Em Buenos Aires não toca só o tango. A cidade tem espaço para todas as modalidades musicais, sendo generosa com manifestações de outros países, apesar de extremamente orgulhosa de sua música, sobretudo o tango e a música folclórica.
Lá, há muito espaço para o jazz, o que criou a chance para o surgimento de artistas locais transitando nessa área, na forma pura ou como influência para uma música própria. Fuçando nas lojas de disco, lendo as contracapas, ouvindo os CDs, indo a shows, descobrimos muita gente interessante, como Roxana Amed e Pedro Aznar.
E por falar em disco, a relação cambial torna uma visita às lojas um grande perigo pra quem, como eu, não tem autocontrole dentro de um lugar como este. Um CD novo, por lá, sai em média 25 pesos, o que representa, portanto, pouco mais de 18 reais. Não foi só por isso, porém, que eu voltei pra casa com 40 CDs. É que em Buenos Aires é possível encontrar muita coisa difícil de se achar em São Paulo. E não falo somente da música argentina não. É possível comprar muitos discos de artistas de toda a América do Sul e de Cuba também. E não só os países de língua espanhola. O setor de discos de artistas brasileiros é sempre muito grande e variado nas lojas portenhas.
Mas, acima de tudo isso, há o tango. E indo várias vezes pra lá, a gente vai, aos poucos, descobrindo algo além dos tangos mais clássicos. Não que os tangos clássicos não tenham sua importância. Têm sim, é claro, mas há muito mais. Com o tempo, a gente descobre que além de Gardel e Piazzolla, há outros gigantes, tão ou até mais respeitados, como Aníbal Troilo e Homero Manzi.
E há shows de tango por toda a cidade. De todos os tipos e de todos os preços. Alguns absurdamente caros e outros inacreditavelmente baratos. Desde os super estereotipados, dirigidos ao turista mais desavisado até aqueles só pra iniciados no assunto. Em nossa primeira viagem, preocupado com o perigo de cair numa dessas arapucas armadas para turistas endinheirados, pedi ajuda a uma colega da filial de Buenos Aires da empresa em que trabalho e ela me fez uma reserva na Esquina Homero Manzi. O show foi magnífico, com uma pequena orquestra, um par de cantores e um trio de pares de bailarinos de excepcional qualidade. Tão bom, que na segunda viagem que fizemos pra lá, voltamos ao mesmo show, com o mesmo prazer da primeira vez.
Agora, nesta terceira viagem, resolvemos experimentar mais e fomos a 3 shows muito diferentes. O primeiro, foi no Café Homero, em que uma pianista e um rapaz tocando bandoneon eram a base segura para que um casal de bailarinos e uma cantora, parecida com Janis Joplin, desfilasse um rosário de tangos magníficos, quase nenhum muito conhecido. Pouquíssimos estrangeiros no local. O nome da cantora: Lucrecia Merico. Fabulosa!
O segundo show, fomos assistir no café Tortoni. Provavelmente o café é o mais tradicional e histórico da capital argentina e certamente um dos mais direcionados para os turistas. O show foi péssimo. Para uma platéia de umas 60 pessoas, toda de estrangeiros, a produção impecável se preocupou em mostrar muito mais malabarismo do que dança. Cantando apenas tangos ultra conhecidos, um cantor bastante competente arriscou-se até numa canção de Tom e Vinícius, pra adular a platéia brasileira, metade da assistência. De bom, somente os músicos (um piano, um baixo e um bandoneon) excelentes.
O terceiro show, foi na casa de tango Pigmalion. Certamente éramos os únicos estrangeiros e certamente os únicos não especialistas em tango. Fez parte do show o cantor Tito Reyes, remanescente de uma época mais tradicional, último cantor da legendária orquestra de Aníbal Troilo. Cantou de forma emocionante e contou muitas histórias interessantes. Um show bastante difícil pra quem não domina 100% a língua espanhola. Mas o ponto alto foi a apresentação de Nestor Marconi tocando bandoneon. Reconhecido internacionalmente, é, possivelmente, o artista de tango mais importante da atualidade. Indescritível sua forma de tocar.
Mas o que me alegra é perceber que o tango está mais ativo e atual do que eu imaginava e, assim como ocorre com o samba no Brasil, cada vez mais, há jovens músicos estudando e executando tango por toda a cidade. E uma das mais felizes surpresas foi encontrar, tocando nas ruas de San Telmo, num domingo de feira, a Orquestra Típica Imperial. Jovens moças e rapazes executando um tango vigoroso, ao mesmo tempo tradicional e moderno.
Lá, há muito espaço para o jazz, o que criou a chance para o surgimento de artistas locais transitando nessa área, na forma pura ou como influência para uma música própria. Fuçando nas lojas de disco, lendo as contracapas, ouvindo os CDs, indo a shows, descobrimos muita gente interessante, como Roxana Amed e Pedro Aznar.
E por falar em disco, a relação cambial torna uma visita às lojas um grande perigo pra quem, como eu, não tem autocontrole dentro de um lugar como este. Um CD novo, por lá, sai em média 25 pesos, o que representa, portanto, pouco mais de 18 reais. Não foi só por isso, porém, que eu voltei pra casa com 40 CDs. É que em Buenos Aires é possível encontrar muita coisa difícil de se achar em São Paulo. E não falo somente da música argentina não. É possível comprar muitos discos de artistas de toda a América do Sul e de Cuba também. E não só os países de língua espanhola. O setor de discos de artistas brasileiros é sempre muito grande e variado nas lojas portenhas.
Mas, acima de tudo isso, há o tango. E indo várias vezes pra lá, a gente vai, aos poucos, descobrindo algo além dos tangos mais clássicos. Não que os tangos clássicos não tenham sua importância. Têm sim, é claro, mas há muito mais. Com o tempo, a gente descobre que além de Gardel e Piazzolla, há outros gigantes, tão ou até mais respeitados, como Aníbal Troilo e Homero Manzi.
E há shows de tango por toda a cidade. De todos os tipos e de todos os preços. Alguns absurdamente caros e outros inacreditavelmente baratos. Desde os super estereotipados, dirigidos ao turista mais desavisado até aqueles só pra iniciados no assunto. Em nossa primeira viagem, preocupado com o perigo de cair numa dessas arapucas armadas para turistas endinheirados, pedi ajuda a uma colega da filial de Buenos Aires da empresa em que trabalho e ela me fez uma reserva na Esquina Homero Manzi. O show foi magnífico, com uma pequena orquestra, um par de cantores e um trio de pares de bailarinos de excepcional qualidade. Tão bom, que na segunda viagem que fizemos pra lá, voltamos ao mesmo show, com o mesmo prazer da primeira vez.
Agora, nesta terceira viagem, resolvemos experimentar mais e fomos a 3 shows muito diferentes. O primeiro, foi no Café Homero, em que uma pianista e um rapaz tocando bandoneon eram a base segura para que um casal de bailarinos e uma cantora, parecida com Janis Joplin, desfilasse um rosário de tangos magníficos, quase nenhum muito conhecido. Pouquíssimos estrangeiros no local. O nome da cantora: Lucrecia Merico. Fabulosa!
O segundo show, fomos assistir no café Tortoni. Provavelmente o café é o mais tradicional e histórico da capital argentina e certamente um dos mais direcionados para os turistas. O show foi péssimo. Para uma platéia de umas 60 pessoas, toda de estrangeiros, a produção impecável se preocupou em mostrar muito mais malabarismo do que dança. Cantando apenas tangos ultra conhecidos, um cantor bastante competente arriscou-se até numa canção de Tom e Vinícius, pra adular a platéia brasileira, metade da assistência. De bom, somente os músicos (um piano, um baixo e um bandoneon) excelentes.
O terceiro show, foi na casa de tango Pigmalion. Certamente éramos os únicos estrangeiros e certamente os únicos não especialistas em tango. Fez parte do show o cantor Tito Reyes, remanescente de uma época mais tradicional, último cantor da legendária orquestra de Aníbal Troilo. Cantou de forma emocionante e contou muitas histórias interessantes. Um show bastante difícil pra quem não domina 100% a língua espanhola. Mas o ponto alto foi a apresentação de Nestor Marconi tocando bandoneon. Reconhecido internacionalmente, é, possivelmente, o artista de tango mais importante da atualidade. Indescritível sua forma de tocar.
Mas o que me alegra é perceber que o tango está mais ativo e atual do que eu imaginava e, assim como ocorre com o samba no Brasil, cada vez mais, há jovens músicos estudando e executando tango por toda a cidade. E uma das mais felizes surpresas foi encontrar, tocando nas ruas de San Telmo, num domingo de feira, a Orquestra Típica Imperial. Jovens moças e rapazes executando um tango vigoroso, ao mesmo tempo tradicional e moderno.
2 comentários:
eu quero ir pra buenos aires...!!!!
Eu fugi do tango no Café Tortoni como o diabo foge da cruz... Acabei não vendo tango em lugar nenhum. Em parte, porque em janeiro a maioria dos espetáculos saem de férias ou vão para Mar del Plata. Queria muito ter ido a uma milonga que o Bruno indicou: la Orquesta Típica Fernandez Fierro (http://www.fernandezfierro.com).
Curiosamente, eles estariam se apresentando em São Paulo quase que ao mesmo tempo em que eu estaria lá. Uma pena.
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