Quem vê a capa e olha os
nomes no índice de O livro das mulheres extraordinárias de Xico Sá não consegue evitar que a lembrança nos remeta à
época das revistas Ele Ela e Status, anos 70, na qual nossas solitárias sessões
masturbatórias eram inspiradas em coxas, bundas e um solitário peito, sem o
mamilo. Sim, naqueles primeiros tempos, só se podia mostrar um seio, nunca o
par e sempre sem o mamilo. Mais tarde, o mamilo foi liberado e, muito mais
tarde, os pelos pubianos. Era uma época em que a excitação era produzida por
nossa imaginação, estimulada pelas imagens permitidas na censura do regime
militar. Por mais que quisessem nos domar, as mulheres estavam em nossas cabeças.
Pois o livro de Xico Sá
aborda tudo isso, mas não só isso. Ao lado de um justificado saudosismo dos
peitos como vieram ao mundo e da revolta pelo fim dos pelos pubianos, a ode que
o mais famoso exemplar do macho jurubeba faz a 127 mulheres em mais de 250 páginas
trata de peitos, de bundas e de outras partes do corpo feminino como as cordas
vocais e o cérebro. Xico sabe que, se a beleza e a gostosura de uma mulher nos embevecem,
quando aliadas ao talento e à inteligência, podem nos levar à loucura. Sempre
achei isso: beleza com inteligência é uma combinação explosiva.
Em cada uma das
crônicas, ele tece loas às beldades através de referências musicais, literárias, cinematográficas e, principalmente, televisivas. Não deixa escapar as lolitas de hoje, mas faz
reverência às musas que, embora o tempo já tenha lançado ao ostracismo, ainda
habitam nossa lembrança e nossa imaginação.
Há nomes famosos e
outros nem tanto, principalmente para quem, como eu, ando distante da TV e, por
isso mesmo, desatualizado a respeito das belezas e do talento das meninas de
hoje em dia. Por isso mesmo, a sugestão é ler o livro ao lado de qualquer
equipamento que possa fornecer um acesso ao Google para ligar o texto à pessoa.
Por mim, faltam, ainda, alguns nomes, como o de Zezé Motta ou Denise Dumont. Mas este tipo de lista é absolutamente pessoal, assim como os sonhos são de cada um.
Por mim, faltam, ainda, alguns nomes, como o de Zezé Motta ou Denise Dumont. Mas este tipo de lista é absolutamente pessoal, assim como os sonhos são de cada um.
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