
Algum tempo atrás, vi Pantaleão no cinema e achei divertido. Na época, pensei até em ler o antigo livro novamente, mas não passou de um pensamento volátil. E, agora, resolvi ler seu último lançamento, Travessuras da menina má.

O amor do protagonista pela menina má é um amor incondicional e unilateral. Isso criou em mim uma sensação dúbia. O amor incondicional é o meu ideal de amor. É a forma que eu acredito que todo amor deveria ter. O que não faz exigências, o que não pede nada em troca, o que se sustenta por si só. Basta estar amando. Desta forma, por ser incondicional, o amor não deveria exigir a reciprocidade. E é nessa unilateralidade que eu não acredito. Não acredito que o amor possa se sustentar sem ser correspondido. Acredito no amor não exclusivo, mas não acredito no amor de uma só via. Pode-se amar mais de uma pessoa. Não se pode amar sem ser amado.
Percebo a contradição de minhas palavras. Afinal, como se pode idealizar um amor incondicional ao mesmo tempo em que não se acredita no amor unilateral? Não seria essa uma condição? Incoerente?
Mas é assim mesmo. Entre todas as características do amor, uma das mais fortes é a incoerência. E talvez a mais fascinante.
9 comentários:
também adorei 'pantaleão e as visitadoras'. o filme também é legal!! talvez encare o 'travessuras'........
bj
Arnaldo,
Respeito Vargas Llosa, embora não tenha muita paciência com o texto dele. O tema do amor incondicional me é muito caro. Gosto de abordá-lo, discutí-lo, me intriga. Já, inclusive, postei sobre ele. Qualquer hora dessas voltarei ao assunto, até por acreditar piamente em amor incondicional, e achar o sentimento deslumbrante.
Grande abraço
Ricardo,
Este tema também me é caro. Já escrevi sobre ele, aqui mesmo no blog, 2 anos atrás.
Dê uma olhada neste Link sobre o livro O Túnel.
Engraçado
Durante minhas féria peguei um livro dele, que eu nunca tinha lido, e comecei. Sou daqelas que insiste atéo fim. O livro não me empolgou. Meio deprê, sei lá...deixei ra outraoportunidade. Nem me lembro do título..
Arnaldo, já tinha lido este texto antes, mas fiquei sem saber como comentá-lo. Aliás, acho que continuo... Sou uma eterna inquieta no assunto e concordo com você quando diz "entre todas as características do amor, uma das mais fortes é a incoerência". E assim as dúvidas permanecem e são muitas...
Tatiana. O cara escreve direitinho, mas é só isso. E isso é pouco. Ao menos pra mim.
Vanessa. A inquietude alimenta a dúvida e a dúvida é a dádiva. Nos mantém acesos.
Oi, Arnaldo! Depois de um longo tempo sem te visitar (não me pergunte o porquê do sumiço), bateu saudades e voltei a ler seu "baú de tranqueiras".
Seu estilo continua inconfundível e sua sensibilidade para certos assuntos também.
Li este livro do Vargas Lhosa ano passado e apesar de gostar do tema e suas variações, vou ter que concordar com vc... é um livro muito arrastado, que não empolga e muito fantasioso.
Afe!
:D
Pantaleao e as visitadoras é um dos meus filmes favoritos. Uma linda história de amor! Divertidíssimo. E aquela atriz maravilhosa nunca mais fez nada que tenha aparecido por aqui. Que pena!
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