As saudades de tudo que São Paulo oferece é tão grande que, sempre que vamos pra lá, queremos aproveitar de forma exagerada. E desta vez, o programa só não foi em quatro atos porque a planejada ida ao mercadão foi frustrada pelo trânsito inesperado (ingenuidade?) naquela região. Simplesmente não consegui estacionar o carro. Nem na rua, nem nos estacionamentos extorsivamente caros.
Mas vamos ao programa:
1° ato:
Fomos ao cinema, assistir O cheiro do ralo, de Heitor Dhalia. A primeira boa surpresa foi a ótima atuação de Selton Mello. Enquanto o seu Chicó em O Auto da Compadecida tinha ficado em segundo plano frente ao João Grilo de Matheus Natchergaele, aqui, neste filme, seu personagem é absoluto, como se fosse o dono do mundo. Aliás, este filme é uma grande alegoria do mundo. Nele, a posse do dinheiro gera uma sensação de poder absoluto, dando ao seu detentor a convicção de que tudo pode, até sobre os mais naturais dos fenômenos.
A vasta galeria de seres absolutamente surrealistas que desfilam frente à sua mesa é a maior comprovação de que o filme é o nosso mundo. Apesar de deprimentes, em sua maioria, alguns são hilariantes, o que garante ao filme um humor que seria inadmissível, fôssemos mais rigorosos com o mundo.
Enfim, um filme prazeroso de se assistir. Para vermos a nós mesmos.
2° ato:
O motivo “oficial” para irmos pra São Paulo foi assistir ao show de Danilo Caymmi e o grupo Arranco de Varsóvia, no SESC Pompéia. Confesso que fomos, muito mais motivados pelo Arranco do que pelo Danilo Caymmi, temendo, inclusive, que ele cantasse Andança, o que acabou acontecendo. Isto, felizmente, não tirou o brilho do show, baseado num repertório quase todo de canções de Dorival Caymmi, meio caminho andado pra que a coisa desse certo. E deu.
O que mais me encantou no grupo Arranco de Varsóvia, do qual eu tenho dois CDs (não sei se há outros), foi constatar uma coisa incomum em conjuntos vocais. É que a voz de cada um dos integrantes, sobretudo as vozes femininas, tem, por si só, muita qualidade. Isto é realmente raro na maior parte dos grupos vocais, mesmo os mais bem reconhecidos.
Fiquei com vontade, ao final do show, de pedir para eles cantarem Hum a zero do Pixinguinha e Benedito Lacerda, com letra magistral do Nelson Ângelo. Não o fiz por dois motivos: Isto ficaria meio fora do espírito do show e, principalmente, por eu não ser dado a estes arroubos em público.
No final, ainda fomos cumprimentar a cantora Andréa Dutra, blogueira de primeira linha, com a qual já tricotei um pouco nessa nossa blogosfera.
Um grupo muito bom de ver e ouvir.
3° ato:
Como seria um pecado ir pra São Paulo sem aproveitar a infinita oferta de prazeres gastronômicos que a cidade oferece, fomos à nossa cantina preferida, o Jardim di Napoli, onde pedimos, como sempre, seu prato principal (deveria ser o único – ninguém iria notar), o Polpettone. Indescritível aquele sabor. Nada mais a comentar.
Mas vamos ao programa:
1° ato:
Fomos ao cinema, assistir O cheiro do ralo, de Heitor Dhalia. A primeira boa surpresa foi a ótima atuação de Selton Mello. Enquanto o seu Chicó em O Auto da Compadecida tinha ficado em segundo plano frente ao João Grilo de Matheus Natchergaele, aqui, neste filme, seu personagem é absoluto, como se fosse o dono do mundo. Aliás, este filme é uma grande alegoria do mundo. Nele, a posse do dinheiro gera uma sensação de poder absoluto, dando ao seu detentor a convicção de que tudo pode, até sobre os mais naturais dos fenômenos.
A vasta galeria de seres absolutamente surrealistas que desfilam frente à sua mesa é a maior comprovação de que o filme é o nosso mundo. Apesar de deprimentes, em sua maioria, alguns são hilariantes, o que garante ao filme um humor que seria inadmissível, fôssemos mais rigorosos com o mundo.
Enfim, um filme prazeroso de se assistir. Para vermos a nós mesmos.
2° ato:
O motivo “oficial” para irmos pra São Paulo foi assistir ao show de Danilo Caymmi e o grupo Arranco de Varsóvia, no SESC Pompéia. Confesso que fomos, muito mais motivados pelo Arranco do que pelo Danilo Caymmi, temendo, inclusive, que ele cantasse Andança, o que acabou acontecendo. Isto, felizmente, não tirou o brilho do show, baseado num repertório quase todo de canções de Dorival Caymmi, meio caminho andado pra que a coisa desse certo. E deu.
O que mais me encantou no grupo Arranco de Varsóvia, do qual eu tenho dois CDs (não sei se há outros), foi constatar uma coisa incomum em conjuntos vocais. É que a voz de cada um dos integrantes, sobretudo as vozes femininas, tem, por si só, muita qualidade. Isto é realmente raro na maior parte dos grupos vocais, mesmo os mais bem reconhecidos.
Fiquei com vontade, ao final do show, de pedir para eles cantarem Hum a zero do Pixinguinha e Benedito Lacerda, com letra magistral do Nelson Ângelo. Não o fiz por dois motivos: Isto ficaria meio fora do espírito do show e, principalmente, por eu não ser dado a estes arroubos em público.
No final, ainda fomos cumprimentar a cantora Andréa Dutra, blogueira de primeira linha, com a qual já tricotei um pouco nessa nossa blogosfera.
Um grupo muito bom de ver e ouvir.
3° ato:
Como seria um pecado ir pra São Paulo sem aproveitar a infinita oferta de prazeres gastronômicos que a cidade oferece, fomos à nossa cantina preferida, o Jardim di Napoli, onde pedimos, como sempre, seu prato principal (deveria ser o único – ninguém iria notar), o Polpettone. Indescritível aquele sabor. Nada mais a comentar.
19 comentários:
Bacana! Bacana!
Estou seco pra assistir esse filme com o Selton Melo.
E a foto do prato deu água na boca!
Abraço!
E é de dar água na boca, mesmo, Diego! M-a-r-a-v-i-l-h-o-s-o... [acompanhado com arroz branco (eu adoro arroz!) ou espaguete ao sugo (como comemos, desta vez)]
O filme é mto bom, vá vê-lo...
abço,
Clélia
Só do trânsito i-n-s-u-p-o-r-t-á-v-e-l de São Paulo a gente não sente falta! Parece, cada vez que voltamos lá, pior, só não sei se está mesmo, ou nós é que desacostumamos...
*
sp é cidade pra turista mesmo: a gente sempre quer voltar, mas nem pensar em viver.
pô, não ir no mercado e comer um sanduba de carne seca nem os dodes do tio ali é heresia.
*
Poxa... vontade de repetir seu 3º ato, hehehehe...
Diego,
O filme é legal mesmo. Vale a pena.
Clé,
Achei que o espaguete combinou muito mais do que o arroz. Você sabe que eu não gosto de arroz!
Sean,
Morei em São paulo durante 40 anos e você tem razão. Não nos passa pela cabeça voltar a morar lá. Mas que dá saudades dá. E o sanduba de mortadela do mercadão, além de famoso, é uma estupidez em termos de quantidade!
Cláudia,
O pior de tudo é que esse prato vicia!
O filme do Selton vale mesmo a pena? Me disseram tantas coisas contrárias sobre ele...
Eva
ai, que saudade. :(
arnaldo, gde programa!
o ralo é ótimo, a andréa mais ainda e o 'porpetone', imbatível.
Escolheram bem.
Eu estava em sp ontem, mas foi pra levar meu irmão que vai trabalhar por lá. Por conta disso, acabamos ficando em casa de tias, vendo um monte de gente com quem não conversava há algum tempo.
Daniel me cobrou saídas melhores, sp pra ele é sonho de consumo: cheio de milhões de coisas que gostamos.Suas escolhas forma de dar água na boca.;0)
arnaldo, fiquei muito feliz de ve-los por lá, e nem sei se demonstrei o qto! Aquele momento pós-show é sempre meio assim, uma espécie de aterrissagem. Nem tivemos oportunidade de conversar um pouco, mas achei muito fofo vc ter ido com a clelia e a miúda! beijos pros 3 e qdo vier ao Rio, avise! Ah, e obrigada por recomendar o show. Pra nós, que estamos tentando entrar em SP, é muiot importante! Aí a gente canta 1x0 pra vc! bjs
Arnaldo, você já tinha recomendado um sanduba de mortadela do mercadão num comentário lá no Geografias, lembra?
Realmente gostei do que provei na casa da mortadela, na São João, esquina com Ipiranga. Mas da próxima vez que for a SP vou ao mercadão, na certa!
Esse sanduba não me escapa! Quanto mais estúpido ele for, melhor!
Minha páscoa foi uma orgia gastronômica. Quantidades industriais de bacalhau e chocolate. Tanto de até enjoar.
Mesmo assim tô sonhando com esse sandubão!
Um abraço!
sim, se fosse para esolher um prato dos restaurantes de SP, mesmo antes dos japoneses tradiconais, ficaria com o polpettone.
também não gosto de arroz.
e...obrigada. :)
um beijo,
lu
Eva
Eu gostei muito do filme. Não li muita coisa sobre ele, nem de bom e nem de ruim. Mas fiquei a fim de ver e não me arrependi. Gostei bastante.
Márcia
Saudade de que, menina?
Guga
Pois é. Foi um programaço.
Vivien
Este tipo de programa eu não encaro. Nem esse e muito menos festa de criança. Aí, não vou nem amarrado!
Andréa
Eu vi que não ia dar pra conversar. Você estava num tipo de transe, ainda, tipo final de show. Mas não esquenta não. Quando eu for ao Rio eu te aviso e você me dá uma dica de onde eu posso ouvir vocês de novo.
Diego
Eu vivo recomendando este sanduíche, mas raramente eu o como. Quando vou ao mercadão, vou pra comprar tranqueiras, pra encher a geladeira (os preços dos queijos lá são aburdamente mais baixos que qualquer outro lugar). E sempre tento passar antes na rua Ana Néri, na Mooca, pra comer churros (os verdadeiros, à moda espanhola) num muquifo dos mais copos sujos que eu conheço e me esbaldo. Chego sempre no mercado saturado!
Lulu,
A comida japonesa não nos seduziu. Até tentamos, algumas vezes, mas não rolou.
Pratos especiais em São Paulo eu tenho várias paixões: O polpettone do Jardim di Napoli, o filé com alho e óleo do Moraes, a pizza do Castelões, as empanadas do Martín Fierro, enfim, dá pra ficar a noite iteira aqui fazendo a lista.
O Batistão fez uma caricatura do personagem do Selton, no filme. Dê uma olhada...
Um a zero
Pixinguinha, Benedito Lacerda & Nelson Ângelo
Vai começar o futebol, pois é,
Com muita garra e emoção
São onze de cá, onze de lá
E o bate-bola do meu coração
É a bola, é a bola, é a bola,
É a bola e o gol!
Numa jogada emocionante
O nosso time venceu por um a zero
E a torcida vibrou
Vamos lembrar
A velha história desse esporte
Começou na Inglaterra
E foi parar no Japão
Habilidade, tiro cruzado,
Mete a cabeça, toca de lado,
Não vale é pegar com a mão
E o mundo inteiro
Se encantou com esta arte
Equilíbrio e malícia
Sorte e azar também
Deslocamento em profundidade
Pontaria
Na hora da conclusão
Meio-de-campo organizou
E vem a zaga rebater
Bate, rebate, é de primeira
Ninguém quer tomar um gol
É coisa séria, é brincadeira
Bola vai e volta
Vem brilhando no ar
E se o juiz apita errado
É que a coisa fica feia
Coitada da sua mãe
Mesmo sendo uma santa
Cai na boca do povão
Pode ter até bolacha
Pontapé, empurrão
Só depois de uma ducha fria
É que se aperta a mão
Ou não!
Vai começar...
Aos quarenta do segundo tempo
O jogo ainda é zero a zero
Todo time quer ser campeão
Tá lá um corpo estendido no chão
São os minutos finais
Vai ter desconto
Mas, numa jogada genial
Aproveitando o lateral
Um cruzamento que veio de trás
Foi quando alguém chegou
Meteu a bola na gaveta
E comemorou
Arnaldo, saudade de ler seus textos. Você escreve muito bem, não desista do blog. Tava no Rio e assim que cheguei em casa entrei para ler seu blog. Um putabraço!
Saudade dos seus textos também, Bruno. Que bom que você voltou! Já fui lá, no seu blog, te ler...
bjão,
Clélia
ah, era saudade de são paulo mesmo. morei nove anos lá e volto muito menos do que deveria. :)
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