Sou obrigado a confessar que sempre tive má vontade
para ler o que escrevia Antonio Prata. O principal motivo era o fato de ele
escrever na revista Capricho para um público adolescente, na época em que a
Cecília fazia parte deste público. A outra razão é o fato dele ser filho de Mário
Prata, um escritor de quem eu gosto muito de ler as crônicas. E, nesse caso,
aliado à má vontade, há o preconceito de pensar que a carreira do filho possa
estar atrelada ao reconhecimento que tem o pai e, com isso, as portas das
editoras se abrirem mais facilmente.
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A maior parte do livro é composta de textos
publicados no Estadão entre 2004 e 2010. Li, praticamente, num dia, numa viagem
entre Campinas e Belo Horizonte, metade na ida, metade na volta. Cada texto me
fazia querer ler mais e, conforme o livro terminava, ia sentindo certa angústia
de perceber que iria acabar e por saber que eu não tenho a menor intenção de
começar a ler o Estadão, onde nem mesmo sei se ele ainda escreve. Esta sensação
arrefeceu, um pouco, quando cheguei em casa e ao comentar sobre isso, a Clélia
me mostrou que temos outros 3 livros dele, comprados por ela, o que eu nem
sabia. Deu pra respirar aliviado por dois motivos: vou poder ler mais coisas de
Antonio Prata e fica reforçada a minha convicção de que todo preconceito é
sinônimo de burrice.
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