Para minha surpresa, no fim de semana passado,
havia mais de 5 filmes em exibição em Campinas que me interessavam assistir.
Escolhemos um para o sábado e outro para o domingo. O critério da escolha
obedeceu, exclusivamente, à questão do horário, mas, outra surpresa, resultou
em 2 filmes com muitas coisas em comum. Ambos eram falados em francês, os dois
tratavam de experimentações da adolescência, tinham atrizes belíssimas e,
principalmente, a temática central era o sexo. Mais do que isso, nos dois
casos, tratavam de sexo não convencional, ao menos na visão da maioria das
pessoas.
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Jovem e bela
é um filme de François Ozon cuja personagem se inicia na prostituição aos 17
anos. Sua motivação não é a necessidade de dinheiro, que ela acumula sem gastar
um centavo. Tampouco é a libido que lhe motiva, já que o que a impele é menos a
expectativa do prazer que possa experimentar com cada cliente e mais a ansiedade
provocada pelo desconhecido, previamente, a cada encontro. Apesar da nudez da
atriz Marine Vacth, de 23 anos, de extrema beleza, o que mais me seduziu no
filme não foram as cenas de sexo e sim o comportamento da personagem, principalmente
no que se refere ao seu relacionamento com as outras pessoas. A personagem era
tão inexpressiva que fica a grande dúvida se esta é uma característica própria da
atriz ou se ela é tão competente em seu ofício, que sua capacidade de
convencimento seja extrema. Seja qual for a razão, a escolha de Marine Vacth
foi muito acertada.
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O filme do domingo foi Azul é a cor mais quente, dirigido por Abdellatif Kechiche, que
trata da relação entre uma adolescente e uma estudante de artes plásticas,
alguns anos mais velha. Vencedor da Palma de Ouro deste ano, o filme foi
lançado no Brasil na esteira de algumas polêmicas, entre as quais, a acusação
de tirania, imputada ao diretor, devido ao seu nível de exigência nas
filmagens. Outros dois aspectos, muito comentados na mídia, são a duração de 3
horas, bastante acima do convencional, e uma cena de sexo entre as duas, de
mais de 7 minutos, feita com extremo realismo. Reconheço que a cena é,
realmente, de tirar o fôlego, muito menos pela excitação que possa causar no
expectador e mais devivo a um certo desconforto que a cena realmente provoca. O
filme, entretanto, longe de ser uma obra erótica ou pornográfica, trata do quanto
é complicado lidar com a questão das relações amorosas nesta época da vida de
qualquer um. Desta forma, o fato desta relação acontecer entre pessoas do mesmo
sexo acaba tendo uma importância secundária. Outro ponto a se ressaltar é a
estonteante beleza da atriz Adèle Exarchopoulos, de 19 anos, que nos é
insessantemente mostrada na tela, o tempo todo. É, realmente, uma overdose de
beleza.
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A conclusão do fim de semana é que é possível
fazer filmes sobre sexo (e não de sexo), com beleza e elegância e, ainda, nos provocar
reflexões profundas.
5 comentários:
Tenho ouvido muito sobre o Azul. Vou ver, mas agora ando com uma irritação em relação a esses diretores tirânicos.
Pois é, Vivien. Na verdade, só li algumas coisas sobre o filme um pouco antes de ir assistí-lo. De qualquer forma, gostei do filme.
Indo um pouco nessa linha: você vai ver o novo do Lars, Nymphomaniac? Estou super ansiosa!
Certamente, Larissa, mas nem sei se já estreou no Brasil. Aí na Espanha já está passando?
Aqui estreia dia 25, no Natal, rs! Acho que aí tb!
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