Livros, música, cinema, política, comida boa. Isso tudo e mais um montão de tranqueiras dentro de um baú aberto.

domingo, 22 de abril de 2007

Jorge Matheus

Conhecemos Jorge Matheus assim que chegamos em Campinas, quando ele cantava junto com o pessoal do QCV. Naquele tempo, o Chiquinho do Pandeiro também tocava com eles. À primeira vista, parecia que o Jorge tinha uma função coadjuvante, tocando seu tamborim discreto, ajudando no vocal. Pois era exatamente esta discrição que me chamava a atenção. E durante as apresentações do grupo, depois de um dos intermináveis intervalos, ele pegava um violão e começava a tocar e cantar, timidamente, uns dois sambas do Jorge Ben, justamente aqueles mais conhecidos. Eu ficava encafifado. Esse cara só sabe essas duas músicas!!!

Muito tempo depois, começamos a encontrar o Jorge cantando sozinho, nos bares e botecos de Campinas. E o que descobrimos foi avassalador. O cara sabe tudo e sabe todas. Sabe aquelas músicas bem Lado B (parafraseando a Tatiana), que achei que só eu sabia. E canta sem afetação, sem preconceito, sem aquela preocupação de cantar o que é correto ou bem aceito. Ele canta o que o seu coração manda ele cantar. Canta sozinho, canta pra ele, de olhos fechados. E tem o hábito de emendar uma música na outra, sem pausa, fazendo com que suas apresentações não tenham espaço pros aplausos. Outra sensação interessante é a de percebê-lo emendando as canções baseado na intuição do momento, o último acorde de uma, misturando com o primeiro acorde da próxima.

Ontem, fomos ver o Jorge Matheus no Deck. Quando chegamos, o bar estava vazio, do jeito que a gente gosta. O Elder que me perdoe, mas é assim mesmo que eu gosto do Deck. Quando podemos ouvir a música com tranqüilidade e quando ele não fatura. Paciência. Pra compensar, tem as tardes de domingo, com o som festivo do Doca Furtado. Cada macaco no seu galho.

Mas voltando à noite de ontem, ele começou a cantar às oito e meia e só parou 3 horas depois. Sem nenhum intervalo, sem nenhuma pausa entre as músicas. E nós lá, na frente dele, fazendo pedidos. Foi delicioso.

O Jorge Matheus tem um disco ótimo. Chama-se Violão acústico voz. É possível comprá-lo entrando no seu site, acessando o link Loja Virtual. E, pra quem quiser ter uma amostra do seu som, basta dar um clique abaixo:

7 comentários:

Marcia disse...

não conhecia. fui lá ouvir. adoro vozes masculinas.

Clélia Riquino disse...

O Jorge tem algo de zen, de tranqüilo, impávido... Tem um quê de mistério. Mescla silêncio & música. Tem um quê de surpresa, a cada nova canção que tira do seu violão (com seus longos e habilidosos dedos) e coloca na voz (suave e envolvente). Gosto de vê-lo/ouvi-lo cantar. É alguém que fala pouco, que fala manso, que mexe com a gente, até no olhar...

Vivien Morgato : disse...

vou contar pro Elder que vc está mandingando o Deck....rs....vc sempre diz que gosta de lá quando está tranquilo( leia-se...com poooucas pessoas).;0)
Faz tempo que não vou, adoro aquele canto.

Clélia Riquino disse...

Fica, aqui, mais uma música qu'ele canta, neste disco:

Fica
Valter Bento

Fica mais um pouco
Que estou louco pra cantar
Uma canção pra você
Sei que estou rouco
De cantar, não sei porque
Que só você não vê

Feche bem os olhos
Preste atenção
Esqueça o seu orgulho
Abra o coração
Assim você verá
Que sou um sofredor
Por isso não me cause
Tanta dor de amor

Clélia Riquino disse...

obs.: pra ouvi-la, basta clicar no título.

Unknown disse...

E como hoje é 23 de abril... Salve Jorge!

Jô Beckman disse...

Só de ler o nome Campinas me dá uma saudade dos anos que passei por lá....
abraço