Já escrevi, aqui no
blog, um texto em que eu assumia que a idade está me tornando, em termos de música,
um cara nostálgico e conservador. E o pior é que escrevi este texto há mais de
5 anos. Imaginem agora, então. Por isso mesmo, tenho tido certa má vontade com a
maioria das “mudérrrnidades” que vivem inundando o nosso cenário musical. E
essa má vontade faz com que eu fique afastado, imagino, de alguma música boa
que possa estar sendo criada. Paciência. É o preço que eu pago para ficar livre
de todas as porcarias que se produzem por aí, numa quantidade infinitamente
maior que as eventuais coisas boas, disso eu tenho certeza.

O resultado não poderia
ser mais decepcionante, para mim. Onde eu esperava um Gilberto Gil cantando um
ótimo repertório do mestre da Bossa Nova, acompanhado apenas de um singelo
violão, numa solução simplista, o que, pra mim seria virtude, acabei
encontrando uma reunião de faixas onde o acompanhamento à uma maltratada voz é executada
por instrumentistas que abusam da utilização de recursos eletrônicos para
produzir o som.
Intrigado, percebi na
ficha técnica a presença, em várias faixas, de uma geringonça chamada MPC e, ao
pesquisar no Google, descobri que vem a ser um sequenciador de pistas gerador
de sons e sampler digital, ou seja, uma engenhoca que produz sons com o mesmo
timbre de instrumentos de verdade, muito utilizado pelos DJs da vida. No disco
de Gil, foi utilizado à guisa de percussão, cujo resultado acabou sendo chocho
e sem emoção.
Uma novidade, que
poderia ser boa, é a última faixa, da qual sai o nome do CD, a única inédita. É
uma boa canção, mas nela se encontram todos os ingredientes negativos aos quais
me referi.
Gilbertos (Gilberto Gil)
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