Livros, música, cinema, política, comida boa. Isso tudo e mais um montão de tranqueiras dentro de um baú aberto.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Brasileiros x Argentinos

É do professor Pablo Alabarces a frase: “os brasileiros amam odiar os argentinos, enquanto os argentinos odeiam amar os brasileiros”.

De fato, se tirarmos essa rivalidade infantil por causa do futebol, o que eu cada vez mais tenho percebido é que os argentinos têm muito mais boa vontade e simpatia conosco do que o contrário. Na verdade, eles sentem muita admiração pelo Brasil e por isso, procuram se informar muito sobre nossa música e nossa política. Qualquer motorista de táxi conhece fatos sobre o presidente Lula enquanto é raro algum brasileiro que saiba o nome do presidente Argentino.

No caso da música, nas lojas de discos, as estantes reservadas aos de artistas brasileiros são muito grandes e variadas e o que mais surpreende é que não são só os artistas óbvios que estão presentes em suas prateleiras. Pode-se encontrar discos de Egberto Gismonti e Hermeto Paschoal em quantidade maior do que muita loja do Brasil. A maioria dos discos é de artistas importantes da MPB, como Chico Buarque e Caetano Veloso. Não vi nenhum disco de dupla sertaneja ou de grupo de pagode, o que prova que, em termos de música brasileira, eles têm um bom gosto.

Desde Carmem Miranda, os argentinos têm adoração pela nossa música e isso tem feito com que muitos artistas de lá se interessem em mesclar nossas canções ao seu repertório. Um exemplo disso é um ótimo CD duplo de Pedro Aznar, chamado Aznar Canta Brasil, em que ele interpreta versões de músicas de Milton Nascimento, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque, Egberto Gismonti, Lenine, entre outros.

E até se atreve a cantar em português. E o pior, é que fica bom.




Um comentário:

Beatriz Fontes disse...

Ao contrário do Chico Buarque, que já não é exatamente O cantor (aliás, nem mesmo UM cantor), cantando suas músicas em um espanhol sofrível...

Meu pai dirá que os argentinos só começaram a se encantar com o Brasil de uns tempos pra cá, com a crise econômica. Que, quando ele esteve lá, em meados da década de 70, foi bastante mal-tratado...