Livros, música, cinema, política, comida boa. Isso tudo e mais um montão de tranqueiras dentro de um baú aberto.

sábado, 2 de janeiro de 2010

Uma coisa leva a outra

Os Beatles aconteceram antes de eu me conhecer musicalmente. O conjunto nasceu na mesma época que eu e terminou quando eu começava a me interessar por música. Na verdade, eu me interessei, primeiramente, por John Lennon. Lennon me levou aos Beatles e os Beatles me levaram a Paul McCartney. Virei maníaco dos 3. Sendo assim, minha beatlemania foi póstuma. Esse som me interessa até hoje.

Naquela época, a TV tocava pouca música, ou, pelo menos, era pouca a música que me interessava. Lembro-me de que a única coisa que chamava minha atenção, na TV, eram os festivais, no canal 7. Esse interesse ficaria guardado para mais tarde. Na realidade, a música entrava em minha alma através do rádio e a rádio que eu ouvia só tocava música pop americana. Daí meu interesse pelos Bee Gees (na fase pré-discoteca) ou por Elton John, por exemplo. Dei uma leve flertada com o rock, mas isso acabou logo, já que, um pouco mais tarde, uns 3 ou 4 anos depois, meu ouvido migrou, radicalmente, na direção da música brasileira. Resquício da lembrança dos festivais, recuperei o interesse em Chico Buarque, Edu Lobo, Caetano e Gil. E esse interesse me levou à Bossa Nova, como Lennon me levara aos Beatles. E a Bossa Nova tornou-se minha outra mania póstuma.

Foi a Bossa Nova que girou meu ouvido de volta na direção da música americana, mas não mais à música pop. Minha atenção voltou-se ao som que influenciara aquele movimento brasileiro. Passei a ouvir Sinatra e Ella Fitzgerald, cantando músicas de Cole Porter, Irving Berlin, Gershwin, entre outros. E é essa, a música americana que me interessa, até hoje.

Tudo isso pra falar do disco Nego, em que standards da música americana, com versões de Carlos Rennó, são apresentados por cantores brasileiros dos mais diferentes matizes. É possível ouvir Erasmo Carlos cantando Summertime, de Gershwin, ou Olívia Hime cantando White Christmas, de Irving Berlin, por exemplo. Tudo com letras em português.

Durante muito tempo, nutri má vontade com versões, de uma forma geral. Sempre tive a firme convicção de que dificilmente gostaria de alguma. As de Carlos Rennó, entretanto, me agradam. Desde que ouvi sua versão para My heart belongs to Daddy (Eu sou é do papai), de Cole Porter, gravada por Vânia Bastos, em 1986, minha má vontade com as versões ganhou um porém. Depois, veio o disco Cole Porter, George Gershwin - Canções, Versões, em que inaugurou a fórmula de Nego. É sempre bom quando alguma coisa vem derrubar as nossas convicções, principalmente as mais firmes.
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MEU ROMANCE (MY ROMANCE)
Autor: Richard Rodgers / Lorenz Hart / versão: Carlos Rennó

Um comentário:

Valéria Martins disse...

Adorei o novo lay out do blog! E gostei, também, da sugestão.

Beijos, querido Arnaldo! Um ótimo ano!