Livros, música, cinema, política, comida boa. Isso tudo e mais um montão de tranqueiras dentro de um baú aberto.

quinta-feira, 18 de março de 2010

O Rio e o choro

Nada pior do que viver mal informado. E confesso, ultimamente, ando com tanta preguiça que pouco interesse tenho tido nos assuntos que pululam nos nossos dias. Mas eis que, de repente, sou tomado de assalto por essa pendenga a respeito dos royalties do pré-sal, envolvendo os estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo. Todo mundo falando, manifestações nas ruas do Rio, o governador Sérgio Cabral ora chorando ora indignado. Podia tentar me informar, ler como um louco a respeito do assunto, mas a preguiça me cria barreiras, ata minhas pernas, embota meus olhos. E aí, quando não se tem informação suficiente, só há duas ferramentas pra encarar a questão. Uma é usar a intuição e a segunda é dar uma olhada em quais são as pessoas que estão defendendo um lado e outro.
.
A primeira opção é a mais perigosa, já que a intuição pode trair a gente, danada que ela é. Além do mais, a intuição sempre funciona melhor quando está acompanhada de fortes convicções a respeito de todas as coisas. E nesse aspecto, admito, ando meio fraquinho. Se ainda fosse no tempo dos meus 30 anos, quando eu tinha as certezas mais absolutas a respeito de tudo, mas hoje, beirando os 50, não tenho certeza de nada. Virei, de novo, aprendiz. Só que aprendiz preguiçoso, que é o pior tipo que pode existir.
.
De qualquer maneira, meu sentimento vai na direção de achar que não é pelo fato de uma riqueza ser produzida numa determinada região que as pessoas das outras partes do país não devam usufruir dela. Tenho essa mania meio antiquada de crer que a riqueza deve ser dividida com todo mundo. Mania fora de moda, reconheço. Mas se for só pela intuição e pelo sentimento, absolutamente desprovido de informação e sem nenhum saco de pensar muito no assunto, minha tendência é a de achar que os lucros da exploração do petróleo não devem ficar concentrados somente nas regiões produtoras.
.
Sei que isso é pouco pra segurar qualquer discussão, embora não esteja nos meus planos discutir esse assunto com ninguém. Estou, sinceramente, pouco me lixando pra o tema. Mas, mesmo assim, reconheço que meus argumentos são fracos.
.
Resta, portanto, a segunda opção. Resolvo, então, prestar atenção em quem é que está esbravejando contra a emenda do Ibsen Pinheiro e vejo, de cara, o Arnaldo Jabor e o Reinaldo Azevedo. Isso não deveria bastar, mas acabou bastando.
.
Assim sendo, munido do que consegui formular utilizando estas duas precárias ferramentas, tendo a concluir que a riqueza deva ser distribuída de maneira mais igualitária entre todos, preservando o direito das regiões produtoras de terem seus custos cobertos. É uma conclusão bem simplista, simplória até, bem sei. Mas, como já deixei claro, não tenho nenhuma intenção de descer tão profundamente nesta questão quanto as profundezas do pré-sal. É só intuição. Intuição e faro.

Um comentário:

Unknown disse...

Querido:

sinceramente? Não querendo parecer prepotente, mas se Arnaldo Jabor e Reinaldo Azevedo são a favor, não precisamos sequer estudar o tema. Somos contra. E não por pirraça, mas por bom senso mesmo.

Abraço!