Gostei tanto de ler a
coletânea de textos do Antônio Prata publicados no Estadão entre 2004 e 2010,
sobre o qual escrevi aqui no ano passado, que não titubeei em comprar seu
último livro, Nú, de Botas. Desta vez não é uma coletânea esparsa, mas são textos
em torno de uma só ideia, interessantíssima, aliás. São histórias leves e
rápidas, relatando passagens de sua infância, algumas reais, outras inventadas,
como ele mesmo reconhece. O que torna o livro muito legal é o fato de que a linguagem
é atual e estruturada, como se àquela época, aquela criança já tivesse o
domínio da articulação. Desta forma, as mais estapafúrdias ideias que se passam
na cabeça de um guri de 4, 5 ou 6 anos de idade, recebem argumentação
absolutamente coerente a justificar qualquer ato.
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Mesmo assim, mesmo com
referências de infância que não são as minhas, foi possível me identificar, e
muito. Esta é uma das magias em se ter
filhos. A gente ganha duas infâncias pra se lembrar.
7 comentários:
Legal a ideia de que os filhos nos proporcionam uma segunda infância... os netos nos proporcionarão uma terceira? e os bisnetos, uma quarta? Mas, aí, talvez, já não tenhamos memória pra guardar e relembrar tantas infâncias...!
Conheci o Antonio Prata, escrevendo na Capricho (editora Abril). Não que comprássemos a revista, mas lia seus textos pela Internet. As crônicas faziam parte da coluna: “Estive pensando...”, na qual ele refletia sobre assuntos juvenis, de forma interessante e bem-humorada! Depois, ele partiu pro público adulto. Também com qualidade.
Não li o livro, mas imagino que o título tenha a ver com alguma foto dele, criança, nu, de botas! (acertei?)
bj,
Clé
Eu tenho muitas memórias incríveis da minha infância... Junto com vocês. Lembro quando eu e a Cecília escrevíamos livros e vendíamos pra vocês nas nossas Bienais do livro. Lembro também das peças de teatro que nós apresentávamos. Lembro que eu queria ser engenheira, mesmo sem saber o que era isso. Lembro dos discos da Arca de Noé e do Rumo. Lembro da música que você compôs no aniversário da Cê... Foi bom demais!!!
Lembro também da infância de vocês com a gente, Bá! (nossos filhos 2 e 3...)
bjão,
tia Clé
Fiquei em dúvida, agora. Acho que lia as crônicas do Antonio Prata nas Capricho da Cê. (perguntarei pra ela)
Algumas foram publicadas também em livro: Estive pensando - crônicas de Antonio Prata. São Paulo: Marco Zero, 2003.
Goya, agora você vai ter que postar essa música citada pela Bartira. Pode ser?
Putz, Pio. Não me lembro nem um pouco daquela música. Nem da melodia nem da lera. Só me lembro que foi uma obra prima, como todas que já compus.
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