Quem vê a capa e olha o
título do livro O cheirinho do amor –Crônicas safadas, logo imagina que se trata de uma coletânea de histórias
de sacanagem. E é isso mesmo. Mas não é só isso. Embora, em cada texto, o
escritor Reinaldo Moraes destile toda sorte de histórias em que o sexo é
protagonista, não se furta a inserir estes relatos nos cenários mais variados
possíveis. Desta maneira, as tais crônicas exibem sua safadeza envoltas em
ambientes ligados ao cinema, teatro e literatura, além do jornalismo, entre
outros. Assim, o escritor empresta um ar de seriedade aos textos, sem, entretanto,
perder o estilo sacana de escrever. Com isso, demonstra que é possível ser
sério e divertido ao mesmo tempo.
Reinaldo abusa de
trocadilhos, dos mais criativos aos mais infames (estes, os melhores),
mostrando sempre o quanto o sexo comanda o estilo deste escritor sexagenário
(com o perdão do trocadilho, também infame, de minha parte). O vocabulário que
utiliza não tem frescura e não se percebe uma preocupação em ser politicamente
correto, como, tampouco, há a preocupação com o inverso. É um vocabulário de
quem não aprendeu sobre a vida mundana em aulas de educação sexual no colégio,
mas sim, na rua, como era praxe para uma geração em que o máximo que havia como
suporte teórico para este aprendizado eram os catecismos de Carlos Zéfiro.
Para fazer um resumo
sobre tudo isso, nada melhor que reproduzir o que Matthew Shirts escreveu na
orelha do livro: “Se você gosta de sexo – do tema, ao menos – e de uma boa
história, vai se deliciar com este livro”. Concordo e dou fé.
Nenhum comentário:
Postar um comentário