Livros, música, cinema, política, comida boa. Isso tudo e mais um montão de tranqueiras dentro de um baú aberto.

domingo, 30 de dezembro de 2007

Ouvir poesia

Eu já fui de ler poesia. Faz tempo isso. E naquele tempo, até cometi umazinhas que minha autocrítica soterrou, para o bem da humanidade. A poesia que me seduzia era a poesia rimada. E é por isso que eu gostava mais de Vinícius do que de Drummond. Depois, percebi que o que eu gostava mesmo era a poesia que se confundia com letra de música, até perceber que eu gostava mesmo era de letra de música. Até cometi outrazinhas que a mesma autocrítica salvou a mesma humanidade.

Elegi Paulo Cesar Pinheiro como minha referência. Em letra de música e em poesia. E comprei o LP com alguns poemas do seu livro Poesia Morena, declamadas por ele. O livro, muitos anos depois consegui comprar e nele a Clélia buscou uma dedicatória do autor. Percebi que preferia a poesia declamada à lida. Ouvir poesia a ler poesia. Confirmei isso ouvindo a Antologia Poética de Vinícius e de Drummond em disco.

Faz tempo que não ouço disco com poesias declamadas. Antes, cada LP que tivesse a participação de Paulo Cesar Pinheiro, tinha uma ou duas faixas com ele declamando. Nos discos antigos de Bethânia também sempre tinha. Por isso, fiquei surpreso ao ouvir o CD Paralelas de Alzira Espíndola e Alice Ruiz.

Alzira, eu conheço bem, de discos solo ou duetos com a irmã Tetê. É daquela turma de Mato Grosso da qual faz parte Almir Sater. Alice Ruiz é poeta e letrista. Parceira de Itamar Assunção, Chico Cesar, Zeca Baleiro.

Este CD mescla poemas de Alice com canções de sua autoria em parceria com Alzira. É um disco fundamentalmente feminino. Poderia se chamar Para Elas, título, aliás, de uma das canções do CD.

É bom ouvir poesia. É bom ouvir música com letra bonita. Dá uma vontade danada de se soltar, de se aventurar.

É bom que eu me contenha. Para o bem da humanidade.

3 comentários:

Telejornalismo Fabico disse...

*




eu diria mais: gosto de músicas com belas poesias, principalmente as dramáticas, ao estilo do chico.
na voz do interprete certo, é uma ópera em pílulas.


bom 2008.




*

Andrea Drewanz disse...

Que isso, Arnaldo!
Solte a sua veia literária. Deve ter muita coisa boa escondida no baú...
Este espaço aqui é muito democrático. rsrsrsrs
Tenho certeza de que irá se surpreender com a recepção dos "leitores" e amigos.
Concordo com vc: está mais do que na hora de se aventurar!!!

ninguém disse...

Já gostava de Alice por tabela, por amar o que Leminski escrevia.
E sou chaaaata pra poesia. Aliás, coisa mais difícil não existe.
abração