Já contei aqui, neste blog, que não acompanhei a evolução dos Beatles enquanto ela acontecia, vindo a descobri-los somente depois do fim do grupo. Mas o disco Imagine de John Lennon, eu comprei assim que saiu no Brasil. E além das canções maravilhosas, o que me deixou encantado foi o pôster em que ele tocava um piano branco numa sala, também, toda branca. Acho que aquele foi o primeiro pôster que eu colei na parede do meu quarto. Ouvia o disco novo olhando pra ele e deixando minha imaginação fluir, sem entender uma palavra do que aquelas letras diziam.
Os discos dos Beatles eu fui comprando aos poucos. Como o dinheiro era curto, comprei inicialmente duas coletâneas e demorei bastante para comprar todos os oficiais. O Álbum Branco foi o último, já que, por ser duplo, era o dobro do preço. Valeu a pena. Além das ótimas músicas, que eu então, já entendia as letras, ganhei encartado um enorme pôster, que só não foi pra parede porque no seu verso tinha todas as letras das canções.
Sei que há, hoje em dia, muita variedade e soluções criativas na confecção das capas e encartes dos CDs. Gosto, especialmente das capas feitas de papelão, como as da gravadora Biscoito fino. O papel sempre me pareceu mais aconchegante do que o plástico. Há limitações de espaço, entretanto. Ainda mais agora, que à minha miopia veio se juntar esta praga que é a vista cansada (o que me obriga a usar os tais óculos multifocais), é sempre um grande martírio ler as letras das músicas nos encartes.
Hoje, quase não ouço os meus vinis. Acostumei-me ao som sem chiado, rendendo-me à tecnologia. Além do mais, tenho preguiça de procurar a faixa das músicas preferidas. Mas cada vez que os pego nas mãos, vem uma saudade gostosa. Saudade de um tempo musical saboroso e saudade de capas e encartes que fizeram a minha cabeça.
8 comentários:
Prefiro, essencialmente, os encartes dos vinis, pelo tamanho da fonte, maior e mais legível que o dos CDs atuais... Parece que as informações tb eram mais detalhadas (letras das músicas, ficha técnica & ilustrações). Dava um pouco de trabalho (além do risco do risco, no disco) escolher faixas específicas e virar os lados (A & B). Mas sinto saudade também! Lembra, qdo fomos morar juntos, do tanto de discos que sua irmã herdou dos que tínhamos repetidos? Faz tempo isso...
Os pôsteres são, mesmo, incríveis! Acho que não cheguei a ver o do Lennon na parede do seu quarto... Mas vi, certamente, outro, com os 4.
O pôster a que você se refere, nós compramos juntos, numa loja ótima, na Rua Irmã Serafina.
Isso mesmo! Beatles 4 ever, se não me engano... A loja não existe +.
Arnaldo, eu não sou saudosista, também não me fascino loucamente pela alta tecnologia, acho que transito no meio disso, meio perdida.;0)
Mas acho que pessoas, músicas e livros, vão marcando a passagem da vida, como estava lá no blog da Clélia.;0)
Pois é, Vivien. Concordo com você. Mas, talvez, essa capacidade de marcar a vida da gente, que as coisas e as pessoas têm, diminuam com o tempo. Ou então, é a gente que se deixa marcar menos.
Adoro os Beatles. Escrevi um texto sobre eles, dizendo que os Beatles foram, talvez, o que de mais bacana aconteceu na música em todos os tempos. Não digo que tenham sido os melhores, mas apenas os mais bacanas. Ouço e sempre me sinto jovem. E, como disse Gabriel Garcia Marquez, ouço os Beatles com certo espanto, pois tenho a impressão que nunca mais vou me esquecer daquelas melodias. O que de fato acontece. Os Beatles também me fazem lembrar do meu pai, que era compulsivo por suas canções. Em cada faixa há um brilho de eternidade. Os Beatles não se parecem com nada e são a base de tudo o que foi feito depois.
Bruno,
Os Beatles também têm uma certa magia inexplicável pra mim, embora eu goste muito mais dos discos posteriores a Rubber Soul. A primeira fase, apesar de gostar muito de algumas coisas pinceladas, sempre me pareceu meio ingênua. A segunda fase, principalmente com os discos Sgt. Pepper's, o Album Branco e Abbey Road, essa realmente revolucionou tudo.
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