Livros, música, cinema, política, comida boa. Isso tudo e mais um montão de tranqueiras dentro de um baú aberto.

sábado, 10 de março de 2007

Saudade ou saudosismo?

Ontem, à noite, acabou a energia em casa. Foi, na verdade, uma piscadela. Uns 10 segundos e logo voltou. Mas voltou sem sinal de TV. O problema desta TV a cabo é que, quando o sinal some, fico sem os sinais da TV aberta também. Podia pegar meu livro e começar a ler, mas lembrei-me de uns DVDs do Chico Buarque que tinha comprado, no ano passado, e nem tirado da caixa. Eram os três CDs do quarto volume. Os outros nove eu assisti assim que comprei, mas estes três últimos, não sei por que, estavam inéditos pra mim.

Escolhi aquele cujo tema era a época dos festivais e comecei a assistir. Começou a me dar uma emoção boba, uma saudade estranha, ao ver aquelas imagens e ouvir aquelas músicas, algumas maravilhosas.

Não sei se é lembrança daquela época (eu tinha entre 7 e 8 anos) ou foi uma lembrança construída com o tempo, de tanto ter visto aquelas cenas, mas o que se passa é que foram, justamente, estas músicas e estes artistas que forjaram meu senso crítico e meu gosto musical.

Canções como Disparada (Geraldo Vandré e Theo de Barros), Ponteio (Edu Lobo e Capinan), Domingo no parque (Gilberto Gil), Sinal fechado (Paulinho da Viola), entre tantas outras, que, apesar de quarentonas, todas elas, se tivessem surgido hoje, seriam, ainda, revolucionárias.

Gosto de sentir saudade, mas tento evitar o saudosismo. Por isso, me assusto um pouco quando me pego emocionado com estas coisas mais velhas, principalmente, quando percebo que, atualmente, pelo menos no que diz respeito a música, não me assalta tal emoção.

2 comentários:

Telejornalismo Fabico disse...

*



cada coisa o seu lugar.
essa saudade boa, que faz reviver um bom momento, que faz refletir, que faz pensar no agora, é muito legal.

gosto de saber que tem algo vivo dentro de mim quando passo por esses momentos.

são sacolhejões que reafirmam as bases sobre o que me construí.
ou que me fazem rever posturas.




*

Vivien Morgato : disse...

Arnaldo, tem saudade boa, que mexida, provoca sempre um sorriso gostoso.
Tenho medo da saudade que é uma agulhada, uma fisgada, dessa eu fujo.