Perder alguma coisa material tem a sua dor. É uma dor amena, ao menos pra mim. Já passei por isso algumas vezes. Certa vez, esqueci um livro numa sala de espera de dentista. A dor foi mais pelo que deixei de ler e pela ruptura da continuidade do prazer que já experimentara, do que pelo valor do livro, propriamente dito. Curiosamente, vim a comprar um outro exemplar dele, algum tempo depois, mas nunca retomei sua leitura. Ficou, mesmo, como uma perda.
Certa vez, emprestei um disco a um amigo e não mais o reouve devido a uma dupla amnésia, a do amigo que deve tê-lo colocado em sua estante por descuido e a minha, que não me lembrei qual foi o amigo contemplado pelo empréstimo sem volta. A dor, neste caso, foi amenizada pela certeza que o bom amigo passou a regozijar-se com boa música, já que, assim como só tenho bons amigos, sempre só tive bons discos.
A dor maior, a mais pungente, é a perda de algo que nos falte ao sentimento, algo pelo que sintamos carinho, algo pelo qual sintamos amor. Algo que tenha uma história, construida ao longo de muitos anos. Aí, a sensação é maior do que a de perda. A sensação é a de vazio, um vazio que parece que nunca mais vai ser ocupado novamente. Talvez o tempo amenize essa dor.
Certa vez, emprestei um disco a um amigo e não mais o reouve devido a uma dupla amnésia, a do amigo que deve tê-lo colocado em sua estante por descuido e a minha, que não me lembrei qual foi o amigo contemplado pelo empréstimo sem volta. A dor, neste caso, foi amenizada pela certeza que o bom amigo passou a regozijar-se com boa música, já que, assim como só tenho bons amigos, sempre só tive bons discos.
A dor maior, a mais pungente, é a perda de algo que nos falte ao sentimento, algo pelo que sintamos carinho, algo pelo qual sintamos amor. Algo que tenha uma história, construida ao longo de muitos anos. Aí, a sensação é maior do que a de perda. A sensação é a de vazio, um vazio que parece que nunca mais vai ser ocupado novamente. Talvez o tempo amenize essa dor.