Livros, música, cinema, política, comida boa. Isso tudo e mais um montão de tranqueiras dentro de um baú aberto.

sábado, 25 de abril de 2015

Safadeza divertida

Quem vê a capa e olha o título do livro O cheirinho do amor –Crônicas safadas, logo imagina que se trata de uma coletânea de histórias de sacanagem. E é isso mesmo. Mas não é só isso. Embora, em cada texto, o escritor Reinaldo Moraes destile toda sorte de histórias em que o sexo é protagonista, não se furta a inserir estes relatos nos cenários mais variados possíveis. Desta maneira, as tais crônicas exibem sua safadeza envoltas em ambientes ligados ao cinema, teatro e literatura, além do jornalismo, entre outros. Assim, o escritor empresta um ar de seriedade aos textos, sem, entretanto, perder o estilo sacana de escrever. Com isso, demonstra que é possível ser sério e divertido ao mesmo tempo.

Reinaldo abusa de trocadilhos, dos mais criativos aos mais infames (estes, os melhores), mostrando sempre o quanto o sexo comanda o estilo deste escritor sexagenário (com o perdão do trocadilho, também infame, de minha parte). O vocabulário que utiliza não tem frescura e não se percebe uma preocupação em ser politicamente correto, como, tampouco, há a preocupação com o inverso. É um vocabulário de quem não aprendeu sobre a vida mundana em aulas de educação sexual no colégio, mas sim, na rua, como era praxe para uma geração em que o máximo que havia como suporte teórico para este aprendizado eram os catecismos de Carlos Zéfiro.

Para fazer um resumo sobre tudo isso, nada melhor que reproduzir o que Matthew Shirts escreveu na orelha do livro: “Se você gosta de sexo – do tema, ao menos – e de uma boa história, vai se deliciar com este livro”. Concordo e dou fé.

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