Os Amantes Passageiros. Fiquei sabendo disso, ao ler a primeira página do caderno de cultura do Correio Popular, cujo texto, de João Nunes, espinafrava o filme. Logo em seguida, minha filha postou, em sua página do facebook, um comentário falando bem dele. Como eu confio mais na Cecília do que em qualquer crítico, fui ao cinema sem preocupação. Não me arrependi. Gostei, embora não seja uma obra-prima e não chega nem perto dos meus preferidos; Ata-me ou Mulheres à beira de um ataque de nervos. Não tenho, aliás, a ilusão de que ele volte a fazer algo que me arrebate como estes dois. O mesmo se passa com Woody Allen. Provavelmente, nunca produzirá outro filme como Manhattan.
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O autor do texto do Correio Popular se mostra incomodado com a forma com que a questão da sexualidade (da homossexualidade, na verdade) é abordada. Talvez tenha considerado muito debochada a maneira do tema ser conduzido. Esquece-se que Pedro Almodóvar é puro deboche e exagero. Sempre foi. O único ponto de concordância com o texto de João Nunes é a respeito da cena da dancinha. Absolutamente desnecessária.
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O texto sugere, ainda, um palpite de que o diretor espanhol tenha perdido a mão. Cheguei, também, a pensar nisso, depois de ver Má educação e Fale com ela, mas, logo depois, percebi que era bobagem, já que seus filmes, Volver, Abraços partidos e A pele que habito, voltaram a me agradar. Acredito que Os amantes passageiros esteja no mesmo padrão destes últimos.
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Com um elenco composto de habitués das produções do diretor, conta ainda com participações relâmpago de atores consagrados como Penélope Cruz, Antonio Banderas e Paz Vega, irreconhecível, muito magra e quase feia (nunca imaginei que um dia iria escrever isso).
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É uma boa diversão. Não arrebata, mas nem sempre isso é necessário.