Livros, música, cinema, política, comida boa. Isso tudo e mais um montão de tranqueiras dentro de um baú aberto.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

As bandeiras estão desfraldadas

São centenas de bandeirinhas de plástico, verde, branco e vermelho, como as cores da Itália, cercando o glorioso Parque Municipal de Feiras e Exposições Monsenhor Bruno Nardini. Tudo isso pra ornamentar a 58ª Festa do Figo e 13ª Expogoiaba, o mais importante evento da cidade de Valinhos.

Resumindo: acabou nosso sossego.

Quando viemos de São Paulo e escolhemos Valinhos para morar, começamos a procurar uma casa num bairro gostoso e tranqüilo. Onde morávamos, em São Bernardo do Campo, convivíamos diariamente com o ruído ininterrupto da rodovia Anchieta na boca da nossa janela. Era infernal e para viver, tínhamos de manter qualquer aparelho que emitisse som dentro de casa, no máximo volume.

Ao acharmos a casa em que moramos, desde então, experimentamos uma nova sensação que é a de dormir no mais absoluto silêncio que pode existir e acordamos com dezenas de pássaros cantando. Definitivamente, isso é muito parecido com o que seria o paraíso, se ele existisse. Mas esta sensação paradisíaca não ocorre todo o tempo. Durante 2 semanas por ano (o que significam 3 finais de semana) nosso sossego é abalado pela Festa do Figo. E isso acontece pelo fato de nossa casa ficar a menos de 500 metros do pavilhão da festa. E o que mais tem nesta festa é barulho. Eles acham que é música, mas é barulho. São pelo menos 2 palcos com shows consecutivos todas as noites. Graças aos avanços da engenharia acústica, lá na festa, o som produzido no palco não interfere no outro. Por um capricho da natureza, eles chegam igualmente potentes na janela do nosso quarto. Não dá pra aproveitar nada. São bandas de rock locais ou duplas sertanejas, também locais. Um verdadeiro martírio.

A festa enche de gente. As pessoas vêm de toda parte pra comer maçã do amor e sanduíche de lingüiça de origem duvidosa, acompanhada de chope mal tirado, em copo de plástico.

Desde que viemos pra cá, só uma mudança positiva: há 5 anos, a festa tinha entrada franca durante a semana e nos finais de semana pagava-se ingresso (acho que 10 reais) para entrar. Era quando vinham os artistas mais famosos e era quando o povão não ia, já que para uma família com 4 ou 5 pessoas, fica pesado um programa como esse, mais ônibus, mais as guloseimas.

Depois das eleições municipais, o novo prefeito mudou esta regra e aboliu o ingresso. Com isso, não vêm mais os artistas famosos, só os artistas locais. Mas todo mundo pode ir na festa. Ficou muito mais democrático, apesar de ainda barulhento.
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Um comentário:

Anônimo disse...

Tambem moro perto da Festa do Figo e sofro do mesmo problema. Não é possível que a "Festa" vá até às 23:30 todos os dias. É um desrespeito com os moradores de Valinhos e demonstra uma incompetência tremenda em relação ao planejamento do evento!