Livros, música, cinema, política, comida boa. Isso tudo e mais um montão de tranqueiras dentro de um baú aberto.

sábado, 29 de agosto de 2009

Nem samba nem tango

Quem acompanha este blog, há algum tempo, sabe o quanto eu gosto de Buenos Aires. Quem não sabe deste gosto, pode ler o que eu escrevi aqui. Gosto da cidade, mas, sobretudo, da comida e da música, principalmente o tango. Mas não só de tango vive a música argentina. Há muito mais. O problema é que, no Brasil, só conhecemos tango, quando pensamos em música portenha.

Aliás, esse é um fenômeno muito claro. Os argentinos conhecem muito mais a nossa música do que nós conhecemos a deles. Em qualquer loja de CDs em que se entra em Buenos Aires, há sempre uma prateleira enorme com discos de artistas brasileiros. E não é como nos Estados Unidos em que essas prateleiras, muito menores, estão ocupadas com discos de Bossa Nova ou, como na Europa, em que estão infestadas de coletâneas de gosto duvidoso.

Na Argentina há discos de quase todos os artistas brasileiros, desde os mais conhecidos, como os figurões da MPB, até aqueles desconhecidos aqui mesmo, pela grande maioria da nossa gente. E esta diversidade, que falta em muitas lojas de discos brasileiras, pode-se encontrar no CD duplo Aznar Canta Brasil, do cantor e compositor argentino Pedro Aznar. São 23 canções que vão desde os compositores mais consagrados como Chico Buarque, Caetano Veloso e Milton Nascimento, até autores tão importantes quanto estes, mas que não freqüentam as estações das nossas rádios e muitos menos as trilhas das novelas de TV, como Egberto Gismonti ou Zé Miguel Wisnik.



A maioria das faixas é cantada em espanhol, em versões escritas pelo próprio Aznar, mas ele também se atreve a cantar uma ou outra canção em português com um resultado surpreendentemente bom.

Conhecemos Pedro Aznar em nossa última viagem à capital argentina, fuçando nas estantes de discos. E chegamos a ele graças ao faro que todo fanático por discos tem, por causa de uma capa, de um título, lendo a ficha técnica. Em nossa próxima viagem, a meta é conseguir assistir a uma apresentação dele, ao vivo. Torço para que dê certo.

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