Livros, música, cinema, política, comida boa. Isso tudo e mais um montão de tranqueiras dentro de um baú aberto.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Por que votarei em Dilma

O título deste post poderia terminar com um sinal de interrogação, mas isso não seria honesto. Se o título fosse uma pergunta, denotaria alguma dúvida, coisa que, absolutamente, não tenho mais. Votarei em Dilma sem nenhuma dúvida, mas, também, sem convicção. Alguém pode achar que isso é contraditório, mas não é.

Votarei em Dilma, basicamente, para não votar em Serra. E o meu não-voto em Serra não se deve ao seu currículo ou a qualquer questão ideológica. Não se deve ao fato dele estar andando em más companhias ou à escolha de seu vice. Em qualquer um destes itens, não identifico, sinceramente, grandes diferenças entre o candidato da oposição e a candidata do governo.

O motivo do meu não-voto em Serra se deve à sua covardia.

Serra teve a oportunidade de defender sua candidatura dizendo o que ele poderia fazer para melhorar o que aqui está. Poderia mostrar sua face, poderia tentar convencer os eleitores a votarem num outro projeto e mostrar à sociedade que este projeto é consistente. Muito provavelmente, não conseguiria se eleger, mas estaria, ao menos, sendo honesto. Muito possivelmente, seu projeto não tenha consistência, mas, ao menos, estaria mostrando, claramente, a que veio.

Mas, não. Serra preferiu o caminho da omissão. Preferiu aceitar a imposição do vice de um partido que está em frangalhos, preferiu submeter-se aos caprichos de um marqueteiro profissional, preferiu fugir da responsabilidade pela derrota. E deu o tiro de misericórdia em sua própria candidatura, quando tentou, num gesto desesperado, ligar sua imagem à do presidente Lula. Esta foi a gota d’água e o ápice da sua covardia.

Dilma contará com o voto da militância política do PT, com o voto de uma parcela esclarecida da sociedade, contará com o voto de uma parcela ignorante da população. Contará com votos dos pobres, da classe média, de parte da elite, até. Esse mundo de votos deverá elegê-la, possivelmente, no primeiro turno. Contará, também, com um voto meu. Será, repito, um voto sem convicção. Será, entretanto, um voto sem nenhuma sombra de dúvida.
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3 comentários:

Romanzeira disse...

Oi, Arnaldo! Obrigada pelo toque! O texto está devidamente corrigido para não causar mais dor em ninguém! rsrsrs...

obrigada. Abraço.

Romanzeira.

Andrea Nestrea disse...

ainda não como será o meu voto!
bom texto e essa foto é demais!!

Lord Broken Pottery disse...

Arnaldo,
Acho que para isso existe a democracia, para escolhermos nossos candidatos. No meu caso, escolho o Serra por considerá-lo muito melhor. Fica bem visível o que ele já fez, ele tem uma história decente. Acho que as besteiras que fez devem-se a acordos partidários e não a uma atitude covarde. Política, para mim, sempre se deve fazer dentro de um partido. A Dilma é apenas um boneco de ventrílogo, o partido dela é o Lula. O último boneco de ventrílogo que vi governar foi o Pita. É claro que o Maluf e o Lula são muitíssimo diferentes, mas falo pela falta de experiência. Pega mal essa coisa de um cara ser eleito às custas do outro. Deve ser chato a gente escolher um candidato por exclusão. O meu é por considerá-lo melhor. Concordo quando diz que ela será eleita no primeiro turno. E é por isso que acho que devo estar errado. Não chego a dizer que a voz do povo é a de Deus, pois se fosse não haveria tanta desgraça no mundo, mas tenho certeza de que o povo está sempre certo.
Grande abraço