Quem acompanha este blog
sabe que minhas preferências musicais recaem, principalmente, sobre a música
brasileira, sobretudo o samba. Isso não quer dizer que eu seja refratário a
outros gêneros musicais. Na verdade, tenho muito apreço pelo jazz e pela música
norte-americana que foi produzida nas décadas de 40 e 50, do século passado. Me
encantam os standards escritos por
compositores como os irmãos Gershwin, Irving Berlin, Jerome Kern, Richard
Rodgers e Cole Porter, meu preferido. Todos eles produziram canções inesquecíveis
que me seduziram (e ainda seduzem), interpretadas pelas vozes de Frank Sinatra,
Ella Fitzgerald, Carmen McRae, entre tantos outros. E, dentre tantos, tenho
clara predileção por Tony Bennett.
A música americana mais
moderna me interessa muito pouco. Com o rock flertei na mocidade e o resquício de
interesse ficou restrito a alguma produção nacional. Já em relação à música pop
americana, meu interesse é zero. Não me instigam os artistas e, muito menos, a
forma com que este produto cultural (ou seria subproduto?) é trabalhado pelo
mercado.
E foi por isso,
justamente, por esta quase implicância com a música pop, que me surpreendi com
meu interesse e, mais que isso, minha satisfação com o resultado de um disco de
Lady Gaga. Devo confessar que nunca havia ouvido nada que esta moça tenha
gravado e nem mesmo seu rosto era familiar pra mim. O que suscitou minha
curiosidade foi o fato do disco em questão ter sido gravado com Tony Bennett, um
trabalho cujo repertório é composto por standards
de jazz, a maioria em dueto com o meu cantor americano preferido. E não é que a
voz da moça é boa? Ela tem um timbre forte e uma boa noção de divisão musical,
característica imprescindível para interpretar este tipo de música.
Cheek
to Cheek (Irving Berlin) – Tony Bennett & Lady Gaga