Livros, música, cinema, política, comida boa. Isso tudo e mais um montão de tranqueiras dentro de um baú aberto.

sábado, 17 de abril de 2010

Coisa Rara

Carne de vaca, arroz de festa, mato. São expressões que a gente usa para designar o que é raso, ordinário, não especial. Não necessariamente ruim, apenas, pouco especial. As coisas raras são as que me seduzem, mais ainda quando me surpreendem. É por isso que prefiro sempre um livro, um disco, um show, em que eu receba algo novo, algo que não esteja esperando. Sinto certo enfado, por exemplo, ao assistir a um show recheado de sucessos, ouvir um disco cheio de obviedades, ler autor que prime pela repetição.

Pra me excitar, além da sedução, só quando, além de raro, a coisa é especial. Há poucas coisas tão especiais quanto a música de Edu Lobo. É muito mais que raro, embora o seja, e muito. Mas é mais. A música de Edu Lobo é elegante, é requintada, é chique. E foi por isso que fiquei ansioso para ouvir seu novo disco, Tantas Marés, lançado depois de ... , quantos anos mesmo? Fui pesquisar em seu site. O último disco, de 2002, foi para a peça Cambaio, com músicas dele e de Chico Buarque, com muita gente boa cantando. Antes disso, em 1997, saiu Álbum de Teatro, uma compilação de músicas, também de Edu e Chico, feitas para peças teatrais e ballets. Voltando um pouco mais, o disco Meia Noite, excelente, com Edu cantando em todas as faixas, embora nenhuma canção fosse inédita. Disco de Edu Lobo, com músicas novas, o último foi Corrupião, de 1993. Há 17 anos! Tá aí a explicação pra minha ansiedade. A excitação veio logo em seguida, quando eu percebi que, das 12 faixas, a metade era de inéditas e com letra de Paulo César Pinheiro.

Há muito tempo não me sentia tão seduzido por um disco. Ouví-lo foi um êxtase.




Primeira Cantiga (Edu Lobo e Paulo César Pinheiro) Edu Lobo e Mônica Salmaso

Um comentário:

Romanzeira disse...

Nossa, que vozes! Lindo de mais...Um carinho aos ouvidos!