Livros, música, cinema, política, comida boa. Isso tudo e mais um montão de tranqueiras dentro de um baú aberto.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Música, literatura e cinema

Acredito que pouca gente questione a qualidade da música produzida por Chico Buarque. Estou entre a multidão que o cultua, já que considero sua produção musical absolutamente acima da média, inclusive da média alta de nossos melhores compositores. Sua música pode ser classificada entre boa, ótima ou genial. Não há nada regular. Quanto menos fraco.

A respeito de sua produção literária, entretanto, tenho alguma má vontade. Não que isso tenha alguma importância para o Chico Buarque escritor. Não tem. Mas tem muita importância pro eu leitor. Sim, já que sempre que pego um livro seu pra ler, minha expectativa (talvez ingênua) é a de encontrar alguma coisa ao menos boa, quiçá genial. Esta última, nunca me aconteceu.

Gostei de ler Fazenda Modelo quando era moleque. Mas aquilo não vale, já que, naquela época, meu gostar era fácil. Mais tarde, mais exigente, peguei o Estorvo e não consegui ir até o fim. Acabei não vendo o filme. De Benjamim gostei mais, embora não tenha me empolgado. O filme valeu pelo desempenho do Paulo José e a beleza da Cléo Pires, até então desconhecida, pra mim. Mas achei o filme fraco.

De Budapeste gostei mais ainda. Foi um livro que me prendeu, me deu uma sensação boa, de que o Chico escritor pode estar chegando próximo a o que eu acho bom em sua produção musical. Fui ver o filme essa semana e achei ruim. Pior que Benjamim. De novo, o que salvou foram os menos de 3 minutos de participação de Paulo José. Giovanna Antonelli está bonita. E é só.
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Budapeste é um livro escrito na primeira pessoa, cheio de reflexões, cheio de questionamentos pessoais. Isso é o ponto alto do livro. Quase nunca é possível transformar um texto assim num bom filme. Aliás, as pessoas deveriam largar essa mania de achar que qualquer livro pode virar filme. Não pode.

Comecei hoje a ler Leite Derramado. Estou cheio de boas expectativas (minha ingenuidade não tem fim), já que cada livro escrito por ele tem me agradado mais. Não espero algo genial, mas anseio por algo mais que bom. E que não venham fazer mais um filme.

5 comentários:

Andrea Nestrea disse...

haha!
uma ingenuidade sem fim... o chico nos seduz de qq jeito! agora os filmes realmente...
depois nos diga o que achou do leite derramado. li um trecho e me lambuzei!
beijos

Lord Broken Pottery disse...

Também não gosto do Chico escritor. Acho o texto chato, difícil de ler. Seria, acredito, um certo exagero do destino. Além de ser um composutor maravilhoso, um ótimo escritor. Salva-se um história infantil que escreveu, não sei se você conhece: O Chapeuzinho Amarelo.
Grande abraço

silvio cesar disse...

Chega uma epoca da vida em que podemos falar Nao vi e nao gostei , é o caso desse péssimo escritor , nao precisa ler nem a orelha do livro para saber...
E até engraçado ver alguem discorrer sobre obra tao extensa e "genial"...
Tambem , entrei aqui em um google citando "pizza"....

Vanessa Dantas disse...

O chapeuzinho amarelo é o máximo - está entre os presentes que dou para os filhos dos meus amigos junto com "os saltimbancos".

O Chico disse mesmo que não gosta de escrever, que prefere ler, e que não aceitará mais encomenda. Ele não precisa. Basta compor e cantar. Genial, mais que genial!

Beijo.

Romanzeira disse...

Comecei a ler Chico Buarque com Budapeste. Não é genial como a sua obra musical, mas é um livro bom, e algumas partes poderiam sim virar filme, mas não gosto de adaptações de livros para o cinema. Os livros são sempre melhores, além do mais as cenas que eu imaginei lendo o livro não seriam as mesmas que eu veria na tela.
Lembro que quando adolescente li o excelente Conde de Monte Cristo. A grande pegada do livro era a rede de intrigas que Danton armou e jogou todos aqueles que lhe fizeram mal no passado. Entretanto, a adaptação feita para o cinema há alguns poucos anos limitou a história a uma disputa amorosa. Uma decepção!
EStou curiosa com Leite Derramado.