Livros, música, cinema, política, comida boa. Isso tudo e mais um montão de tranqueiras dentro de um baú aberto.

sábado, 1 de março de 2014

Dica Preciosa

Numa das minhas andanças pela Livraria da Vila, em Campinas, estava sentado na poltrona, folheando livros selecionados, alguns dos quais, invariavelmente, seriam comprados. Tinha a companhia da Clélia e da Cecília, cada uma num canto da loja, praticando o mesmo esporte. De repente, a Cecília chega com um livro e o passa pra mim, dizendo que o achou interessante. Depositei o volume na pilha selecionada e, quando chegou sua vez, li as orelhas, a contracapa, e depois, dei aquela folheada básica, procurando, a esmo, algum trecho para ler. Devolvi o livro à pilha e ele não foi comprado.
.
No fim do ano, depois do natal sem troca de presentes, como já é tradicional, entre nós, a Cecília chegou do nada, e nos presenteou, a cada um, com um livro. O meu era aquele mesmo que já havia me indicado na livraria, tempos atrás. Desta vez, ele foi para a pilha que fica no meu criado mudo e, assim que terminei o que estava lendo, comecei-o.
.
O que encontrei, confirmou uma sensação que tenho há algum tempo, ou seja, que as antenas da Cecília estão bem mais sintonizadas do que as minhas. O livro é muito bom. Trata-se de O Drible, de Sérgio Rodrigues. Nada que eu falar sobre o livro, dirá mais sobre ele do que a dedicatória que ela escreveu:
.

A trama é intrincada, a narrativa é ágil, brincando entre o passado e o presente, criando um suspense que vai desaguar num resultado absolutamente inesperado. Até chegar a ele, o autor passeia pelo futebol anterior ao seu tempo e pela cultura pop da sua época de juventude, que coincide com a minha. Talvez, por isso mesmo, o livro tenha dito tanto a mim, já que, por ter praticamente a mesma idade que eu, as referências abordadas imprimiram, nele, o mesmo efeito que em mim.
.
O livro serviu pra eu relembrar a juventude, refletir sobre a relação com meu pai, alimentar minha curiosidade sobre o futebol do passado e, principalmente, reforçar a minha convicção de que não devo, nunca, desprezar uma dica da minha filha. 

Nenhum comentário: