Livros, música, cinema, política, comida boa. Isso tudo e mais um montão de tranqueiras dentro de um baú aberto.

domingo, 6 de maio de 2007

Nada genial. Não precisa.

Estando em São Paulo, nesse sábado, resolvemos ir assistir Scoop – O grande Furo, de Woody Allen, já que o filme não está passando em Campinas. Aliás, nem sei se passou. Muito tem se dito que Woody Allen perdeu a mão, que seus últimos filmes não têm a mesma qualidade dos de outros tempos. De fato, reconheço que os das décadas de 70 e 80 falaram muito mais alto, pra mim, do que os mais recentes. Aliás, a partir dos anos 90, ele nunca mais fez obras-primas como Annie Hall, Manhattan, Zelig ou A Rosa púrpura do Cairo. Mas eu não diria que ele piorou. Acho que ele encontrou uma nova maneira de filmar. Eu não acho que seus últimos filmes sejam ruins. Só não são geniais. Não são obras-primas. Mas isso não aconteceu só com ele. Desde quando Spike Lee não faz um filme tão bom quanto Faça a coisa certa ou Jungle Fever? Quando foi que Pedro Almodóvar, nos seus filmes mais recentes, chegou perto de Ata-me ou Mulheres à beira de um ataque de nervos?

Eu não considero Scoop um filme menor. Muito menos um filme ruim. É um filme como Melinda e Melinda, ou Match Point. São filmes bons, onde ele tira muito mais dos atores do que fazia antigamente, quando o principal (quando não, o único) protagonista era ele mesmo. Agora, representando sempre o mesmo personagem, ele tem adotado uma posição mais coadjuvante em seus filmes. E não há nada de errado em representar sempre o mesmo personagem. Não é isso que faz com que um ator seja bom ou ruim. Afinal, não foi isso que fez Jaques Tatit em seus filmes? Não foi isso que fez Chaplin com seu Carlitos? Não foram perfeitos?

Nesse filme, Woody Allen insistiu em Scarlett Johansson, que também fez Match Point. Reconheço que ela não está bem no papel. Talvez ainda não esteja talhada para a comédia. Mas ela é uma atriz muito jovem e tem muito que aprender. E atuar, só se aprende atuando. Ela é, em minha opinião, uma atriz excelente. Desde a primeira vez que a vi, criança ainda, no bobinho O encantador de cavalos, ela roubou a cena. Suas atuações em Moça com brinco de pérola, Uma canção de amor para Bobby Long e Encontros e desencontros são memoráveis.

Dona de uma expressão enigmática, esta atriz exala sensualidade sem ter o biotipo ou mesmo atributos físicos dentro dos padrões atualmente impostos pela mídia. Neste filme, aliás, ela está bem gorducha, o que, partindo de mim, é elogio, não crítica.

Enfim, saí do cinema consciente de que não vi o melhor filme de Woody Allen. E convencido de que nunca mais verei.

7 comentários:

Anônimo disse...

Bem, com esse par de pernas Scarlett Johansson não precisaria nem mesmo decorar as falas de sua personagem. Eu a perdôo.

Arnaldo Heredia Gomes disse...

Pois é, Bruno. Também acho.

Telejornalismo Fabico disse...

*



eu acho que ele produziu coisas muito boas como um todo, até os anos 90.
talvez a sistemática de produzir dois filmes por ano é que tenha o levado desfiladerio abaixo.

esse scoop é muito rui: mal escrito, mal dirigido, atores fora do tom.
lamentável.
mas eu quero acreditar que ele ainda vai fazer coisas boas.

scarllet é um caso a parte.
é pura sensualidade, gordinha ou não.
e tem um puta magnetismo, o que diferencia uma estrela de uma atriz.
tá péssima em scoop, mas tava muito bem em match point.

ainda veremos muita coisa boa dela.
e viva as coisas boas.




*

Beatriz Fontes disse...

Ai, tô doida para ver "Scoop". Não me importa se bom ou ruim, Woody Allen é um vício. Obrigatório assistir.

Diego Moreira disse...

Entrei aqui pra comentar sobre a Scarlett Johansson mas o Bruno já disse tudo. Espetáclo, essa menina...

Diego Moreira disse...

Oops, até me embaralhei...
Espetáculo!
Essa menina é de endoidecer...

Arnaldo Heredia Gomes disse...

Você não gostou mesmo, hein Sean?!?!?!

Vá ver sim, Bia. Você é como eu. Uma Woodyólatra!

Pois é, Diego. Ela é uma delícia.