Com a morte de Antônio Carlos Magalhães, há quem diga que a direita ficou encolhida. Este raciocínio é reforçado pela saída, da frente dos holofotes, do ex-senador Jorge Bornhausen. De fato, os dois, cada um com seu estilo, em parte, conflitantes, seguraram por muito tempo a mesma bandeira, comandando o PFL, último dos partidos a se assumir, publicamente, conservador e de direita.
Agora, nem isto acontece. Adotando um novo nome, o de Democratas (parece piada, mas o assunto é sério), o PFL adotou, também, um novo discurso. Um passeio pelo site do “novo” partido nos permite ver que, publicamente, estão renegando sua história, abandonando o discurso neoliberal para adotar um outro que se aproxima mais do discurso social-democrata. Faz isto, claramente, ao perceber a perda de espaço eleitoral para outros partidos.
Mas talvez a direita não esteja encolhida. Talvez ela esteja escondida. Escondida em vários outros partidos com programas, aparentemente, menos reacionários. Escondida e pulverizada, principalmente no PSDB e no PMDB, já que estes, há muito tempo, abandonaram um discurso preocupado com avanços sociais. O PMDB de hoje não é o PMDB de Ulisses Guimarães. O PSDB de hoje não é o PSDB de Mário Covas e José Richa.
Por outro lado, pode ser que, de fato, a direita tenha encolhido. E tenha encolhido, justamente pela falta de necessidade de estar claramente exposta. Talvez tenha encolhido ao perceber que a sociedade está tão contaminada de conservadorismo e intolerância, que uma força que represente a direita já não seja tão necessária. Sobre intolerância, aliás, sugiro a leitura do ótimo texto do Bruno Ribeiro.
Diariamente, notamos sinais desta contaminação. Desde o claro posicionamento da grande mídia do lado direito do espectro político, até o surgimento de iniciativas, com posturas absolutamente elitistas, como esse novo "Movimento Cívico pelo Direito dos Brasileiros", também chamado movimento “Cansei”. Esta gente se diz, por exemplo, cansada de pagar impostos, mas nunca se ouviu, da boca deles, estarem cansados de ver crianças famintas implorando por dinheiro nos semáforos brasileiros. Afinal, contra isso, basta fechar o vidro do carro.
Estão cansados sim. Estão, na verdade, fartos. E não se conformam que a nossa sociedade possa, um dia, caminhar numa direção mais igualitária. Não se conformam que possa haver espaço para um regime, realmente, democrático, algum dia, no Brasil. Porque esta gente apregoa o liberalismo, mas não tolera a liberdade. Quer ter lucro, mas não quer correr riscos. Pede crescimento econômico, mas não aceita uma justa distribuição de renda.
Agora, nem isto acontece. Adotando um novo nome, o de Democratas (parece piada, mas o assunto é sério), o PFL adotou, também, um novo discurso. Um passeio pelo site do “novo” partido nos permite ver que, publicamente, estão renegando sua história, abandonando o discurso neoliberal para adotar um outro que se aproxima mais do discurso social-democrata. Faz isto, claramente, ao perceber a perda de espaço eleitoral para outros partidos.
Mas talvez a direita não esteja encolhida. Talvez ela esteja escondida. Escondida em vários outros partidos com programas, aparentemente, menos reacionários. Escondida e pulverizada, principalmente no PSDB e no PMDB, já que estes, há muito tempo, abandonaram um discurso preocupado com avanços sociais. O PMDB de hoje não é o PMDB de Ulisses Guimarães. O PSDB de hoje não é o PSDB de Mário Covas e José Richa.
Por outro lado, pode ser que, de fato, a direita tenha encolhido. E tenha encolhido, justamente pela falta de necessidade de estar claramente exposta. Talvez tenha encolhido ao perceber que a sociedade está tão contaminada de conservadorismo e intolerância, que uma força que represente a direita já não seja tão necessária. Sobre intolerância, aliás, sugiro a leitura do ótimo texto do Bruno Ribeiro.
Diariamente, notamos sinais desta contaminação. Desde o claro posicionamento da grande mídia do lado direito do espectro político, até o surgimento de iniciativas, com posturas absolutamente elitistas, como esse novo "Movimento Cívico pelo Direito dos Brasileiros", também chamado movimento “Cansei”. Esta gente se diz, por exemplo, cansada de pagar impostos, mas nunca se ouviu, da boca deles, estarem cansados de ver crianças famintas implorando por dinheiro nos semáforos brasileiros. Afinal, contra isso, basta fechar o vidro do carro.
Estão cansados sim. Estão, na verdade, fartos. E não se conformam que a nossa sociedade possa, um dia, caminhar numa direção mais igualitária. Não se conformam que possa haver espaço para um regime, realmente, democrático, algum dia, no Brasil. Porque esta gente apregoa o liberalismo, mas não tolera a liberdade. Quer ter lucro, mas não quer correr riscos. Pede crescimento econômico, mas não aceita uma justa distribuição de renda.
O povo brasileiro é que está se cansando desta gente.
6 comentários:
Bravo, Arnaldo!
este povinho da Daslu é um porre.
Arnaldo,
Quer saber...??? Eu cansei desses cansados. Deveriam se mudar de uma vêz para a 5ª avenida.
Bjs
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eu gostaria muito de pensar que a direita encolheu.
mas quando o pt vira o mais psdb dos partidos, não há volta. trocam-se nomes, maquia-se propostas, mas a direita neo-liberal engole tudo, feito um buraco negro gigante.
não sei se corto os pulsos ou adiro a campanha do 'cansei'.
*
Como disse a Márcia..."povinho daslu".
Quando escuto suas reclamações, tenho engulhos.
Hagen: a questão não é mais PT x PSDB, mas combater o pensamento dessa burguesia revanchista que não aceita um operário nordestino na presidência - mesmo que esse operário nordestino esteja governando com certa conivência com seus privilégios. A classe média alta é preconceituosa, mesquinha e fútil. Ela tem vergonha do Lula e tem ódio do povo. É por isso que faz esses movimentos ridículos do tipo "basta", "cansei" etc. Não há nada que legitime um pedido de impeachment do presidente. Todas as denúncias de corrupção foram ou estão sendo investigadas, coisa que não acontecia no governo anterior, do "príncipe" FHC. O que o Arnaldo quis dizer é que não dá para levar à sério uma gentinha que enche o rabo de uísque, mas acha um absurdo o Lula tomar sua cachacinha de vez em quando. É de foder ou não?
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