Livros, música, cinema, política, comida boa. Isso tudo e mais um montão de tranqueiras dentro de um baú aberto.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Exagero e abuso

Abraços partidos, o último filme de Pedro Almodóvar é puro exagero. Ele exagera no uso de clichês, exagera nas roupas, exagera nas cores. Exagera na maneira frenética com que os personagens encadeiam os diálogos para desencadear a trama. E usando o artifício do filme dentro do filme, chega ao delírio nos diálogos insanos.

Acontece que o exagero é a maior virtude de Almodóvar. Ninguém lida melhor com isso do que ele e, nesse filme, esse exagero acaba dando num resultado delicioso. Sou fã incondicional de Pedro Almodóvar, não tenho vergonha de confessar. Fazia tempo, porém, que não me divertia tanto com um filme seu. O último que me tocou foi Volver, do qual escrevi aqui, onde também falei que não haviam me encantado Má educação e Fale com ela. Abraços Partidos, porém, me agradou ainda mais. Não ao ponto de Ata-me ou Mulheres à beira de um ataque de nervos. Isso não deve acontecer mais, nem comigo, nem com ele.

O maior exagero do filme, esse sim, quase insuportável, é a beleza de Penélope Cruz. É mais que um exagero. Chega a ser um abuso.

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