Os regimes autoritários só se sustentam manejando informações. É preciso saber de tudo e de todos, para melhor controlar as coisas. Controlar a vida das pessoas. Foi assim no estado novo de Getúlio, na União Soviética stalinista, no Chile de Pinochet, na ditadura militar brasileira. Foi assim, também, na Alemanha Oriental.
E é sobre essa época, a da República Democrática Alemã que trata o filme A vida dos outros, do diretor Florian Henckel von Donnersmarck. Nele, o personagem central é um funcionário do governo, encarregado de espionar as pessoas consideradas “suspeitas”. Interpretado pelo ótimo ator Ulrich Mühe, este funcionário excepcionalmente burocrático, cumpre sua função à risca, acreditando, sinceramente, estar fazendo o que é correto.
O que, inicialmente, chama a atenção no filme é como podem existir pessoas que se guiam arduamente por regras e normas para viverem suas vidas. E como isso faz com que se sintam confortáveis e seguras. Essas pessoas não arriscam, nunca questionam o que está estabelecido e num determinado momento, adquirem uma cegueira absoluta, que faz com que não consigam perceber nem mesmo as mais óbvias contradições do mundo. São pessoas satisfeitas, acima de tudo, mas nunca felizes, já que a felicidade exige um pouco de risco, experimento, novas descobertas.
Viver não é preciso, já disse o poeta. Pra viver não existe receita de bolo. É um aprendizado contínuo, com todos os erros que ele pressupõe. Ao normatizarmos nossas vidas, estamos fugindo dos erros, como se isso compensasse a falta de prazer verdadeiro, que uma vida normalizada provoca. Sim, pois sob regras e normas, até o prazer é pasteurizado. Fazer o que é pra fazer, o que está convencionado, o que está escrito.
Num determinado momento do filme, porém, o personagem principal começa a questionar-se e, também, o sistema que ele segue, tão cegamente. E, aí, vai dando um tipo de angústia, de perceber-se tão cego e tão iludido. Perceber a falta de amigos, a falta de amor. Perceber a vida tão tacanha e enfadonha, apesar de confortável. Confortável é pouco. É preciso provar dos sabores da vida e, se necessário, é preciso transgredir.
Sentir-se, de repente, frente ao mundo real, com tudo de bom e de ruim que ele nos oferece pode ser chocante, num primeiro momento, mas é extremamente prazeroso descobri-lo e descobrir-se.
E é sobre essa época, a da República Democrática Alemã que trata o filme A vida dos outros, do diretor Florian Henckel von Donnersmarck. Nele, o personagem central é um funcionário do governo, encarregado de espionar as pessoas consideradas “suspeitas”. Interpretado pelo ótimo ator Ulrich Mühe, este funcionário excepcionalmente burocrático, cumpre sua função à risca, acreditando, sinceramente, estar fazendo o que é correto.
O que, inicialmente, chama a atenção no filme é como podem existir pessoas que se guiam arduamente por regras e normas para viverem suas vidas. E como isso faz com que se sintam confortáveis e seguras. Essas pessoas não arriscam, nunca questionam o que está estabelecido e num determinado momento, adquirem uma cegueira absoluta, que faz com que não consigam perceber nem mesmo as mais óbvias contradições do mundo. São pessoas satisfeitas, acima de tudo, mas nunca felizes, já que a felicidade exige um pouco de risco, experimento, novas descobertas.
Viver não é preciso, já disse o poeta. Pra viver não existe receita de bolo. É um aprendizado contínuo, com todos os erros que ele pressupõe. Ao normatizarmos nossas vidas, estamos fugindo dos erros, como se isso compensasse a falta de prazer verdadeiro, que uma vida normalizada provoca. Sim, pois sob regras e normas, até o prazer é pasteurizado. Fazer o que é pra fazer, o que está convencionado, o que está escrito.
Num determinado momento do filme, porém, o personagem principal começa a questionar-se e, também, o sistema que ele segue, tão cegamente. E, aí, vai dando um tipo de angústia, de perceber-se tão cego e tão iludido. Perceber a falta de amigos, a falta de amor. Perceber a vida tão tacanha e enfadonha, apesar de confortável. Confortável é pouco. É preciso provar dos sabores da vida e, se necessário, é preciso transgredir.
Sentir-se, de repente, frente ao mundo real, com tudo de bom e de ruim que ele nos oferece pode ser chocante, num primeiro momento, mas é extremamente prazeroso descobri-lo e descobrir-se.
Um comentário:
Me parece ser um bom filme para assistir. Meio denso e perturbador, mas interessante. Valeu pela dica.
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