O filme Pecados íntimos, de Todd Field, começa lento e demasiadamente recortado. As personagens e as cenas vão surgindo, aparentemente sem nexo e sem vínculos entre si. Aos poucos, entretanto, o filme vai mostrando a que veio. E veio pra mostrar o quanto cada um tem seus segredos, seus vícios e suas culpas. O quanto pode ser difícil, para cada um de nós, expiar a própria culpa. E o quanto é fácil apontar o dedo para o vício alheio.
Num elenco irregular, o destaque fica para o excelente trabalho de Kate Winslet, uma atriz de quem eu gosto cada vez mais. Sua atuação em Brilho eterno de uma mente sem lembranças ou Contos proibidos do Marquês de Sade compensam, com folga, aquela bobagem que foi Titanic. Uma atriz que, sem ter os atributos físicos cada vez mais exigidos pela indústria do cinema, consegue nos passar uma enorme carga de sensualidade.
O filme, acima de tudo, mostra que tanto é possível sonhar com um destino melhor, ou ao menos diferente daquele que nos foi traçado, quanto pode ser acertado prestar mais atenção na nossa própria vida e perceber o quanto ela é prazerosa e satisfatória. É um filme que trata, sobretudo, de como é difícil lidar com as insatisfações e o sonho da felicidade.
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