Já escrevi no blog,
neste post e também neste outro, que me incomoda a ideia de idolatrar alguém.
Sendo assim, o que mais se aproximaria de ídolo, pra mim, são algumas figuras
que construíram meu gosto musical. Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil,
Edu Lobo e Paulinho da Viola estão todos com mais de 70 anos, mas são suas
canções as que mais me emocionam, ainda. Embora estejam em plena atividade, fazendo
shows, gravando discos ou escrevendo, noto que suas criações mais recentes
perderam o viço dos tempos áureos. Isso não é uma reclamação. Com 15 anos a
menos que eles, já sei muito bem o quanto o tempo é cruel com a nossa vitalidade.
A obra que produziram é muito mais que suficiente para que sejam lembrados para
sempre.
E foi por ter esta
compreensão que fiquei positivamente surpreso com o lançamento do CD Setenta Anos, de Dori Caymmi, em que ele
comemora a efeméride, com 13 músicas novas, todas com letra de Paulo César
Pinheiro, um de seus parceiros mais constantes.
O disco tem, ainda, uma
característica que muito me encanta: é um disco de voz e violão, simples,
limpo, minimalista, como só conseguem ser aqueles que reproduzem música de
primeira linha.
A música de Dori é e
sempre foi de primeira linha, assim como a poesia de Paulo César Pinheiro.
Ambos têm nos encantado há 50 anos com suas criações e é um verdadeiro alento
perceber que continuam criando maravilhosamente.
À toa (Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro) - Dori Caymmi
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