Como já é de praxe, aproveitamos o fim de semana prolongado por um feriado para ir pra São Paulo, ontem. Fizemos um programa triplo, sem contar as habituais peripécias gastronômicas.
O primeiro filme que assistimos foi Piaf – Um hino ao amor, de Oliver Dahan, sobre a vida da cantora francesa Edith Piaf. Confesso que sei muito pouco sobre ela e, por isso mesmo, fiquei espantado com o que vi. Pelo que o filme mostra, sua vida foi um drama absoluto, do começo ao fim. Desde a mais tenra infância, passando pela adolescência, mesmo no auge, tudo, muito dramático. E o filme é assim, também. Chega a sufocar um pouco. Fiquei com a sensação de que a atriz que a interpreta (Marion Cotillard) teve uma atuação muito caricata, principalmente seus trejeitos e seu aspecto físico. Pesquisando um pouco, depois, percebi que a caracterização beirou a perfeição.
.O primeiro filme que assistimos foi Piaf – Um hino ao amor, de Oliver Dahan, sobre a vida da cantora francesa Edith Piaf. Confesso que sei muito pouco sobre ela e, por isso mesmo, fiquei espantado com o que vi. Pelo que o filme mostra, sua vida foi um drama absoluto, do começo ao fim. Desde a mais tenra infância, passando pela adolescência, mesmo no auge, tudo, muito dramático. E o filme é assim, também. Chega a sufocar um pouco. Fiquei com a sensação de que a atriz que a interpreta (Marion Cotillard) teve uma atuação muito caricata, principalmente seus trejeitos e seu aspecto físico. Pesquisando um pouco, depois, percebi que a caracterização beirou a perfeição.
Outra coisa muito bem feita foi a dublagem das cenas. Tanto assim, que saí do cinema convencido de que a atriz teria cantado nos números musicais. Depois, nas pesquisas, descobri que foram usadas, na maioria das cenas, gravações originais da própria Piaf e, nos casos em que isso não foi possível, a tarefa ficou a cargo da cantora francesa Jil Aigrot.
O ponto fraco do filme é a forma com que ele lida com a ordem cronológica. É sempre um grande desafio ficar brincando com duas épocas num filme. Poucos são aqueles em que isso é feito com sucesso. Em Piaf, as épocas são embaralhadas de tal forma, que tem-se a impressão de que o responsável pela montagem do filme não sabia o que estava fazendo. Isso não compromete a compreensão da história, mas causa algum desconforto. Enfim, saí do cinema na dúvida se tinha gostado do filme ou não. Depois das pesquisas, gosto mais dele hoje do que gostei ontem.
O segundo filme foi Propriedade Privada, de Joachim Lafosse, com a atriz Isabelle Huppert de A professora de piano e de 8 mulheres. É o típico filme francês, bem paradão. Super paradão, pra dizer a verdade. O filme é tão lento que nos dá a chance de ficar refletindo sobre a vida e nisso reside sua maior virtude. Na relação entre uma mãe de meia idade e seus filhos pós-adolescentes, verifica-se, sobretudo, falta de amor. Aliás, percebe-se a inexistência de amor em todas as relações pessoais do filme. Isso, embora dê uma tristeza muito grande, faz pensar em quanta gente vive assim, sem estabelecer relações verdadeiramente amorosas. E, embora o filme trate, em seu ponto central, da discussão sobre a posse de uma casa, não é o interesse por dinheiro que causa essa falta de amor. É cansaço. Cansaço da vida. Lembra até uma letra de Antônio Maria: “Cansaço da vida, cansaço de mim, velhice chegando e eu chegando ao fim”. E o filme, realmente, cansa um pouco.
Pra terminar o dia com mais alegria, fomos ver o show da Teresa Cristina e Grupo Semente, no teatro da Fecap. Não poderia haver programa melhor. O show serviu pra lançar seu novo CD, Delicada, que eu tinha ganhado da Clélia no começo da semana. Ela desfilou músicas do disco novo e algumas outras coisas gravadas nos discos anteriores. Exibindo a sempre sincera simpatia, cantou com competência todo tipo de samba e até o que nem parecia samba, como a música Gema de Caetano Veloso. Resgatou um ponto de umbanda antigo e belíssimo de Ruy Mauriti, Nem Ouro nem Prata e no fim do show, na hora do bis, desfilou 3 músicas de carnaval, algo bem carioca. Cantou acompanhada do Grupo Semente e de Paulão 7 cordas, responsável também pela direção musical do show e do disco. E, como sempre acontece em seus shows, contou com uma canja de Pedro Miranda. E, como em todas as canjas de Pedro Miranda, ele cantou O samba é meu dom. Ainda bem!
O ponto fraco do filme é a forma com que ele lida com a ordem cronológica. É sempre um grande desafio ficar brincando com duas épocas num filme. Poucos são aqueles em que isso é feito com sucesso. Em Piaf, as épocas são embaralhadas de tal forma, que tem-se a impressão de que o responsável pela montagem do filme não sabia o que estava fazendo. Isso não compromete a compreensão da história, mas causa algum desconforto. Enfim, saí do cinema na dúvida se tinha gostado do filme ou não. Depois das pesquisas, gosto mais dele hoje do que gostei ontem.
O segundo filme foi Propriedade Privada, de Joachim Lafosse, com a atriz Isabelle Huppert de A professora de piano e de 8 mulheres. É o típico filme francês, bem paradão. Super paradão, pra dizer a verdade. O filme é tão lento que nos dá a chance de ficar refletindo sobre a vida e nisso reside sua maior virtude. Na relação entre uma mãe de meia idade e seus filhos pós-adolescentes, verifica-se, sobretudo, falta de amor. Aliás, percebe-se a inexistência de amor em todas as relações pessoais do filme. Isso, embora dê uma tristeza muito grande, faz pensar em quanta gente vive assim, sem estabelecer relações verdadeiramente amorosas. E, embora o filme trate, em seu ponto central, da discussão sobre a posse de uma casa, não é o interesse por dinheiro que causa essa falta de amor. É cansaço. Cansaço da vida. Lembra até uma letra de Antônio Maria: “Cansaço da vida, cansaço de mim, velhice chegando e eu chegando ao fim”. E o filme, realmente, cansa um pouco.
Pra terminar o dia com mais alegria, fomos ver o show da Teresa Cristina e Grupo Semente, no teatro da Fecap. Não poderia haver programa melhor. O show serviu pra lançar seu novo CD, Delicada, que eu tinha ganhado da Clélia no começo da semana. Ela desfilou músicas do disco novo e algumas outras coisas gravadas nos discos anteriores. Exibindo a sempre sincera simpatia, cantou com competência todo tipo de samba e até o que nem parecia samba, como a música Gema de Caetano Veloso. Resgatou um ponto de umbanda antigo e belíssimo de Ruy Mauriti, Nem Ouro nem Prata e no fim do show, na hora do bis, desfilou 3 músicas de carnaval, algo bem carioca. Cantou acompanhada do Grupo Semente e de Paulão 7 cordas, responsável também pela direção musical do show e do disco. E, como sempre acontece em seus shows, contou com uma canja de Pedro Miranda. E, como em todas as canjas de Pedro Miranda, ele cantou O samba é meu dom. Ainda bem!
5 comentários:
gosto muito de Teresa Cristina, assinsti ela uma vez no Unimusica, ou no Projeto Pixinguinha, não sei ao certo... maravilhoso o show!
belo programa ;)
Arnaldo,
Como é bom renovar as baterias, para retomar ao trabalho, com uma programação tão eficiente assim.
Legal, interessante!!!!
Bjs
Na verdade, o filme "Propriedade privada" é uma co-produção dos países Bélgica, França & Luxemburgo. O diretor, Joachim Lafosse, é belga. Mas valem as suas observações. Achei a história entediante, por perceber que a vida deles parecia assim. Sem graça, sem amor, sem interesses... Dormi, num trecho, e, qdo acordei, a história sofreu uma reviravolta!
Já "Piaf", apesar de um dramalhão (vida & filme), tem, na atuação da protagonista e nos números musicais, seus pontos fortes.
Teresa Cristina é encantadora! Sua presença no palco, sua simplicidade e autenticidade são marcantes. Seu canto envolve, contagia! Adorei vê-la/ouvi-la, mais uma vez.
Ah, a parte gastronômica foi deliciosa!
Estava um pouco ansiosa para assistir Piaf, já que suas músicas sempre me emocionaram, e não me decepcionei. Sou suspeita pois gosto de filmes biográficos.
Seu feriado teve uma ótima programação, diferente do meu.
Destaque para Piaf!
Tenho um amigo super fã dela, de onde pude absorver um pouco sobre essa mestra!
Ótimas opções de diversão, sempre válidas!
:-]
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