O que mais gosto e admiro no jornalista Ruy Castro é o método incansavelmente investigativo que ele utiliza para escrever seus livros, sejam as biografias, sejam os textos sobre música. Até já escrevi sobre ele num ou noutro texto deste blog. Nunca tinha lido, porém, algum livro de ficção escrito por ele. Embora não esperasse nada que fosse ruim, acabei ficando positivamente surpreso ao ler Era no tempo do rei.
Trata-se de um daqueles livros que misturam figuras e acontecimentos reais com personagens e fatos inventados. Muitos se atrevem a utilizar esta fórmula, mas isso não é uma coisa tão fácil de fazer. Rubem Fonseca obteve um ótimo resultado quando escreveu Agosto. Jô Soares, em seus livros, alcançou um resultado medíocre. É uma empreitada para poucos.
Apesar dos riscos, ou até mesmo devido a eles, Ruy Castro resolveu construir uma história de ficção envolvendo D. Pedro I, aos doze anos, e um menino das ruas do Rio de Janeiro, da mesma idade. Misturando expoentes da corte portuguesa com personagens mundanos da cidade maravilhosa, o livro destila um sem par de aventuras pelas ruas e vielas da cidade, protagonizadas pelos dois meninos. O texto é rápido e ágil e prende a atenção do leitor, do começo ao fim. Uma leitura leve e divertida, que não te permite desgrudar os olhos do livro. São 250 páginas que se lêem em poucas horas.
Mais do que por qualquer personagem, Ruy Castro é um confesso apaixonado pela cidade do Rio. O fato de ter nascido mineiro, na cidade de Caratinga, é considerado por ele um acidente de percurso. Como ele mesmo sempre diz: “Sou tão mineiro quanto o Milton Nascimento é carioca”. E é devido a esta paixão pela cidade que o Rio é, no livro, um dos principais personagens. Em sua última página, aliás, depois de terminada a história, ele nos fornece uma tabela com a correspondência entre os nomes de lugares e ruas citados no livro e os nomes destas mesmas localidades nos dias de hoje. Pena que eu não conheça tão bem a geografia da cidade. Se a conhecesse, extrairia muito mais prazer desta leitura, tenho certeza.
Dom Pedro I sempre foi meu personagem favorito na história do Brasil. Embora seu filho tenha sido muito mais admirável, os traços do primeiro imperador, mulherengo, fanfarrão, até mesmo canalha, sempre me fascinaram mais. E isso, certamente, ajudou para que eu gostasse do livro. Tanto que, assim que o terminei, fui correndo até a estante e já iniciei a leitura de sua biografia, escrita pela historiadora cearense Isabel Lustosa. E a leitura está sendo tão prazerosa quanto a anterior.
Trata-se de um daqueles livros que misturam figuras e acontecimentos reais com personagens e fatos inventados. Muitos se atrevem a utilizar esta fórmula, mas isso não é uma coisa tão fácil de fazer. Rubem Fonseca obteve um ótimo resultado quando escreveu Agosto. Jô Soares, em seus livros, alcançou um resultado medíocre. É uma empreitada para poucos.
Apesar dos riscos, ou até mesmo devido a eles, Ruy Castro resolveu construir uma história de ficção envolvendo D. Pedro I, aos doze anos, e um menino das ruas do Rio de Janeiro, da mesma idade. Misturando expoentes da corte portuguesa com personagens mundanos da cidade maravilhosa, o livro destila um sem par de aventuras pelas ruas e vielas da cidade, protagonizadas pelos dois meninos. O texto é rápido e ágil e prende a atenção do leitor, do começo ao fim. Uma leitura leve e divertida, que não te permite desgrudar os olhos do livro. São 250 páginas que se lêem em poucas horas.
Mais do que por qualquer personagem, Ruy Castro é um confesso apaixonado pela cidade do Rio. O fato de ter nascido mineiro, na cidade de Caratinga, é considerado por ele um acidente de percurso. Como ele mesmo sempre diz: “Sou tão mineiro quanto o Milton Nascimento é carioca”. E é devido a esta paixão pela cidade que o Rio é, no livro, um dos principais personagens. Em sua última página, aliás, depois de terminada a história, ele nos fornece uma tabela com a correspondência entre os nomes de lugares e ruas citados no livro e os nomes destas mesmas localidades nos dias de hoje. Pena que eu não conheça tão bem a geografia da cidade. Se a conhecesse, extrairia muito mais prazer desta leitura, tenho certeza.
Dom Pedro I sempre foi meu personagem favorito na história do Brasil. Embora seu filho tenha sido muito mais admirável, os traços do primeiro imperador, mulherengo, fanfarrão, até mesmo canalha, sempre me fascinaram mais. E isso, certamente, ajudou para que eu gostasse do livro. Tanto que, assim que o terminei, fui correndo até a estante e já iniciei a leitura de sua biografia, escrita pela historiadora cearense Isabel Lustosa. E a leitura está sendo tão prazerosa quanto a anterior.
Mas este é um assunto para depois.
4 comentários:
Arnaldão, as ruas do Rio têm histórias de rolar de rir. A Ouvidor, por exemplo, no trecho que vai da rua primeiro de março até a rua dos Andradas era chamada, segundo Brasil Gerson, de "Sucussarará".
Isso porque morava ali naquele trecho um comerciante português que ouvia de seu médico inglês um estímulo sonoro parecido com esse enquanto era tratado de suas hemorróidas.... Hilário, não?
Abraços!
Boa dica de leitura. Preciso de algo fora do convencional que costumo ler.
Abraços Arnaldo
Gosto muito do Ruy Castro! Obrigada por esta dica.
Casualmente estou relendo Saudades do Século XX. O Rui tem este talento de pegar texto de tudo que é canto e transformar a tal ponto que fica absolutamente dele. Acho que o "treinamento" valeu para o primeiro ficcional.
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