Livros, música, cinema, política, comida boa. Isso tudo e mais um montão de tranqueiras dentro de um baú aberto.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Saudades de São Bernardo

Desde que me mudei para a região de Campinas, procurei me aplicar na tarefa de descobrir os lugares que me falavam alguma coisa. Tenho descoberto muitas coisas sobre as quais já falei em diversos textos sobre a cidade ou o bairro onde moro. Desde o começo destes tempos campineiros, me surpreendeu minha percepção de que não tinha tanta saudade de São Bernardo do Campo, cidade onde morei desde os 9 anos de idade. Não falo da saudade das pessoas. Esta existe, é claro, saudade da família e dos amigos. Falo de saudade da cidade e dos lugares que me fazem falta. Essa falta não se fez sentir profundamente, mas, pensando bem, a saudade existe sim.

Se penso bastante nisso, consigo lembrar-me de alguns lugares. São lugares para os quais eu procuro voltar, sempre que tenho a oportunidade de viajar para lá. Glutão que sou, estou falando de restaurantes, evidentemente. Uma das saudades, que consegui compensar é do restaurante Costela & Cia, já que encontrei semelhante em Indaiatuba.

O que há de mais tradicional, em São Bernardo, são os restaurantes do bairro Demarchi, especializado em frango com polenta. Freqüentei estes restaurantes desde criança, aos domingos, com a família, que procurava uma opção que não doesse no bolso e que agradasse a alma. Naquele tempo eram espaços bem pequenos e o frango e a polenta eram, praticamente, os únicos pratos oferecidos. Pedir uma porção de batatas fritas era uma temeridade e o que se recebia na mesa, intragável. Hoje são grandes potências, estes restaurantes, com uma variedade imensa de pratos, mas quando vou lá, fico mesmo é no velho frango a passarinho ao alho e óleo. Meu preferido, dentre tantos, é o restaurante São Judas Tadeu que faz o melhor frango com polenta frita do mundo, estou seguro disso.

É possível comer frango com polenta, também, no Restaurante do Gaia, que fica na mesma região. Mas lá, o que vale mesmo a pena é comer rabada. Para fazer isso, há que se ir almoçar numa quinta ou sexta-feira. É um restaurante que começou modesto, baratíssimo, e que tinha o objetivo de atender os operários da fábrica Volkswagen, que fica naquele bairro. Ganhou fama e ganhou preço alto a sua comida que continua, entretanto, excepcional.

A saudade mais braba, mesmo, talvez, seja a do Bar do Bolinho, justamente por que foi pra lá que eu nunca voltei depois da mudança de cidade. Só de pensar nisso fico assustado. Faz quase dez anos que não como um pão com bolinho! Parece que agora ficou moderninho. Até endereço na internet o boteco tem, com mesa e cadeiras pra gente se sentar. No meu tempo, a gente comia mesmo era em pé, na calçada. Pão com bolinho e queijo, e um vinagrete estupidamente apimentado. Isso sim dá saudade.

E agora, pensando bem, há outras saudades, sim. Menos fortes, algumas, e outras, de lugares que já não existem mais.

2 comentários:

Romanzeira disse...

Engraçado, morei praticamente a vida inteira em Magalhães Bastos (de 1985 a 2002), e sinto mais saudades de Niteroi, onde morei por apenas quatro anos. Sinto saudade da vista do meu ap para o bairro da Ponta d'Areia; saudade das ruas onde eu passava, dos lugares onde eu lanchava... Sei lá, sinto saudade de como era a vida naquela época.

Anônimo disse...

JOCA CURUMIM - PAGODE DO ZÉ FULANETO
Tamanho do arquivo: 3.04 MB

http://www.megaupload.com/?d=YRYLZ1FS

Disponibilizo para download a música que o Joca lutou tanto para conseguir compor e mais ainda para conseguir gravar, entre uma coisa e outra houve uma burocracia danada pra registrar no ECAD.

Joaquim Carlos Pires Maciel, conhecido pelos amigo como Joca, nasceu em Santa Mariana (PR) em 29 de outubro de 1964, ano do Golpe Militar.
Aos quatro anos de idade (1968) muda-se para Osasco (SP), com sua família, pai, mãe e dez irmãos.
Em 1972 mudam-se para Barbalha (CE), onde aprendeu quatro lições cruciais para o desenvolvimento moral, espiritual, artístico e crítico, ler, escrever, fumar e beber pinga.
Em 1974 retorna para São Paulo em 1979 voltam para o Ceará.
Neste período trabalha como metalúrgico na Lapa.
Em 1980 volta pra São Paulo, em 1981 vai para Abreu e Lima (PE) e neste mesmo ano retorna à São Paulo onde fica até 1984, quando retorna para sua terra natal.