Livros, música, cinema, política, comida boa. Isso tudo e mais um montão de tranqueiras dentro de um baú aberto.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Texto ilustrado, tudo verde

Mesmo sendo são-paulino, fui à noite de autógrafos do livro Meu Pequeno Palmeirense, escrito pela Soninha Francine e ilustrado pelo Eduardo Baptistão. Na fila, evidentemente, predominava o alviverde, mas eu fiquei lá, impávido, com dois exemplares na mão, um pra ter em casa e outro pra presentear meu sobrinho Cauê, inexplicavelmente palmeirense. Enquanto ficava na fila, li o livro e finalmente compreendi o motivo desse moleque, tendo pai santista e mãe corintiana, avô e tio são-paulinos, ter decidido, na tenra infância, torcer pelo Palmeiras. E foi na leitura da primeira página que as palavras da Soninha me revelaram o segredo:
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... eu me apaixonei mesmo por futebol quando vi o Palmeiras de 93. Talvez você aí, meu amigo palmeirense, não tenha visto este timaço jogar, mas uma coisa eu garanto: o verdão estava impossível.
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E foi aí que a Soninha matou a charada. De fato, em 93 e 94 não tinha time nenhum pra bater no Palmeiras. E nessa época o menino tinha 5 ou 6 anos. Assim não tem mesmo jeito. É difícil resistir ao apelo de um time vencedor.

Lembro-me que a primeira vez que o Cauê foi ao estádio, era ainda bem pequeno, 10 ou 11 anos, no máximo. Foi levado por mim e pelo meu pai, dois tricolores perdidos naquela multidão verde. Foi a única vez que fui ao Parque Antártica. O adversário foi o Grêmio, se não me engano. E o Palmeiras ganhou de goleada. Os olhos do menino não piscavam. Tudo era novidade, uma novidade boa. Poder ver os ídolos de perto (o Palestra Itália proporciona isso), ver o senhor pacato, ao lado, soltar-se em sonoros palavrões e a chuva. Ah! Nada como uma boa chuva na arquibancada pra gente sentir o verdadeiro sabor do futebol.

Voltando ao livro, é difícil não gostar de um texto tão singelo. E se o texto é sublime, a ilustração é empolgante. O Baptistão é um craque da caricatura. No futebol e na música popular, justamente os dois assuntos que mais me seduzem.

Que sigam sempre juntos. O texto e a ilustração. O futebol e a música. A Soninha e o Baptistão.

5 comentários:

Vanessa Dantas disse...

Arnaldo!

Sou palmeirense e, nessa época - 93 e 94, frequentava o estádio assiduamente. Não tinha aniversário da melhor amiga, festas, encontros familiares que fizessem eu "faltar" a um jogo. Na época, fazia cursinho e muita gente sequer sabia meu nome, era conhecida simplesmente como "a palmeirense".

Porém, depois de tanto ficar rouca, meu médico recomendou que eu deixasse de ir ao estádio, pelo fato de ser professora e precisar poupar a voz.

Hoje, já não frequento mais o estádio, mas acompanho os campeonatos e prezo, acima de tudo, o bom futebol. Taí um esporte viciante!

Para minha alegria, estou trabalhando com isso. Quando puder, dê uma checada no recém lançado: www.copa2014.turismo.gov.br. O site ainda está no começo, ganhando corpo, mas vale a navegada e retorno sempre que possível, pois passará por constante atualização.

Convite feito. Apareça.

Abraço.

Soninha Francine disse...

Arnaldo,
Puxa vida, obrigada:o)

Vanessa,
É mesmo, eu também tive vários problemas no trabalho por ficar rouca em estádio de futebol! Agora eu grito com mais jeito :o)

Eli Carlos Vieira disse...

Muito bom, Arnaldo! Muito bom.
Cauê deve adorar o presente, sobretudo esse post!
Eu não sou fã de futebol, mas me lembro de ter optado pelo Santos, simplesmente por meu pai ser santista (uma tradição normalmente comum: torcer pelo time do pai). Tirando isso, torço fielmente para o Brasil!

A vida é isso mesmo, fazer combinações que se revelam prazerosas, independentes de cor, grito de torcida ou rivalidades em campo. É estar aberto a descobertas como essas que você teve, mesmo sendo sãopaulino, ter encarado uma fila de verdões.

Sobre as imagens do Baptista, lembro de uma surpresa que tive, quando li sobre ele (e vi uma caricatura), ambos no blog da Clélia. De imediato perguntei se haveria por acaso algo de Elis e Clélia logo indicou a imagem que ele já havia feito da pimentinha. Muito bom o cara!

Abração.

Cauê Heredia disse...

HAHAHAHA
Pô, adorei tio, quer dizer que vou ganhar presente.

Tem razão, minha inexplicável torcida pelo palmeiras deve ter começado nesta época, mas vou ser sincero, eu não lembro nada destes super times, só sei mesmo pelo que li e o que ouvi, mas eu devia saber que o time estava ganhando tudo, daí minha torcida.

O melhor time do Palmeiras que eu vi jogar foi em 99, deste sim lembro muito bem, mas por incrível que pareça o time que eu mais gostava de ver jogar era o Santos, do Robinho e do Diego.

Sobre o livro, estou louco pra ler, adoro a Soninha e o Baptistão manda muito bem mesmo!

Ah, e o jogo:
Palmeiras 5 x 1 Grêmio! haha

Abraço!

Gersinhoo disse...

Arnaldo,

Eu devo ter mais ou menos a mesma idade do seu sobrinho, vi a super máquina de 93 e 94, mais o verdadeiro esquadrão era o time dos 101 gols, comandados por Djalminha em 96. Mas o que me fez ser palmeirense não são as academias, ou supertimes. O que é mais apaixonante no Palmeiras, é a sua torcida, tão apaixonada quanto corneteira, mais sempre ao lado do time. E me perdoe, não quero ofender, mas isso você só deve ter visto uma vez na vida, a vez que foi no PALESTRA ITÁLIA (não no parque antártica),pois me perdoe novamente, a torcida tricolor é a antítese do que é torcer.

Abraços, Parabéns pelo blog e parabéns Sonhinha