Faz tempo que um disco
novo não me arrebata. Faz tempo que uma nova canção não me emociona. Faz tempo.
Aliás, fazia. Acabei de ser arrebatado pelo novo CD de Maria Bethânia, Meus Quintais.
São 13 canções, algumas
inéditas, outras conhecidas, todas tratadas com um requinte extremo pela voz límpida
da cantora, o que surpreende, dada sua idade avançada. Aos 68 anos, é raro que
qualquer cantor consiga manter a qualidade da voz e mais raro ainda, que melhore.
O único exemplo que eu conhecia era Frank Sinatra. Maria Bethânia é o outro
exemplo.
Além da voz, o
tratamento instrumental que as canções recebem é de extremo bom gosto. Cada
arranjo, cada acorde, a escolha dos músicos, tudo muito bem cuidado. Aliás,
cuidado é a palavra que melhor expressa a sensação que se tem ao ouvir o disco.
Alguma voz foi a canção que me emocionou. Não sei se é a melodia
simples de Dori Caymmi, a letra impecável de Paulo César Pinheiro, a voz
tocante de Bethânia ou o piano singelo de André Mehmari. Provavelmente tudo
isso junto. Tudo pra emocionar, tudo pra arrebatar. Finalmente.
Alguma voz (Dori Caymmi - Paulo César Pinheiro)
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