Livros, música, cinema, política, comida boa. Isso tudo e mais um montão de tranqueiras dentro de um baú aberto.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Vai começar a copa

O pessoal da empresa em que eu trabalho vai assistir ao primeiro jogo do Brasil num boteco, comendo churrasco e enchendo a cara. Adoro churrasco e adoro encher a cara, mas não gosto de fazer isso enquanto assisto a um jogo de futebol. Umas moças bem bonitas estão insistindo para que eu vá, o que massageia o meu ego e me provoca uma enorme tentação, mas ninguém vai me ver assistindo ao jogo do Brasil ao lado de uma turba barulhenta, por mais que eu aprecie a companhia de moças bonitas.

Vou assistir ao jogo ao lado de meu pai, que é um sujeito que assiste futebol do mesmo jeito que eu: em absoluto silêncio. É que achamos futebol um assunto demasiado sério pra ficar tratando a coisa na base da brincadeira. Os festeiros que me perdoem, entendo completamente suas motivações, mas futebol é coisa que eu gosto de ver absolutamente concentrado.

Nunca consegui torcer contra o Brasil (nem nunca quis), mas confesso que não nutro muita esperança que esta seleção me proporcione algum prazer. Por isso, vou torcer pelo Brasil e vou saciar minha vontade de ver jogos espetaculares quando estiverem em campo os times da Argentina ou da Espanha. Desta maneira, terei dois tipos de satisfação.

Copa do mundo é um negó$$io que acontece a cada 4 anos e tem sido, nas últimas edições, sempre a mesma coisa. Ainda assim, me causa certo frisson quando começa a chegar a hora da bola rolar, bola, aliás, que tem sido vítima de críticas e elogios dos jogadores, dependendo da empresa de material esportivo com a qual tenham contrato. O que importa é que a mesma bola irá rolar para todos os times.

Tenho tido cada vez menos paciência com a cobertura jornalística da copa pelos grandes grupos de mídia. A babação de ovo e a rasgação de seda pra cima da CBF têm sido vergonhosas. O que mais me irritou, entretanto, foi ver alguns jornalistas comemorando a quebra do braço de Drogba, da Costa do Marfim, ou a contusão de Nani de Portugal. Torcer para um adversário se machucar antes do jogo é de uma covardia atroz.

Sobre esta cobertura, a única exceção, entre tudo que estou vendo é, como de costume, o trabalho da ESPN Brasil. Apesar do mau humor de José Trajano, que, às vezes, beira o chilique, sua equipe de profissionais é, de longe, a mais credenciada a dizer que faz verdadeiro jornalismo. Pessoas como Juca Kfouri, Paulo Vinícius Coelho, André Plihal ou Roberto Salim, entre muitos outros, em frente ou atrás das câmeras, produzem um trabalho de altíssima qualidade, que só aumenta o meu nível de prazer.

É isso aí. Chega de papo. Vai começar a Copa.

2 comentários:

Cauê disse...

Fala tio,
nem preciso falar o quanto eu gosto de futebol né?!
Mas também não gosto de ver o jogo com muita gente, odeio gente cornetando.haha
Pô, a ESPN Brasil é show, o pior é que eu não sei o que aconteceu mas desde o começo da semana ela não está funcionando aqui em casa. Agora o Trajano e aquele Mauro César(acho) são muito mal humorados, tudo é ruim pra eles. Prefiro o jeito que o Antero, o 'Amigão', o João Carlos Albuquerque e alguns outros comentam o futebol, com mais alegria.

Manda um beijo para todos aí.

Unknown disse...

Concordo quanto à cobertura da ESPN. Mas acabo assistindo os jogos do Brasil na BAND por causa da narração do Luciano do Valle, afinal, é na voz dele que todos os gols do Brasil, de 82 para cá, me vêm à mente. Por incrível que pareça, Edmundo tem me surpreendido positivamente como comentarista. Fora isso, a cobertura tem sido bem ruinzinha mesmo. Na Globo, então, a babaquice é tremenda, parece feita para adolescentes de 13, 14 anos. Enfim, para esse povo que gosta de se fantasiar de verde e amarelo e manifestar uma alegria histérica para fazer tipo durante a Copa. Assim como você, gosto de ver os jogos em silêncio, na companhia de dois ou três bons amigos. Nada além disso.